Publicação da
Associação
dos Docentes da
UFRuralRJ
Seção
Sindical do Andes-SN
Filiada à CUT
Versão OnLine |
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Nº 60
30 de setembro de 2004
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Conselho Editorial:
Canrobert P. L. Costa Neto, Rosane
F. de Oliveira, Luís Mauro S. Magalhães,
Maria Teresa C. da Cunha, Irlete Braga da Trindade e Frederico José
Falcão.
Redação:
Aline Pinto Pereira
(Reg. 25163/MTb). |
Contra a mercantilização
do ensino
Pelo futuro
da universidade pública, gratuita e de qualidade
Nos últimos anos, a principal luta de professores e alunos
das instituições públicas tem sido a de garantir a qualidade do
ensino. Com o avanço da Globalização e das políticas neoliberais, o
Estado isenta-se cada vez mais de suas obrigações e transfere a
responsabilidade com saúde e educação para o capital privado.
Estas questões estiveram em pauta na última Plenária
Nacional de 12 de setembro, na qual o ANDES – SN liderou a discussão
que envolveu mais de 15 mil participantes.
Como sabido, o presidente Luis Inácio Lula da Silva não
rompeu com o modelo neoliberal ditado pelo Fundo Monetário
Internacional e pelo Banco Mundial – já em curso desde a era FHC. O
governo busca acelerar medidas que fragmentem a mobilização docente
e que coloquem em xeque um ensino superior de qualidade.
Docentes e discentes têm como uma de suas principais
bandeiras a luta contra a privatização das universidades públicas. A
demanda em defesa de uma universidade pública, gratuita, laica e de
qualidade tem aumentado, principalmente quando se trata da Reforma
Universitária – que visa sucatear ainda mais o sistema educacional
brasileiro.
O Programa Universidade para Todos – ProUni (PL 3582/2004)
já foi editado como Medida Provisória. Atualmente, também tramitam
no Congresso Nacional os projetos da Lei de Inovação Tecnológica
(PL 3476/2004) e de Parcerias Público-Privadas – PPPs – (PL
2546/2003). Tais medidas são exemplos de como o governo pretende
deslocar custos com a Educação para setores outros, como o pagamento
da divida externa, seguindo determinações das já citadas
organizações internacionais.
O objetivo do governo federal é captar recursos privados
para o financiamento das atividades e despesas das universidades
públicas, assim como beneficiar faculdades privadas por meio da
isenção de impostos.
Ao contrário do que tem sido divulgado pelo MEC, não existe
um consenso em prol da Reforma Universitária. Tanto é assim, que o
ANDES-SN conclama a todas as seções sindicais, entidades estudantis
e afins para que estejam juntos contra a famigerada política do
governo federal para as universidades públicas brasileiras.
Agenda de
atividades
10
a
15/10 - Encontros estaduais unificados
11/11 - Dia nacional de paralisação nas universidades públicas
25/11 - Grande Marcha a Brasília
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Regimento
Eleitoral em discussão na
UFRRJ
Docentes,
discentes e técnico-administrativos
apresentam propostas
A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro prepara-se
para as eleições para a Reitoria de 2005/2009. Por isso, uma
pré-comissão eleitoral, composta por dois membros de cada segmento,
foi criada para reelaborar uma proposta de Regimento Eleitoral. Os
docentes foram representados pelos professores Canrobert P. L.Costa
Neto e Maria Teresa Carneiro da Cunha.
Dentro do segmento docente, esta proposta foi discutida
pela Diretoria da ADUR-RJ (Associação dos Docentes da UFRRJ) e pelo
Conselho de Representantes da entidade, que formulou um documento
base para ser avaliado pelos docentes, discentes e
técnico-administrativos, nas assembléias de suas categorias.
A proposta dos Docentes, discutida e aprovada nas
assembléias de 13 e 14 de setembro, foi disponibilizada na homepage
da ADUR–RJ.
No último dia 23, em reunião conjunta sem caráter
deliberativo, estudantes, técnicos e professores apresentaram as
propostas de seus segmentos.
