Delegação da ADUR-RJ participa do 26º Congresso
No período de 27 de fevereiro a 4 de março, acontece o 26º Congresso do Sindicato Nacional de Docentes das Instituições de Ensino Superior, em Campina Grande (Paraíba), sob o tema: “Reconstruindo a unidade dos trabalhadores para enfrentar as velhas reformas do novo governo”. Participaram do evento 337 delegados, 35 observadores e cinco convidados de diversas seções sindicais da base do ANDES-SN. A ADUR-RJ está representada pelos delegados Lenir Lemos Furtado Aguiar, Celia Regina Otranto, Ana Cristina Souza dos Santos, Luis Mauro Sampaio Magalhães, Orlando Marques da Costa e Frederico José Falcão. A abertura do evento ocorreu no Centro de Convenções Raimundo Asfora e contou com a participação de representantes de diversas instituições. A mesa foi composta por Paulo Marcos Borges Rizzo, Luiz Henrique Schuch e José Vitório Zago (Diretoria do ANDES-SN), Sandra Suely Carvalho Bezerra (presidente da seção sindical anfitriã do evento – Associação de Docentes da Universidade Federal de Campina Grande – ADUFCG), Thompson Fernandes Mariz (Reitor da UFCG), José Maria de Almeida (Coordenação Nacional de Lutas – Conlutas), César Augusto Minto (Associação Nacional de Educação – ANDE), José Carlos de Souza (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional – SINASEFE), João Luiz dos Santos (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Superior da UFCG – SINTESUF), Jardes José Caiçara (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior da Paraíba – SINTESP), Sizenando Leal Cruz (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Paraíba – SINTEP), Rafael Pires (representando a oposição da União Nacional de Estudantes – UNE), Aroldo Felix de Araújo Junior (Diretório Central dos Estudantes da UFCG), Rui Vieira Marinho (representando o Prefeito e o Secretário de Educação de Campina Grande) e Aldo Maciel (representando a Reitora da Universidade Estadual da Paraíba). Os presentes parabenizaram o ANDES-SN pela realização do evento, ressaltando a importância do Sindicato Nacional na cena política brasileira como uma das instituições mais combativas em defesa da categoria docente, da autonomia universitária e de um projeto de educação pública, que preza a excelência do ensino, da pesquisa e da extensão. Quem destoou do grupo foi o Reitor da Universidade Federal de Campina Grande, Thompson Fernandes Mariz, que, de forma provocativa, defendeu a política neoliberal do governo Luiz Inácio Lula da Silva, negando que as universidades públicas brasileiras estejam em crise. O Reitor da UFCG afirmou que as denúncias apresentadas pelo ANDES-SN são alarmistas e que os administradores das instituições federais têm recebido mais verbas do governo nos últimos anos. Ele fez afirmações contraditórias em defesa da política do governo Lula – que são facilmente refutadas por todos aqueles que lidam com a realidade das universidades públicas e não tem qualquer comprometimento com o poder federal. Na visão distorcida do Magnífico Thompson Fernandes Mariz, o ProUni (Programa Universidade para Todos) é uma iniciativa excelente. De acordo com o Reitor da UFCG, este Programa, assim como a expansão dos campi universitários, são dois grandes feitos da política governista. Contudo, segundo os termos do ProUni, o governo oferece, pelo prazo de dez anos, isenção de impostos às instituições privadas de ensino superior (com ou sem fins lucrativos) em troca de bolsas integrais ou parciais para alunos de baixo poder aquisitivo, preferindo favorecer os grandes empresários da educação. O ideal seria promover maiores investimentos nas instituições públicas, como a promoção de concursos para contratação de docentes, e a ampliação do número de vagas. Quanto à política de expansão realizada pelo governo Lula, muitos dos novos campi criados não tem estrutura adequada para o funcionamento como Universidade. O Presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, ofereceu ao Reitor da UFCG um Caderno de Textos do evento, que contém os principais debates que serão travados neste Congresso, como forma de participá-lo de forma crítica e precisa dos grandes dilemas que as universidades vêm atravessando nos últimos anos. Paulo Rizzo destacou a importância deste Congresso quanto às diretrizes que devem ser traçadas em relação ao ensino superior do país, reafirmando que o ANDES-SN combate, historicamente, todas as tentativas de transformar o público em privado. Sandra Suely Bezerra, como presidente da ADUFCG e como professora da UFCG, disse que a seção sindical não coaduna com a perspectiva apresentada pelo Reitor, ressaltando que é preciso haver mobilização da categoria docente para transformar palavras em ações efetivas no combate a mercantilização do ensino público. Em discurso emocionado, ela pediu aos presentes que aplaudissem a memória do professor de História e de Geografia da UFCG, Fábio Gutemberg Ramos Bezerra de Sousa, falecido no último dia 24 de fevereiro, em decorrência de um acidente de carro. A relação entre o ANDES-SN e a ConlutasUm dos principais temas em debate neste Congresso do ANDES-SN é se o Sindicato Nacional deve ou não se filiar à Coordenação Nacional de Lutas, que hoje representa a principal alternativa de reorganização da classe trabalhadora. A delegação da ADUR-RJ, como decisão de Assembléia, levou posicionamento a favor da filiação do ANDES-SN a Conlutas. O representante da instituição, José Maria de Almeida, durante a abertura do evento, lembrou que o ANDES-SN participa da Conlutas desde a sua criação, em 2004. Ressaltou a importância da união da categoria frente à atual conjuntura, principalmente porque o governo tem cooptado lideranças e instituições – como fez com a Central Única dos Trabalhadores, da qual o ANDES-SN se desfiliou recentemente – para dividir a categoria e enfraquecer a mobilização de classe. Segundo o representante da Conlutas, existe grande expectativa na Coordenação quanto à possibilidade de filiação do Sindicato Nacional à entidade. Porém, ele lembra que o Congresso do ANDES-SN é soberano em suas decisões, e seja ela qual for, será representada pela Conlutas.
Aline Pereira
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