Contando estrelas
O que você acha de participar de um esforço mundial pela preservação do céu? Sim, existem movimentos de preservação das matas, da água, dos animais e também dos céus. Isso porque os locais propícios a observações astronômicas estão rareando cada vez mais. O crescimento populacional nas cidades faz com que elas aumentem de tamanho, avançando sobre terrenos vazios nas suas periferias. Isso ocorre em cidades, seja no litoral, seja no interior, em todos os lugares do mundo. Observatórios precisam de lugares muito escuros, por isso ficam distantes de aglomerados populacionais. O problema atual é que está ficando cada vez mais difícil encontrar um lugar escuro. Veja só o caso do nosso principal observatório, o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA). Ele foi construído no sul de Minas Gerais, próximo à cidade de Itajubá, no alto do Pico dos Dias. Quando eu comecei a freqüentá-lo no início da década de 1990, do alto deste pico era possível avistar o clarão das cidades de São Paulo (250 km de distância), São José dos Campos (uns 100 km) e Campos do Jordão (uns 30 km), além das luzes das cidades em volta. Hoje em dia, as cidades cresceram tanto e se espalharam pelas proximidades do observatório que já é possível ver as luzes (e não apenas o clarão espalhado no horizonte) de Campos do Jordão. Isso sem mencionar que, durante algum tempo, sabíamos quando havia jogo no estádio municipal de Brazópolis...
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Fonte: G1, Observatório, Cássio L. D. R. Barbosa, 11/10/07.
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