Assim, a ADUR-RJ optou por realizar nova Assembléia de
Docentes no próximo dia 29 de setembro, às 9 horas, no Gustavão. O
objetivo desta reunião é apresentar e discutir os pontos divergentes
das propostas de cada segmento.
Docentes, discentes e
técnico-administrativos estão convidados a participar da
Assembléia Conjunta paritária a realizar-se no dia 07 de
outubro (quinta-feira), às 9 horas, no Gustavão. Nesta
assembléia, será homologado o Regimento Eleitoral definitivo.
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Seminário:
Reforma
Universitária
A
Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro (ADUR-RJ) e o Diretório Central dos
Estudantes (DCE) promoverão um seminário sobre a
Reforma Universitária nos próximos dias 5 e 6 de
outubro, às 8h30min, no Gustavão. É importante
contar com a participação de todos, pois somente com forte
mobilização será possível combater a reforma universitária
proposta pelo governo.
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Calendário
Acadêmico
•
27/9 - Reinício do período
2004-1.
• 27/9 a 2/10
- Revisão do conteúdo programático e trancamento de
matrícula.
• 15/10 - Solicitação de
alteração curricular para 2004-2.
• 10/11 - Término do
período 2004-1.
• 11 a 13/11
- Provas opcionais.
• 17 a 26/11
- Matrícula dos alunos que ingressaram em 2004-1 e
anteriores, nas coordenações.
• 22/11 - Previsão de
início do período 2004-2.
• 29/11 - Início do período
de matrícula em disciplinas para os alunos
que solicitaram aproveitamento de créditos, para os
aprovados em transferência e aluno especial. |
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Greve
dos servidores da
UFRRJ
chega ao fim
Correção salarial e plano de carreira ainda são as
principais
reivindicações da categoria
No último dia 20, os técnico-administrativos da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro suspenderam a greve, que durou quase
três meses. A decisão foi aprovada em assembléia realizada no
Sintur.
De acordo com Leonir Tunala Resende, coordenador geral da
entidade, o governo não atendeu às exigências da categoria em
relação ao reajuste salarial e plano de carreira. O que houve,
segundo o entrevistado, foi a instalação de uma gratificação
diferenciada para o segmento – estratégia do governo para sugerir
uma possibilidade de negociação, enquanto é sabido que ela não
corresponde às reais necessidades da categoria.
Leonir Tunala Resende, funcionário da UFRRJ há mais de 40
anos e um dos fundadores do Sintur, também integrou o Comando
Nacional de Greve da FASUBRA (Federação de Sindicatos de
Trabalhadores das Universidades Brasileiras) e acompanhou as
negociações com o governo em Brasília.
Para Duclério José do Vale, coordenador financeiro do
Sintur, além da correção salarial, é preciso insistir na luta por um
plano de carreira, sobretudo porque muitos profissionais – alguns
até com curso de pós-graduação – são mal aproveitados pelo quadro
técnico da universidade.
Ele afirmou que houve uma forte mobilização de cerca dos
1.100 funcionários na ativa da UFRRJ, principalmente os dos três
pilares de apoio da universidade: biblioteca, restaurante e setor
médico. Duclério do Vale diz que essa mesma adesão e espírito de
luta por melhorias para os técnico-administrativos devem ser
mantidos acesos, ainda que a greve tenha sido encerrada.
“Acho que um
plano de carreira é aquele que contempla uma ascensão profissional e
isso não existe. Hoje somos subestimados em nossa capacidade. O
serviço público está aquém do que deveria ser porque não há uma
política de incentivo, motivação e aproveitamento do profissional”,
afirma Duclério do Vale.
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Servidores públicos ocupam
plenário da Alerj
O plenário da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro
(Alerj) foi ocupado, no dia 21 de setembro, por servidores da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade
Estadual do Norte Fluminense (UENF), da Fundação de Apoio à Escola
Técnica (FAETEC) e funcionários da saúde, que reivindicam reposição
salarial e plano de carreira. Eles pressionaram os deputados para
que intermediassem as negociações entre a categoria e a governadora
Rosinha Matheus.
