O desgaste de ser professor

 

Aprenda como pequenas mudanças de hábitos podem
melhorar seu trabalho

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Não é segredo para ninguém que a principal ferramenta de trabalho dos professores não é o livro e nem uma transparência refletida na parede: é a voz. Afinal, sem ela, seria mais difícil transmitir conhecimento para os alunos. Por isso que cuidar das "pregas vogais", mais conhecidas como "cordas vocais" é fundamental para manter a qualidade de vida e profissional dos docentes.

Com base em uma pesquisa norte-americana, feita por Nelson Roy, da University of Utah, as fonoaudiólogas Fabiana Zambon, do Sinpro-SP (Sindicato dos Professores de São Paulo) e Mara Behlau, do CEV-SP (Centro de Estudos da Voz - São Paulo) iniciaram uma pesquisa com professores e não-professores para verificar os problemas de voz que a profissão acarreta.

O estudo ainda está em fase inicial, concentrado no Estado de São Paulo, mas já tem números expressivos sobre a saúde vocal dos professores, da Educação Básica ao Ensino Universitário. "Vimos que professores e não-professores que já tiveram problemas de voz em uma porcentagem parecida. Mas os docentes têm muito mais alterações recorrentes", conta Fabiana. Dos 259 professores pesquisados, 62,9% afirmam que já sofreram problemas vocais e mais de 15% acreditam que precisarão mudar de ocupação no futuro por conta de problemas na voz.

Os motivos que levam ao desgaste vocal dos professores são, principalmente, a falta de preparo e o uso excessivo e inadequado da voz e as condições impróprias de trabalho. E não é apenas o professor que sai prejudicado, os alunos também perdem em qualidade de ensino. São aulas perdidas, matérias atrasadas e reposições feitas às pressas.

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Veja abaixo um quadro de ações que podem colaborar com
a sua qualidade de vida na atividade profissional

Hábitos Saudáveis

·        Beba regularmente água em temperatura ambiente, em pequenos goles, quando estiver dando aulas. A água hidrata as pregas vocais.

·         Articule bem as palavras.

·         Evite o contato direto com o pó de giz. Quando for apagar a lousa afaste o rosto e evite espalhar o pó, usando o apagador no sentido de cima para baixo.

·         Mantenha uma alimentação saudável e regular. Evite alimentos "pesados" no período que você estiver lecionando.

·         Evite o café, bebidas gasosas e o cigarro. Eles irritam a laringe. Além disso, o cigarro aumenta a chance de câncer de laringe e pulmão.

·         Evite consumir derivados de leite em excesso, pois engrossam a saliva e aumentam a vontade de pigarrear.

·        Na hora de acordar e levantar da cama, espreguice e faça alongamentos tentando relaxar.

·         Durante o banho, deixe a água quente cair nos ombros, fazendo leves movimentos de rotação com a cabeça e ombros. Isso ajuda a diminuir a tensão do dia-a-dia.

·        Com orientação fonoaudiológica, faça exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal, antes e depois das aulas.

·         Na sala de aula, utilize recursos que aumentem a participação dos alunos e ajudem a poupar a voz.

·         Utilize alguns intervalos para descansar a sua voz.

·         Se possível, utilize microfone durante a aula, desde que sua voz esteja treinada para usá-lo.

·        Consulte anualmente o serviço de fonoaudiologia e otorrinolaringologia para prevenir possíveis problemas.
 

Hábitos prejudiciais

·        Gritar. É importante que o professor evite concorrer com ruídos que acarretem um aumento na intensidade vocal (carros, aviões, retroprojetor, ventilador etc).

·         Sussurrar. Essa ação força as pregas vocais.

·        Pigarrear. Essa ação causa um forte atrito na pregas vocais, irritando-as.

·        Ingerir líquidos em temperaturas extremas, ou seja, muito gelados ou muito quentes.

·         Falar de lado ou de costas para os alunos. Quando fazemos isso a tendência é aumentarmos a intensidade vocal.

·         Falar enquanto escreve na lousa. Isso faz com que o professor tenha que aumentar a intensidade de sua voz e que aspire o pó de giz.

·         Chupar uma bala forte quando estiver com a garganta irritada. Isso mascara o sintoma e o professor tende a forçar a voz sem perceber. Quando o efeito da bala passa a irritação na garganta aumenta.

·         Roupas pesadas e que apertem a região do pescoço e abdômen.

 

Fonte: Sinpro-SP e Universia Brasil - Publicado em 30/05/2006 - Artigo completo em: <http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia=11049>


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