Brasil tem pior controle da corrupção em 10 anos
O
controle da corrupção no Brasil atingiu em 2006 o seu pior patamar em dez
anos, Segundo o relatório Assuntos de Governança, do Bird, o índice de controle de corrupção "mede a extensão em que o poder público é usado para ganhos privados, incluindo pequenas e grandes formas de corrupção, assim como o 'seqüestro' do Estado pelas elites e pelos interesses privados". O índice brasileiro de controle de corrupção caiu para 47,1 em 2006, em uma escala que vai de zero a cem. Em 2000, o país chegou a ter um índice de 59,1. Os indicadores do relatório do Banco Mundial são baseados em dados estatísticos coletados por diversas fontes. Os pesquisadores do Banco criaram uma metodologia para analisar esses números e elaborar o índice final. Indicadores piores O estudo do Bird – que faz parte de um projeto que reúne indicadores de boa governança mundial – avaliou 212 países segundo seis critérios diferentes. Além de controle de corrupção, o Brasil também piorou nos últimos anos nos índices que avaliam a eficiência do governo, a qualidade dos marcos regulatórios e a força da lei. O índice que avalia a eficiência do governo – a qualidade dos serviços públicos, a independência do governo e a implementação de políticas – mostra que o Brasil vem caindo desde 2003. O índice passou de 60,7, naquele ano, para 52,1, em 2006. O índice de eficiência do governo só foi inferior a isso em 1996 (47,4), primeiro ano avaliado pelo Banco Mundial. O índice da qualidade dos marcos regulatórios – que, segundo o Bird, mede a habilidade do governo de formular e implementar leis que estimulam o setor privado – também caiu no Brasil entre 2003 e 2006: de 62,9 para 54,1. A força da lei – que avalia a confiabilidade da polícia e dos tribunais – também piorou no Brasil, segundo o Banco Mundial. O indicador brasileiro caiu de 50, em 1996, para 41,4, em 2006 – o pior índice da história. Nos outros dois indicadores analisados pelo Banco Mundial – de estabilidade política e de representatividade dos cidadãos ("voice and accountability", em inglês) – os índices brasileiros não revelam uma tendência clara e oscilam ao longo da década. Em 2006, o último ano avaliado pelo Bird, o Brasil registrou um índice de estabilidade política de 43,3 – semelhante na América Latina aos de Argentina, El Salvador e Panamá. Segundo o relatório do Bird, o Chile apresentou os melhores indicadores de toda América Latina em cinco dos seis critérios avaliados. "Na média, não há evidência de que a boa governança no mundo em geral melhorou de forma significativa na última década. É um retrato muito variado", afirma Daniel Kauffmann, um dos autores do estudo e diretor de Governança Global do Instituto do Banco Mundial.
Fonte: BBCBrasil, 10/7/07. |
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