Dez minutos após o início do protesto, a sessão foi
encerrada pelos deputados, que não se pronunciaram quando os
servidores públicos foram violentamente retirados da Alerj pelos
seguranças da instituição. Os funcionários públicos não se
intimidaram e protestaram em frente as escadarias da Assembléia
Legislativa.
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Andifes apóia decreto que regulamenta relações
entre IFES e
Fundações de
Apoio
Por Rose Veronez*
Ao mesmo tempo que reafirma a importância das fundações de
apoio, o decreto normatiza seu funcionamento, buscando o controle
das fundações pelas Ifes, a transparência nessa relação e a garantia
de que as funções das fundações sejam realmente de apoio, sem
distorções”.
O Decreto nº 5.205, de 14/9/2004, que regulamenta a Lei nº
8.958/94, sobre as relações entre as instituições federais de ensino
superior (Ifes) e pesquisa científica e tecnológica e as fundações
de apoio, foi publicado na quarta-feira, dia 15/9, no ‘Diário
Oficial’ da União.
A presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes
das Instituições Federais de Ensino Superior), reitora da UFMG Ana
Lúcia Gazzola, vê o decreto com simpatia, por ser o resultado de
trabalho integrado entre a Andifes, a Secretaria de Educação
Superior do MEC, o Ministério da C&T e o Conselho das Fundações de
Apoio.
Ao mesmo tempo que reafirma a importância das fundações de
apoio, o Decreto normatiza seu funcionamento, buscando o controle
das fundações pelas instituições, a transparência nessa relação e a
garantia de que as funções das fundações sejam realmente de apoio,
sem distorções», diz a presidente da Andifes.
A inexistência de legislação precisa estava criando grandes
dificuldades às Ifes, segundo a reitora, o que levou a Andifes a
solicitar a agilização deste processo, antes mesmo de ser
implemen-tada a Reforma Universitária.
Entre as principais mudanças promovidas pelo decreto está a
possibilidade de que as fundações de apoio executem projetos de
desenvolvimento institucional, como a construção de um prédio, por
exemplo.
Isso era praticamente impossível, porque não tínhamos
amparo legal», explica a reitora. Outro ponto favorável é a
celebração de contratos entre a fundação de apoio e outras
entidades.
Ou seja, a fundação de apoio poderá estabelecer contratos
para fins de pesquisas, consultorias e projetos com outras
instituições, desde que tais atividades sejam compatíveis com a
finalidade da instituição apoiada.
Os servidores das universidades poderão participar,
esporadicamente, em projetos de sua especialidade. O decreto,
assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da
Educação, Tarso Genro, e o ministro de C&T, Eduardo Campos, também
deve evitar a proliferação das fundações de apoio.
Antes não havia restrições para a criação de uma fundação,
a Universidade não podia impedir o seu credenciamento, agora uma
fundação não será criada se o conselho superior da instituição não
autorizar», enfatiza a presidente da Andifes.
A reitora Ana Lúcia considera tudo isto um avanço, por ser
um marco regulatório para o funcionamento das fundações de apoio, o
que deve trazer resultados muito positivos às Ifes.
*Assessora
de Comunicação do Andifes.
Fonte: Jornal da Ciência, em 17 de setembro de 2004
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Setor
das IFES
realiza reunião em Brasília e
CNESF
discute
orçamento
de 2005
e
reajuste salarial
Após o término do movimento de greve e com a tramitação das
Medidas Provisórias 198/04 e 208/04 no Congresso Nacional, as
Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) realizaram reunião
em 25 de setembro de 2004, na sede do ANDES-SN, em Brasília para
discutir ações contra a atual política do governo federal para as
universidades públicas.
Com o
adiamento da plenária dos Servidores Públicos Federais, agendada
para dia 26 de setembro, a Coordenação Nacional das Entidades de
Servidores Federais (CNESF) convocou as seções sindicais para uma
reunião para o mesmo dia, a fim de discutir o orçamento de 2005, o
reajuste de salarial e a relação entre o Estado e a carreira do
servidor público.
