Avaliação
comprova a qualidade dos cursos de
pós-graduação no Brasil
A
população brasileira corresponde a 2,8% da mundial. Nossa produção
científica, a 2% da registrada em todo o mundo. Este foi um dos dados
citados na manhã desta quarta-feira, durante a divulgação do relatório da
avaliação dos cursos de pós-graduação brasileiros, em Brasília
"Não há sombra de dúvida sobre a excelência da pós-graduação brasileira.
Neste sentido, não há paralelo para o Brasil na América Latina", destacou o
ministro da Educação, Fernando Haddad.
A avaliação dos cursos de pós-graduação é feita a cada três anos pela
Capes/MEC.
Todos os cursos de mestrado e doutorado de instituições públicas e privadas
são avaliados e podem receber conceitos que vão de 1 a 7.
As notas 1 e 2 são consideradas ruins – os cursos que recebem tais conceitos
ficam sujeitos a fechamento. "Nosso intuito não é fechar os cursos, mas
qualificar a pós-graduação brasileira", explicou o ministro.
Na avaliação divulgada nesta quarta-feira, 91 cursos obtiveram conceitos 1 e
2. Destes, dez já estão extintos ou foram incorporados a outros, em
diferentes instituições de ensino.
Os demais podem ser fechados, mas os resultados ainda dependem de análise
dos pedidos de reconsideração enviados pelas instituições.
Para o presidente da Capes, Jorge Guimarães, a avaliação é responsável pela
elevação da qualidade dos cursos de pós-graduação brasileiros.
"Sem o rigor que usamos ao avaliar os cursos, não teríamos chegado ao nível
de qualidade que temos hoje", garantiu.
O Brasil é o 15º colocado entre os países de maior produção científica no
mundo, o que nos deixa à frente de nações desenvolvidas, como Bélgica e
Finlândia.
"Nosso desafio é fazer com que a qualidade da pós-graduação brasileira
chegue às salas de aula da educação básica, dos cursos de graduação e ao
setor produtivo", ressaltou Haddad.
De acordo com o ministro, as empresas brasileiras ainda não investem o
suficiente no desenvolvimento de pesquisas.
Jorge Guimarães chamou a atenção para o fato de grande parte das patentes
registradas no Brasil resultar de pesquisas acadêmicas.
"O Brasil tem um quadro distinto do resto do mundo. Aqui, 30% das patentes
são registradas por instituições de ensino; no resto do mundo, apenas 5%
desse total é fruto de pesquisa acadêmica", observou.
A razão de tal distorção é, segundo Guimarães, a falta de investimento do
setor produtivo em pesquisa.
Outro desafio levantado foi a busca da equiparação do nível de qualidade dos
cursos de mestrado e doutorado brasileiros com os de graduação. Para o
ministro, a criação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(Sinaes), instituído em abril de 2004, deve impulsionar esses cursos.
"O Sinaes deve fazer pela graduação brasileira, nos próximos anos, o que a
Capes faz pela pós-graduação desde 1970", assegurou Haddad.
A
avaliação foi realizada por aproximadamente 700
consultores de 45 áreas do conhecimento.
Os resultados estão na
página eletrônica da Capes.
(Ana Guimarães, da Assessoria de Comunicação da Capes)
Fonte: JC e-mail, ed. 3368, 11/10/07. |