Chimpanzés superam universitários em teste de memória
Até o momento, pensava-se que chimpanzés não conseguiriam ter o mesmo desempenho dos humanos no setor de memória e outras habilidades mentais. "Existem muitas pessoas, incluindo biólogos, que acreditam que os humanos são superiores aos chimpanzés em todas as funções cognitivas", disse o chefe da pesquisa Tetsuro Matsuzawa. "Ninguém poderia imaginar que jovens chimpanzés, com cinco anos de idade, tivessem um desempenho melhor do que o de humanos em uma tarefa que envolve memória", disse. "Aqui nós mostramos pela primeira vez que jovens chimpanzés têm uma capacidade de memória extraordinária para lembrar números, melhor do que de humanos adultos testados no mesmo aparelho, seguindo o mesmo procedimento." Números Matsuzawa e sua equipe testaram três pares de chimpanzés, cada formado por uma mãe e seu filho, contra estudantes universitários em um teste de memória que envolvia números. As mães chimpanzés e seus filhos de cinco anos já tinham aprendido como "contar" de um a nove. Durante a experiência, cada participante viu em um monitor vários números de um a nove.
Os chimpanzés se saíram melhor do que os universitários em velocidade e precisão quando os números apareciam apenas por um momento. Fotográfica O espaço de tempo mais curto, de 210 milisegundos, não deu o tempo necessário para que os testados explorassem a tela com movimentos dos olhos, algo que fazemos o tempo todo durante a leitura. Isto mostra, segundo os pesquisadores, que os chimpanzés mais jovens têm memória fotográfica o que permite que eles memorizem uma cena complexa ou um padrão com apenas um olhar rápido. Em algumas ocasiões esta habilidade está presente em crianças, mas diminui com a idade, afirmam os pesquisadores. "Chimpanzés jovens têm memória melhor do que humanos adultos. Ainda estamos subestimando a capacidade intelectual dos chimpanzés, nossos vizinhos de evolução", disse o professor Matsuzawa à BBC.
Para Lisa Parr, que
trabalha com chimpanzés no Centro Yerkes para Primatas na Universidade Emory
de Atlanta, Estados Unidos, esta descoberta é "revolucionária" e, pelo fato
de os chimpanzés serem nossos "parentes mais próximos", pode ajudar a
entender a memória humana.
Fonte: BBCBrasil, Helen Briggs, de Londres, 4/12/2007.
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