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Por que tamanho apreço pela privatização da
educação superior?
Por Roberto Leher*
A generosa MP-213 que institui o ProUni vem ao encontro dos
mais ambiciosos sonhos das instituições filantrópicas,
comunitárias, confessionais e empresariais de educação superior.
Após décadas de isenções fiscais e da contribuição patronal para a
previdência social (superior a 20% do custo da folha de
pagamento), benefícios que correspondem a um subsídio público de
25% em seus gastos, aporte que corresponde a cerca de R$ 840
milhões ao ano, as instituições filantrópicas que, a despeito de
seu “desprendimento material”, reúnem grande parte das maiores
instituições de ensino superior do país, poderão fazer associações
com empresas estrangeiras, a exemplo do que ocorre hoje entre o
Pitágoras do ministro Walfrido Mares Guia e a Apollo
International, vender patrimônio adquirido com isenções fiscais,
como aviões, prédios, terrenos etc., remunerar os seus sócios,
distribuir lucros e deixar o patrimônio como herança, tudo isso
sem deixar de continuar de receber magnânimo apoio do Estado:
mesmo na condição de instituições empresariais gozarão de completa
isenção de impostos, o que reduz em cerca de 15% os seus gastos em
troca de modestíssimas vagas.
Mas a generosidade governamental não pára aqui. Somente
após cinco anos os agora empresários não apenas de fato, mas
também de direito, estarão pagando a integralidade da contribuição
patronal para a previdência social.
Caso todas as instituições venham a aderir ao ProUni,
haverá um subsídio superior a R$ 2 bilhões /ano aos empresários,
isso sem contar os cerca de R$ 1 bilhão do FIES. É importante
destacar que o número de vagas é muito inferior às metas
originalmente estabelecidas. Inicialmente, o MEC previa 400 mil
vagas; agora não passará de 180 mil, meta a ser alcançada daqui a
três anos, sendo metade composta de bolsas parciais (como os 50%
restantes serão custados pelos alunos de baixa renda?)! A rigor,
todos esses cursos poderiam ser na forma de “cursos seqüenciais”
de curtíssima duração, a modalidade de educação minimalista “em”
nível superior para os mais pobres. Da versão original à MP, o
custo relativo de cada vaga foi multiplicado por 2,8!
Estudo da entidade dos reitores das universidades federais
afirma que com apenas R$ 1 bilhão seria possível generalizar o
ensino noturno das IFES, criando aproximadamente 400 mil novas
vagas. Com o total de verbas públicas que está sendo previsto para
as instituições privadas poderíamos ter mais de um milhão de novas
vagas. Os fatos desmentem o propósito social dessa política que
faz avançar ainda mais a privatização do ensino superior, setor
que totaliza 88% das instituições e 72% dos estudantes do ensino
superior.
Na concorrida Plenária Nacional do Fórum Nacional em Defesa
da Escola Pública (FNDEP), em 11 de setembro, todas as entidades
– Andes-SN, Conselho Federal de Psicologia, Contee, CNTE, CUT,
Executivas Nacionais de Cursos, Fasubra e UNE - se posicionaram
contra o ProUni.
Como o Projeto de Lei passou a ser criticado e combatido
por todos os setores, inclusive por reitores de universidades
privadas que recusam a nivelação por baixo de todas as
particulares, e na falta de argumentos para justificar essa
política iníqua, Lula da Silva encaminhou o Programa por meio do
uso autoritário de MP. A demonstração do grau de isolamento da
política do governo Federal para a educação não poderia ser mais
eloqüente.
A pergunta sobre as reais motivações dessa medida é
inevitável. Em um contexto de dramático estrangulamento
orçamentário das instituições públicas, vítimas do draconiano
superávit primário que fez secar as políticas públicas, por que
tamanho desapreço pelas instituições públicas que tanta
contribuições têm dado ao povo brasileiro? Lula da Silva está
convencido de que as privadas são socialmente mais democráticas.
