Pesquisadora britânica revela que era a prostituta e blogueira 'Belle de Jour'
Brooke Magnanti, de 34 anos, prostituiu-se para financiar seu doutorado.
A ex-prostituta britânica "Belle de Jour", cujas memórias picantes haviam virado livros e uma série de TV no Reino Unido, revelou sua verdadeira identidade: trata-se da pesquisadora Brooke Magnanti. Magnanti, de 34 anos, disse ao jornal britânico "The Sunday Times" que escrevia o diário em um blog na internet, sob o pseudônimo "Belle de Jour" (A bela da tarde), para arrecadar dinheiro e financiar seu doutorado. Ela começou a detalhar sua vida secreta em um blog a partir de 2003. Dois anos depois, transformou as histórias em um best-seller, "As aventuras íntimas de uma garota de programa londrina". Seguiram-se mais dois livros e uma série de TV ("Secret Diary of a Call Girl", ou Diário secreto de uma garota de programa) que passou em 25 países.
Houve muitas tentativas infrutíferas de tentar descobrir sua identidade, e foram levantadas dúvidas sobre a veracidade das histórias. Magnanti resolveu só "abrir o jogo" agora porque disse que "não tinha mais graça" manter o anonimato. Seu pseudônimo foi retirado do título de um filme de 1967 do cineasta espanhol Luis Buñuel, em que a atriz francesa Catherine Deneuve fazia o papel de uma mulher casada que passava as tardes se prostituindo. Em seu blog no domingo, Magnanti escreveu que estava cansada de contar mentiras e esconder coisas das pessoas queridas. "É muito melhor ser capaz de defender minha experiência de trabalho sexual diante de todos os céticos", disse. "O anonimato teve uma finalidade na época. É algo que sempre terá razão de existir para escritores cuja obra é demasiado controversa para que possam associar seu nome a ela. Mas, para mim, tornou-se importante reconhecer esse aspecto de minha vida e minha personalidade diante do mundo." Magnanti, que vive na cidade inglesa de Bristol, trabalha como especialista em neurotoxicologia do desenvolvimento e epidemiologia oncológica em um hospital, como funcionária da universidade local. Ela cobrava 300 libras (cerca de R$ 850) por um programa de uma hora. Ela trabalhou durante 14 meses para uma agência de acompanhantes e diz não ter arrependimentos. Ela afirmou que se sente pior "sobre meus escritos do que jamais me senti por fazer sexo por dinheiro". A editora dos livros de Magnanti disse, em comunicado, que sua decisão foi "corajosa"." Publicamos seus textos desde 2005 e esperamos levar essa relação adiante", disse o editor da empresa, acrescentando que Belle não dará mais entrevistas. Um representante da Universidade de Bristol, para a qual Magnanti trabalha, disse ao Sunday Times: "Esse aspecto do passado dela não tem relevância para o papel que ela desempenha atualmente na universidade."
Fonte: G1, 16/11/2009.
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