As ciladas do intercâmbio
Os
estudantes brasileiros que fazem intercâmbio no exterior – e estima-se que
eles sejam 85000 só neste ano – ligam para os pais como nenhum outro,
estranham os horários
1 PREFERI ESTUDAR
HISTÓRIA AMERICANA A GEOGRAFIA. Por que é comum: em países da Europa e nos Estados Unidos, os estudantes do ensino médio têm bem mais liberdade para escolher as matérias que vão cursar na escola do que no Brasil. Eles podem, por exemplo, estudar apenas um ano de geografia – e não três, como é obrigatório nas escolas brasileiras. Comentário dos especialistas: nunca deixar de incluir matérias do currículo básico exigido pelo Ministério da Educação (MEC), sem as quais não há como ser aprovado na volta ao Brasil. São elas história, geografia, matemática, inglês, ciências e educação física.
2 O ESTUDANTE DETESTOU A FAMÍLIA QUE O RECEBEU E QUER TROCAR DE CASA Por que é comum: a maior fonte de angústia dos brasileiros que fazem intercâmbio nos Estados Unidos e na Europa são as novas regras a que são submetidos no exterior. Segundo a pesquisa, os horários inflexíveis incomodam mais do que qualquer outra coisa. Festas, por exemplo, não podem terminar depois das 22 horas
Comentário dos
especialistas:
o programa não permite trocar de casa. Neste caso, resta adaptar-se – ou
voltar para casa.
4 SONHAVA COM NOVA YORK, MAS PAREI NUMA CIDADE DE 600 HABITANTES NO ARKANSAS Por que é comum: as agências no Brasil não têm nenhuma participação na escolha das famílias que recebem os brasileiros nos Estados Unidos – elas próprias só são avisadas do destino do intercâmbio dias antes da viagem. Quem comanda o processo são associações americanas especializadas em cadastrar famílias dispostas a alojar os estrangeiros. Elas restringem esse trabalho às cidades do interior porque é justamente nelas que as escolas públicas americanas têm vagas ociosas – e, portanto, podem receber estudantes de fora
Comentário dos
especialistas:
numa das modalidades,
é possível não só escolher a cidade, mas também o tipo de casa, o tamanho da
família e a escola na qual se vai estudar (nesse caso, particular). Custa
cerca de 60 000 reais – três vezes mais do que a média dos intercâmbios 5 NÃO FIZ AMIGOS AMERICANOS Por que é comum: o levantamento com brasileiros que fizeram intercâmbio nos Estados Unidos e em países da Europa mostra que eles costumam fechar-se em círculos formados exclusivamente por estrangeiros.
Comentário dos
especialistas:
há matérias opcionais nas escolas desses países que facilitam a interação
com mais gente, entre as quais as de esporte e música. 6 A CONTA DE TELEFONE DOS MEUS PAIS NO BRASIL FICOU EM 6000 REAIS NUM MÊS Por que é comum: a pesquisa mostra que metade dos brasileiros que fazem intercâmbio no exterior liga pelo menos uma vez por dia para o Brasil. O objetivo é "atualizar os pais" Comentário dos especialistas: blogs sobre a viagem apaziguam a ansiedade de compartilhar as novidades – e evitam prejuízos financeiros.
PARA ESTUDAR UM NOVO IDIOMA
Duração: um mês
PARA CURSAR O ENSINO MÉDIO
Duração: um ano
* Os preços expressam
a média do mercado e incluem estada e passagem aérea.
Fonte: Rev. Veja, Monica Weinberg, ed. 2030, 17/10/2007.
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