Contudo, essa crença, conforme o IBGE, é falsa. A renda dos
estudantes das privadas, comparando curso-a-curso é superior a
dos estudantes das públicas. Isso não quer dizer, em absoluto, que
o ensino superior do país seja democrático. Longe disso, o Brasil
é um dos países da América Latina de menor percentual de jovens
neste nível de ensino.
Qual a melhor alternativa: estabelecer a políticas de
acesso vinculadas a expansão do ensino público, de alta qualidade,
esforço que fortalecerá a capacidade de produção de conhecimento
socialmente relevante ou inflar as estatísticas com cursos
seqüenciais aligeirados, sufocando o setor público? Há dez anos, o
Banco Mundial elaborou um documento afirmando que, no caso dos
países latino-americanos, a única alternativa era esta última
opção.
A expectativa dos 52 milhões de brasileiros que votaram
contra o neoliberalismo é de que a educação deve ser vista como um
direito fundamental e não como uma mercadoria. Por isso, a
reivindicação da universidade pública e gratuita como um direito
de todos terá de ser buscada no espaço público.
Os professores, técnicos e administrativos e estudantes que
lutam para impedir essa contra-reforma, reunidos em uma Plenária
Nacional que contou com mais de 1700 partici-pantes, estão
convidando o povo a se manifestar em defesa da educação pública no
dia 25 de novembro em Brasília. A hora é essa!
*Professor
da UFRJ e pesquisador do CLACSO do Laboratório de Pesquisas
Públicas da UERJ, ex-presidente do ANDES-SN.
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Jurídico - Gid/Gead e a situação dos aposentados
Por Marcelo Chalréo*
Recente Medida Provisória do Poder Executivo acaba de criar
nova gratificação para os docentes da rede pública federal de 1º e
2º graus, ou seja, a gratificação de incentivo à docência acaba de
ser substituída por outra – a GEAD. Do ponto de vista da política
governamental de conceder “reajustes” ou “aumentos” de vencimentos
ou proventos via essa forma, nada se alterou, pois do ponto de vista
mais geral nada discrepa uma gratificação da outra.
É sabido, porém, que muitos docentes que já estavam
aposentados quando criada a GID apenas a percebem por força das
decisões judicais obtidas, como no caso de professores do CTUR - do
contra-cheque consta “decisão judicial não transitada em julgado”.
Para esses, no entanto, aparentemente por um erro técnico cometido
pela Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento,
não houve a garantia de pagamento imediato da nova gratificação por
se entender que não poderia haver a supressão da rubrica que
garantia o pagamento da GID como vinha sendo feita - ordem judicial
- por outra vantagem (GEAD), muito menos o pagamento de ambas.
É certo que o erro é absurdo, pois desde 2002 todos os
docentes aposentados de 1º e 2º graus do ensino federal fazem
(faziam) jus a GID por força de regra explícita que reconheceu esse
direito, sendo de pura responsabilidade da União a grafia constante
no contra-cheque do servidor, que deveria, pura e simplesmente, ter
uma rubrica substituída por outra.
Atento ao assunto, o Coletivo Jurídico do ANDES, após
trocar uma série de informações sobre o ocorrido, começou a
pressionar os órgãos competentes para se encontrar uma solução para
um problema que eles mesmos haviam criado. Essas pressões e
sugestões resultaram num primeiro momento na revogação da primeira
ordem administrativa que suspendera o pagamento da GEAD, mas sem uma
nova posição sobre o que se iria fazer ante o fato.
Posteriormente, após mais e mais encaminhamentos sobre o
assunto, houve um compromisso, ainda não formalizado, contudo, de
que o assunto seria resolvido em breve, isto é, com o pagamento da
GEAD para todos os servidores na condição acima indicada.
Esperamos, assim, que o quão antes possível se regularize a
situação em sede administrativa, posto que uma ação judicial nesse
momento pode inclusive precipitar mais demora na satisfação do
problema, com prejuízos inevitáveis para os principais interessados.
Esse é o breve relato do ocorrido e das medidas levadas a
efeito pelo Coletivo Jurídico do ANDES -SN.
