Carta aberta à população: a Universidade Pública Resiste 

 

A UNIVERSIDADE PÚBLICA RESISTE
 

No dia 30 de agosto último, após frustradas inúmeras tentativas de diálogo com o Governo Federal no decorrer de 2 anos, teve início a greve nacional dos professores das Instituições Federais de Ensino Superior - IFES, em defesa do ensino público, gratuito e com qualidade social, e pela valorização do trabalho dos docentes da universidade brasileira.

As IFES, que são as principais responsáveis pelo desenvolvimento das atividades de pesquisas do país, estão seriamente ameaçadas, em razão da política imposta pelo governo federal.

Ao submeter o país às imposições do Sistema Financeiro Internacional, o Governo Lula impõe à universidade pública brasileira uma situação de indigência, cujos reflexos penalizam principalmente os setores mais pobres da sociedade. Faltam recursos públicos para pesquisa, para recuperação de laboratórios e de prédios e, em algumas universidades, faltam recursos até para pagamento de luz, água e telefone. As bibliotecas das universidades estão desatualizadas. Faltam medicamentos básicos e materiais para dar atendimento digno à população nos hospitais universitários. Os salários dos servidores técnico-administrativos e dos docentes estão totalmente defasados. Em todas as universidades públicas brasileiras, estão faltando docentes e servidores técnico-administrativos para o adequado cumprimento de suas funções.

Essa situação é inaceitável, não somente em razão da política de arrocho salarial a que vem sendo submetida a categoria, mas, sobretudo, por falta de condições mínimas para a realização de pesquisas científicas que possam oferecer soluções concretas para os problemas que afligem nossa sociedade, colocando em risco o desenvolvimento social,  econômico e tecnológico do Brasil.

Em decorrência dessa situação, os professores das universidades brasileiras, por meio do seu Sindicato ANDES-SN, dirigem-se à sociedade brasileira para  denunciar essa realidade de falência em que se encontra a educação superior no país e estabelecer um diálogo aberto e franco com todos os segmentos da sociedade comprometidos com uma educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.

Assim, conclamamos todos os setores comprometidos com a defesa da educação pública a prestar solidariedade ao nosso movimento e juntar-se a nós no esforço de alertar a sociedade brasileira para a situação política do país e para a necessidade de adoção de medidas que preservem este patrimônio público, de modo a garantir uma educação pública de qualidade e, efetivamente, para todos. 

 

Brasília, 6 de setembro de 2005.

 Comando Nacional de Greve dos Docentes das IFES


Opiniões sobre os artigos ...


Coletânea de artigos


Home