Doutores desempenham papel-chave no desenvolvimento do país
Nesta quarta-feira, dia 9, foram debatidos no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) os resultados referentes aos estudos sobre demografia da base técnico-científica brasileira Inúmeros dados sobre a formação, o emprego e as características demográficas dos doutores no Brasil foram reunidos para compor o livro "Doutores 2010 – Estudos da demografia da base técnico-científica brasileira", feito por meio de um intenso processo de colaboração do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) com o MCT, o CNPq, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério da Previdência Social. O debate contou com a participação do presidente do CNPq, Carlos Alberto Aragão, da presidenta do CGEE, Lúcia Carvalho Melo, do consultor legislativo do Senado Federal para política científica e tecnológica, Eduardo Baumgratz Viotti, além de Antônio Carlos Filgueira Galvão (CGEE) e Sofia Daher (CGEE), entre outros integrantes. O livro apresenta informações detalhadas, na sua maior parte originais sobre a formação de doutores titulados no Brasil no período 1996-2008, e sobre o seu emprego no ano de 2008. Conforme dados expostos no estudo, o número de doutores titulados no Brasil cresceu 278% entre 1996 e 2008, o que corresponde a uma taxa média de 11,9% de crescimento ao ano. Na abertura do evento, Lúcia Mello afirmou que o livro dará uma contribuição muito importante para o processo de discussão e avaliação das políticas recentes de formação de doutores, assim como para uma base para a sua reformulação ou aperfeiçoamento. "Espero que este livro, que possui uma riqueza de informações e análises objetivas, seja um valioso instrumento para identificar carências no campo da pós-graduação, sendo um verdadeiro catalisador de estratégias e políticas para aperfeiçoar e amadurecer a pós-graduação brasileira e, consequentemente, o desenvolvimento do Brasil". Para Eduardo Viotti, um dos autores e organizador do livro, é fato que a formação de doutores tem atingido um patamar significativo, mas ainda é preciso que o Brasil aperfeiçoe políticas que visem a melhorar nossa posição no ranking dos países desenvolvidos. "As grandes áreas do conhecimento cresceram muito no período analisado, mas temos pontos negativos como a menor participação relativa nas áreas de maior tradição, como é o caso das ciências exatas e da terra, engenharias e ciências biológicas. E essa defasagem prejudica e muito o desenvolvimento pleno do país", afirmou. Segundo demonstrado do livro, em face das riquezas naturais, a proporção de cientistas e engenheiros no Brasil se situa em um nível cerca de 10 vezes menor do que as necessidades e desafios que o país apresenta e necessita superar. O papel estratégico desempenhado pelos doutores nos processos de produção e transmissão de conhecimentos e tecnologias justifica a necessidade de conhecer e acompanhar a evolução dessa população especifica. Um estudo abordado no livro demonstra que a participação da mulher deixou de ser minoria entre os doutores a partir do ano de 2004. "O percentual de mulheres no total de doutorados titulados vem crescendo muito, o que é extremamente positivo. No ano de 2004, o percentual de doutores mulheres foi de 50,5% e este valor tende a aumentar", disse Viotti. Para o presidente do CNPq, Carlos Aragão, é fundamental continuar a expandir e melhorar a qualidade dos doutores brasileiros de forma a contribuir para o enfrentamento do desafio de produzir conhecimentos e inovações necessários ao avanço do processo de desenvolvimento brasileiro. "Apesar de ainda ser uma parcela muito pequena da população, os doutores do Brasil são protagonistas do desenvolvimento do país, pois são eles que realizam as grandes pesquisas e contribuem para o avanço e a difusão de conhecimentos e tecnologias", disse Aragão. No livro também foram analisadas as dimensões e características do fluxo de estrangeiros que entraram no mercado de trabalho brasileiro no período 1993 a 2009, com autorização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O livro pode ser acessado gratuitamente no site do CGEE: http://www.cgee.org.br/
Fonte: Ass. de Comunicação do CNPq, 9/6/10.
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