*Advogado da
ADUR-RJ
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Mobilização contra
Reforma
Sindical
Reunião do Pleno Nacional do GTPFS discutiu as
reformas sindical e trabalhista
Durante os dias 3 e 4 de setembro, em Brasília, houve uma
reunião do Pleno Nacional do Grupo de Trabalho Política de Formação
Sindical (GTPFS), coordenado por Ceres Maria Ramires Torres, Zenilde
Moreira Borges de Morais, Paulo Marcos Borges Rizzo e Edmundo
Fernandes Dias. Representantes do ANDES – SN (Antonio de Pádua Bosi,
Céres Maria Torres, Edmundo Fernandes Dias e Paulo Rizzo) e de
diversas seções sindicais participaram desta reunião, cujo objetivo
era discutir, principalmente, as reformas sindical e trabalhista.
O grupo foi unânime ao reconhecer as implicações negativas
que estas reformas podem trazer para os interesses dos
trabalhadores, para os sindicatos combativos e para a mobilização da
categoria. Foram tirados alguns encaminhamentos, como a realização
de um Seminário Nacional antecedendo o 49º CONAD e o estabelecimento
de contato com outras entidades sindicais que estejam participando
da convocação dos seminários. A participação de fóruns unificados e
a necessidade de se construir uma unidade política contrária às
atitudes do poder federal também foram destacadas, assim como a
manifestação do ANDES-SN sobre o posicionamento da Central Única dos
Trabalhadores (CUT) na construção do projeto de Reforma Sindical.
As seções sindicais presentes apresentaram um panorama das
atividades que têm realizado em prol da mobilização de docentes e
discentes contra a política de Lula da Silva. A maioria afirmou que
têm participado ativamente das reuniões e encontros em torno desse
momento político delicado, incluindo, por exemplo, a participação em
atos e nos Fóruns Regionais de Lutas e a construção da Marcha a
Brasília, em 25 de novembro, contra a Reforma Universitária.
Segundo o Documento Síntese desta reunião, o ineditismo de
um ex-operário ter alcançado a Presidência da República deste país
não alterou a natureza de se governar. O mesmo documento também nos
alerta contra as artimanhas do discurso neoliberal, que vê nos
antagonismos de classe uma ameaça à acumulação do capital, e
conseqüentemente, à governabilidade do Estado. Com o aprofundamento
do neoliberalismo, tem início uma fase “reformista”, em que ocorre a
flexibilização das relações de trabalho – reconstruindo também as
relações econômicas e tentando silenciar as classes sociais. O
Documento afirma que as Reformas Sindical e Trabalhista, propostas
por Lula e endossadas pela CUT, tentam passar a idéia de que “o
antagonismo cederia lugar aos consensos progressivos”. Elas
transferem para as Centrais Sindicais o poder de mediar as questões
trabalhistas e tentam acabar, na prática, com a autonomia dos
sindicatos de base.
O Documento Síntese desta reunião do GTPFS ainda critica a
Central Única dos Trabalhadores — que tem sido progressivamente
debilitada, a partir de um posicionamento majoritário da sua
diretoria no conjunto das lutas –, o Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Superior (SINAES), a adequação das Parcerias
Público-Privadas (PPPs) e as reformas sindical e trabalhista. Do
mesmo modo, expressa o desejo do ANDES-SN em promover a articulação
com as demais entidades, na luta por sindicalismo autônomo e
independente.
Grande
Marcha a Brasília
Para protestar contra esta Reforma Sindical, representantes
do ANDES-SN, parlamentares e cerca de 300 sindicalistas estiveram no
Congresso Nacional, no último dia 14 de setembro.
Marina Pinto, presidente do ANDES – SN, conclamou entidades
e militantes a se engajarem e participarem, no dia 25 de novembro
deste ano, de uma Grande Marcha a Brasília contra a Reforma
Sindical. Marina Pinto afirmou que a reforma sindical do governo
Lula integra o projeto de superação da crise econômica, operando de
acordo com os preceitos neoliberais.
De acordo com a presidente do ANDES-SN, a união e
mobilização das seções sindicais são de extrema importância neste
momento de luta.
