Servidores
federais definem principais Cerca de 300 servidores federais de todo país se reuniram ontem (dia18/02) em Plenária Nacional, em Brasília, para definir os principais pontos da Campanha Salarial de 2003 dos SPFs, que será lançada hoje, no Espaço Cultural Zumbi dos Palmares da Câmara dos Deputados. A plenária, que contou com representantes das categorias do funcionalismo público dos três poderes, além de discutir a reposição das perdas salariais acumuladas nos últimos oito anos, debateu uma das questões mais polêmicas da pauta do novo governo: a proposta da reforma da Previdência. Os servidores aprovaram o índice emergencial de 46,95% para repor as perdas de janeiro de 1998 a abril de 2003, calculados pelo Dieese. Em relação à Previdência, foi unânime o posicionamento de pressionar o governo pelo arquivamento do Projeto de Lei Complementar 09/99 (PLP 09), que propõe, dentre outros pontos, instituir a previdência complementar dos servidores públicos. Hoje, logo após o lançamento da Campanha Salarial, será realizado um ato público, no qual os manifestantes irão pedir o arquivamento do projeto. Ainda em relação ao PLP 09, o plenário decidiu que se o projeto não for arquivado assim que ele entrar na pauta de votação do Congresso, os servidores farão paralisação com ato público nos estados. Também foi definido o calendário de mobilizações da Campanha Salarial de 2003:
19/02 a 19/03 – Rodada de
assembléias nos estados para discutir a Campanha Salarial.
Fonte: ANDES-SN, 19-02-2003.
Servidores públicos
protestam e pedem Categoria reivindica reajuste de 46,95% a partir de 2004 e critica proposta de reforma da Previdência
Os
servidores públicos federais, categoria historicamente ligada ao PT e à CUT,
braço sindical do partido, lançam hoje o que deve ser o primeiro embate
institucional entre uma categoria e o governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Servidores protestam e ameaçam greve Em manifestação em frente ao Planalto, funcionários públicos federais pediram o arquivamento do PL-9 Servidores públicos federais realizaram ontem a primeira manifestação da categoria na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, pedindo, além de reajuste salarial, o arquivamento do PL-9 -projeto que estabelece regime único de aposentadoria para novos servidores. Também foi o primeiro ato contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em frente ao Planalto. Cerca de 300 funcionários públicos, categoria tradicionalmente ligada ao PT e à CUT (Central Única dos Trabalhadores), participaram da manifestação. O projeto de lei enviado ao Congresso em 99 por FHC viabiliza a criação de um teto único para as aposentadorias de novos servidores. O ministro Ricardo Berzoini (Previdência) defende a votação do projeto, mas adiantou que seu texto deve ser alterado. "Sem arquivamento do PL-9, não há discussão da reforma da Previdência", disse o secretário-geral da Condsef (Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais), Gilberto Gomes. Os servidores também pedem reajuste salarial emergencial de 46,95%, com base no ICV (Índice do Custo de Vida), projetado pelo Dieese entre janeiro de 1998 e abril de 2003. José Dirceu (Casa Civil) recebeu um grupo de servidores durante a manifestação. O governo já criou uma comissão para tratar do assunto. Na próxima quarta, os ministros Dirceu, Guido Mantega (Planejamento), Antonio Palocci (Fazenda), Ricardo Berzoini (Previdência), Jacques Wagner (Trabalho) e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, iniciam as conversas em uma reunião com representantes de sindicatos de servidores no Ministério do Planejamento.
Greve O presidente da CUT, João Felício, disse que a entidade apoiará a eventual greve. Felício defende uma reforma geral da Previdência e não "o debate fragmentado" que, segundo ele, está sendo travado. "O PL-9 jamais contará com apoio da CUT", disse. O clima era de insatisfação com o novo governo. No lançamento da campanha salarial, antes da manifestação, os servidores gritavam "Ô, Lula, eu quero ver no teu governo o meu aumento acontecer". O governo passado havia previsto 4% de reajuste salarial, mas a atual gestão já sinalizou que o aumento seria de 2,5%. O evento na Câmara contou com a presença de deputados da ala radical do PT -Babá (PA), Lindberg Farias (RJ) e Luciana Genro (RS). Foi o segundo dia consecutivo de manifestação de apoio dos parlamentares às reivindicações da categoria.
Folha de São Paulo - Ana Paula Grabois - 20/02/2003. |
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