Clima
Castigo solar
Se o
aquecimento global aumentar mais de dois graus, os continentes vão
desaparecer
Metamorfose:
no Pólo Ártico, 8% das geleiras desapareceram devido ao agravamento do
efeito estufa |
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A
temperatura da Terra bateu um novo recorde ao atingir 15 graus Celsius,
a média mais elevada dos últimos 12 mil anos. É o que revelou um estudo
do Instituto Goddard de Ciências Espaciais da Nasa, nos EUA. Os dados
mostram que o clima esquentou 0,6 grau Celsius nos últimos 30 anos.
Nesse ritmo, estima-se que os termômetros mundiais irão sofrer um
acréscimo médio de um grau em 2050. Há três milhões de anos, no período
conhecido como Plioceno, o clima esquentou dois graus, fazendo as
geleiras derreterem e elevando o nível do mar em 25 metros. Boa parte
dos continentes submergiu. Os especialistas acreditam que esse fenômeno
está prestes a se repetir devido ao aquecimento global. “A emissão de
poluentes tóxicos na atmosfera é a grande responsável”, diz James
Hansen, climatologista responsável pelo estudo. |
A notícia caiu
como bomba na Casa Branca, que, há duas semanas, tinha proibido a
divulgação de um relatório da Administração Nacional de Atmosfera e
Oceano (Noaa) que culpava o aquecimento global pela formação de furacões
cada vez mais poderosos. O governo americano também tentou calar Hansen.
Suas previsões comprometem a administração do presidente George W. Bush,
que se nega a assinar o protocolo de Kyoto, o acordo que prevê a redução
de emissões de gases para os níveis de 1990. Esses poluentes agridem a
camada de ozônio que protege a Terra dos raios nocivos do Sol. Fotos de
satélites comprovam os estragos. Sobre a Antártica, por exemplo, o
buraco na camada de ozônio se espalha por 27,9 milhões de quilômetros
quadrados. Ali, o Sol incide com toda a força e já provocou o
derretimento de uma área equivalente a duas vezes a extensão territorial
da Austrália. No Pólo Ártico, 8% das geleiras viraram água. Tanto degelo
libera no ar bilhões de toneladas de gás metano, aprisionado nos blocos
de gelo, que, soltos na atmosfera, destroem ainda mais a camada de
ozônio. É por isso que o clima não pára de esquentar. |
Fonte: Rev. IstoÉ, Luciana Sgarbi e Julio
Wiziack, 4/10/2006. |