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Setor
das IPES
discute reforma
sindical
e se prepara para
49º CONAD
Qualidade do ensino superior é cada vez mais preocupante
Nos dias 13 e 14 de agosto, ocorreu, em Brasília, a reunião
do setor dos docentes das Instituições Particulares de Ensino
Superior (IPES). A situação jurídica e a relação com as mantenedoras
constavam na pauta desta reunião, assim como a reforma universitária
e o Programa Universidade Para Todos (ProUni).
Dentre outras deliberações, o Setor decidiu que a
Encarregatura e Assessoria Jurídicas das IPES produziriam um
mapeamento das questões legais que têm sido discutidas neste setor e
analisariam a estabilidade sindical de seus dirigentes. O Coletivo
Jurídico avaliará as propostas das reformas trabalhista e sindical
com foco nesta entidade. Um levantamento sobre a situação das IPES e
sua possibilidade de expansão também será feito por cada unidade
regional.
Os participantes demonstraram preocupação com o tratamento
dispensado aos profissionais de ensino superior e denunciaram
irregularidades em mantenedoras. Citaram que, em alguns casos,
contra-cheques não são fornecidos, os salários estão atrasados em
até 3 meses – tendo sido usados para pagamento de dívidas da
universidade com agiotas – e que o imposto de renda é descontado e
não repassado à Receita Federal. Outra acusação feita é a de que o
vestibular é realizado semanalmente, sem se considerar o calendário
letivo. Os docentes são constantemente ameaçados por fazerem tais
denúncias.
A partir da gravidade destas revelações, também foi
deliberado que estas denúncias seriam disponibilizadas na página do
ANDES-SN, assim como divulgadas em vários setores do MEC por meio de
um dossiê. Existe ainda a proposta de encaminhamento destas
acusações ao Ministério Público.
Outro assunto discutido foi a elaboração da pauta do 49º
CONAD, a realizar-se entre os dias 5 e 7 de novembro de 2004, em
Brasília. O grupo, que já se mobiliza para o evento, pretende
realizar assembléias em diversas cidades, cuja convocação será feita
via imprensa e material de divulgação. O que se pretende é
construir uma campanha nacional para dar visibilidade as IPES, que
almejam reunir filiados necessários para tornar-se uma
multi-institucional. |
ANDES-SN AVALIA GREVE E
REJEITA MP 208/04
Leia documento
divulgado pelo Comando Nacional de Greve,
que defende a valorização do trabalho docente e da
universidade pública, gratuita e de qualidade
“As
ações desenvolvidas pelo atual governo pautam-se no modelo de Estado
resgatado das eras Collor de Melo e FHC desconectadas das
instituições da sociedade civil, voltadas exclusivamente para a
primazia do capital e atreladas ao “gerencismo” de seus agentes
multilaterais: Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e
Organização Mundial do Comércio. Para ajustar a imposição desse
quadro, comprometeu-se com a disjunção do ente público de forma a
poder intercambiar os interesses do capital privado. O seu Projeto
de Parcerias Público-Privadas (PPP) que, a alto custo, pretende
aprovar no Parlamento, constitui-se em medida indispensável para que
se efetive o redesenho do Estado, defendido pelos atores que encenam
a rigidez do governo, insensível a todos os argumentos reprovadores
do autoritarismo e da truculência. O vale-tudo que impera na
república lulista avalisa toda sorte de decisões enviesadas na
arbitrariedade que desdenha a história dos movimentos sociais, a boa
política, a autonomia dos poderes republicanos, a transparência; que
fecunda o nepotismo, o fisiologismo, a mordaça, em franca oposição
ao desempenho democrático que a classe trabalhadora tinha como
expectativa.
