ANDES-SN promove passeata contra reformas
23º Congresso do ANDES-SN
 

Nesta sexta-feira, 5/3, o Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), promove uma passeata em protesto contra as reformas universitária, trabalhista e sindical. A caminhada, que sairá ao meio-dia do Palácio da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em direção à Praça da Piedade, no centro de Salvador, faz parte das atividades do 23º Congresso do ANDES.

O Congresso, que teve início ontem com o tema principal "Superávit Fiscal e Déficit Social: Reforma da Educação, Privatização e Arrocho Salarial", envolve a comunidade docente de todo o país nas discussões que, direta ou indiretamente, afetam a universidade brasileira.

O debate acontece num momento crítico. Toda a história de 23 anos de luta na trajetória do Sindicato estão ameaçadas pelo projeto político do Planalto que, com suas reformas, expropria a classe trabalhadora numa escala que nem os mais pessimistas cogitaram. Depois da reforma da Previdência, a investida governamental aponta para as universidades (com a reforma universitária) e para a independência dos sindicatos (reforma sindical e trabalhista).

Para as universidades, o conteúdo revelado no documento do Grupo de Trabalho Interministerial indica, entre outros aspectos privatistas, a cobrança de mensalidades, a contratação de docentes por meio de bolsas, a fragmentação da carreira docente das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e a desresponsabilização do Estado por meio da regulamentação da captação de recursos. Para o Sindicato, o modelo de educação superior em gestação é, na realidade, uma contra-reforma, antagônica ao que tem defendido.

O ANDES-SN tem defendido uma reforma universitária que representa, em sua essência, a reversão das políticas implantadas na última década. A educação superior brasileira tem sido crescentemente privatizada. As matrículas em estabelecimentos particulares têm tido um aumento explosivo, com fortes subsídios governamentais, ao mesmo tempo em que diminuem vertiginosamente os recursos destinados pelo Estado para a manutenção das universidades públicas brasileiras. Estas, em situação de penúria, passam a desenvolver mecanismos perversos de adaptação e sobrevivência, que significam privatização interna: cobram taxas ilegais aos estudantes, subordinam as atividades de pesquisa a interesses econômicos e transforma, muitas vezes, a extensão em venda de serviços.
 

Fonte: Assessoria de Imprensa do ANDES-SN - Gabriela Campos, 2004.


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