Secretários regionais
da SBPC condenam o REUNI
Seis secretários regionais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC divulgaram um manifesto, na terça-feira (6/11), condenando o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O manifesto foi formulado após os secretários debaterem as linhas gerais do programa, em reunião realizada em Porto Alegre, nos dias 29 e 30 de outubro. Para os secretários da SBPC, o Reuni não contribuirá para melhorar a qualidade da universidade brasileira. Conforme a avaliação deles, o programa fere o Art. 207 da Constituição Federal, que trata sobre a autonomia universitária. Os secretários afirmam ainda que as metas estabelecidas pelo Reuni (aprovação de no mínimo 90% dos estudantes e relação de 18 alunos por professor em sala de aula) são incompatíveis com uma educação de qualidade. Representante de Curitiba fala sobre origem do manifesto Secretária da SBPC pela seccional de Curitiba, Maria Suely Soares Leonart esclareceu que a reunião dos dias 28 e 29 de outubro envolveria, a princípio, apenas os representantes da região Sul. Ela explicou que a nova diretoria tem incentivado as reuniões por grandes regiões do país para discutir os assuntos ligados à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Assim, as discussões não ficariam limitadas à Reunião Anual da entidade ou encontros ocasionais, nas regiões. E, neste sentido, também foram convidados os secretários de São Paulo e do Rio de Janeiro. Os representantes fluminense e catarinense, porém, não puderam comparecer. O Reuni era um dos muitos pontos de pauta da reunião e o manifesto surgiu como resultado dos debates: “Nós discutimos e pensamos dessa forma. Não é uma posição de todos os secretários e nem da diretoria nacional da SBPC”. Embora a professora acredite que há outros secretários em afinidade com este pensamento, não se pode afirmar outros posicionamentos contrários ao Reuni por parte de outros integrantes da entidade. No ponto de vista da docente, a falta de garantias de novos recursos humanos e financeiros para a expansão proposta é o que mais preocupa no programa governamental do Reuni: “Sem recursos e sem a contratação suficiente de professores de carreira, com dedicação exclusiva, o programa irá contra a qualidade do ensino”, afirmou. Professora da Universidade Federal do Paraná, no seu entendimento, a reitoria local “tratorou” a comunidade acadêmica para conseguir a adesão ao Reuni, mesmo com a resistência estudantil, que ocupava até o fechamento desta matéria o prédio administrativo da UFPR.
Fonte: JC Online e ADUFRJ, 12/11/2007.
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