Crescimento do PIB foi de 2,3% em 2005, um dos menores de toda a América Latina
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,3% em 2005, segundo números divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos do que metade do avanço registrado em 2004 (4,94%). No quarto trimestre, o PIB aumentou 0,8% em relação aos três meses anteriores e 1,4% no confronto com o quarto trimestre de 2004. dessa forma, o crescimento da economia brasileira em 2005 foi o segundo menor da América Latina, à frente apenas do Haiti, país mais pobre do continente. Argentina, Venezuela e México, por exemplo, cresceram respectivamente 9,1%, 9% e 3%. O resultado do PIB – soma de todas as riquezas do país - em 2005 ficou abaixo até mesmo da última estimativa do Banco Central, que era de expansão de 2,6% na economia brasileira. Segundo o IBGE, o resultado ficou próximo à média de crescimento dos últimos 10 anos, de 2,2%. Consumo - De acordo com o instituto, no ano passado o consumo das famílias aumentou 3,1% registrando dois anos consecutivos de crescimento, favorecido pela elevação de 5,3% da massa salarial dos trabalhadores. Outro fator que contribuiu para esse aumento foi a elevação em 36,7% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro, com recursos livres para as pessoas físicas (crédito com consignação em folha). O consumo do governo cresceu 1,6%. A formação bruta de capital fixo (investimentos) também apresentou crescimento de 1,6% na comparação com 2004. As exportações cresceram 11,6% e a as importações, 9,5%, taxas inferiores às registradas em 2004, de 18% e 14,3%, respectivamente. Em 2005 a agropecuária cresceu 0,8%, a menor taxa desde 1997 (-0,8%) A indústria cresceu 2,5% e os serviços, 2%. Agricultura - O resultado abaixo do esperado foi puxado para baixo pelo desempenho da agricultura que apresentou queda de 1,8% em relação ao quarto trimestre do ano anterior. O resultado negativo foi compensado pelo crescimento da indústria (1,4%) e de serviços (1,8%). A gerente das Contas Nacionais do Instituto, Rebeca Palis, explicou que nos meses de outubro a dezembro a produção de carne bovina foi bastante afetada pela febre aftosa nos rebanhos do Mato Grosso do Sul. Além disso, o excesso de chuva ou de seca prejudicou a colheita de produtos como trigo, laranja e fumo em folhas. Apesar da desaceleração no terceiro trimestre, a indústria desponta como o principal destaque na análise do PIB sob a ótica da oferta. O PIB industrial cresceu 2,5%. O setor agropecuário teve alta de 0,8%, a menor taxa desde 1997. Já o setor de serviços cresceu 2% no ano passado. Entre os subsetores da indústria, o destaque ficou para a extrativa mineral, com alta de 10,9%. Em seguida, vieram serviços industriais de utilidade pública, com alta de 3,6%. A indústria de transformação e a construção civil tiveram crescimento de 1,3%. As maiores altas nos serviços foram em comércio (3,3%), transporte (3,2%) e aluguéis (2,5%). As instituições financeiras registraram alta de 2,4% e a administração pública, de 1,7%. O PIB per capita cresceu 0,8% em 2005. Ele é definido como a divisão do total do PIB pela população residente. Em 2005, a população residente no país cresceu 1,4% e somou 184,2 milhões de habitantes. Em 2004, o PIB per capita havia crescido 3,4%. Segundo números preliminares da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), as estimativas de crescimento para a América latina: Venezuela 9,0% (confirmado 9%); Argentina 8,6% (confirmado 9,1%); República Dominicana 7,0%; Uruguai 6,0%; Peru 6,0%; Panamá 6,0%; Chile 6,0%; Colômbia 4,3%; Costa Rica 4,2%; Honduras 4,2%; Nicarágua 4,0%; Bolívia 3,8%; Guatemala 3,2%; Equador 3,0%; Paraguai 3,0%; México 3,0% (confirmado 3%); Brasil 2,5% (confirmado 2,3%); El Salvador 2,5%; Haiti 1,5%. 2006 - Ao comentar o crescimento do PIB em 2005, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que "a economia vai dar uma bombadinha" e deve crescer em torno de 5% em 2006. Na avaliação do ministro, os fatores que contribuíram para a desaceleração do crescimento em 2005 estão superados. Ele a inflação sob controle convergindo para as metas, ajuste dos estoques e crise política. "Se olharmos esses fatores todos, são muito melhores." Segundo ele, o único fator de preocupação ainda é com o risco de quebra da safra agrícola. "Temos de fato um temor do que vai acontecer na área agrícola. Ainda há sinais de que podemos ter uma quebra da safra, de seca", afirmou. Segundo números preliminares da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), as estimativas de crescimento para a América latina: Venezuela 9,0% (confirmado 9%); Argentina 8,6% (confirmado 9,1%); República Dominicana 7,0%; Uruguai 6,0%; Peru 6,0%; Panamá 6,0%; Chile 6,0%; Colômbia 4,3%; Costa Rica 4,2%; Honduras 4,2%; Nicarágua 4,0%; Bolívia 3,8%; Guatemala 3,2%; Equador 3,0%; Paraguai 3,0%; México 3,0% (confirmado 3%); Brasil 2,5% (confirmado 2,3%); El Salvador 2,5%; Haiti 1,5%. Fonte: Veja On-line, 24/02/2006. |