No campo das
estratégias, o ataque à organização dos servidores públicos federais
deu prosseguimento ao desmonte de suas entidades com direcionamento
claro aos antagonistas da nova ordem impetrada, o que foi conseguido
mediante o processo divisionista e cooptante do movimento sindical
pelo governo. Muitos foram atraídos pelo “canto de sereia”. Mas a
ganância do poder capitalizado não poderia deixar de fora o que até
então se situava como baluarte da resistência, a Universidade
Pública. Para ela, especiais artimanhas foram engendradas, com
singular capacidade de recuperação dos construtos neoliberais
deixados pelos arautos cardosianos, como a categorização das
Organizações Sociais. Assumido o modelo, com atores já perfilhados
na nova casta de trabalhadores envolvidos com a produtividade, a
“universidade–empresa” surge como o mais espetacular cenário para
aliar competência, capital, empreendedorismo e mercado. Quem vai
resistir ao inebriante canto? Todos aqueles que, assim como o
ANDES-SN, expoente nessa luta, são contra a liquidação da autonomia
sindical, e defendem a Universidade Pública, autônoma, gratuita e
referenciada no social.
Ao ataque a
Universidade que se quer preservar, o Sindicato opõe-se reafirmando
seus princípios historicamente construídos, tão insistentemente
trivializados no divisionismo do movimento docente que, pensadamente
ou não, submete-se à ingerência do governo central. Não é coisa
menor, neste cenário, o elenco de propostas que consagram os eixos
da contra-reforma Universitária entronizados sob os auspícios dos
mecenas do capital, de plantão. Autonomia, financiamento, avaliação,
gestão, e toda a organização da educação brasileira é revirada para
impor, com molduras populistas e messiânicas, a “nova universidade”,
que surge com a reestruturação do Estado.
A Campanha
Salarial dos Servidores Públicos Federais (SPF) lançada em março de
2004, apontava a necessidade de enfrentamento em conjunto pelos
servidores públicos, para arrancar do governo o atendimento à pauta
emergencial e a recomposição salarial. Entretanto, as sucessivas
reuniões da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) não se
traduziram em negociações efetivas. Para enfraquecer a Coordenação
Nacional dos Servidores Públicos Federais (CNESF), o governo
utilizou a tática de apresentar reajustes diferenciados às
categorias, baseados em gratificações produtivistas, desarticulando
a MNNP, o que contribuiu para inviabilizar a construção de uma greve
unificada dos SPF. Em abril, o governo sinalizou para os docentes um
reajuste na GED e na GID, que faria com que as gratificações
passassem a representar 80% do salário dos professores. O Movimento
Docente rejeitou majoritariamente tal proposta, por entender que
atentava contra os princípios de paridade e isonomia.
O governo
convocou, em maio, uma reunião da MNNP apenas para lançar seu
ultimato: as categorias teriam um prazo máximo para aceitar os
reajustes setoriais. Para os docentes, o que se mostrou a seguir,
foi apenas a apresentação de simulações salariais, várias delas não
oficializadas, configurando ações meramente protelatórias, ampliando
a indignação no conjunto da categoria.
Em junho, o
movimento docente elaborou contra-proposta calcada nos princípios da
paridade e da isonomia, com a extinção da GED e da GID e a criação
de gratificação emergencial não-produtivista, extensiva aos
professores com contrato temporário, cuja incorporação estaria
prevista em um calendário a ser negociado. Apresentou a proposta ao
governo e os professores, reunidos no 48º CONAD, definiram o prazo
de 25 de junho para a resposta e indicaram a greve para a primeira
quinzena de julho, caso o governo não respondesse à proposta
elaborada pelo movimento. Novo golpe à unidade do movimento foi
desferido quando, em 12 de julho, o governo fechou acordo com o
SINASEFE, para reajuste salarial dos docentes da carreira de 1º e
2º graus, inclusive daqueles representados pelo ANDES-SN, sem a sua
participação.
No dia 30 de
julho, os representantes do governo apresentaram sua proposta, desta
vez dita “oficial”, de reajuste na GED, sem sua extinção, portanto
sem assegurar a isonomia e a paridade. As assembléias mais uma vez
rejeitaram a proposta do governo, reafirmando os princípios de
paridade e isonomia e apontaram para a greve, a ser iniciada no dia
5 de agosto.
A greve, cujo
indicativo havia sofrido diversos adiamentos, impôs-se como
necessidade, sem a qual não se conseguiria remover o governo de sua
inflexibilidade, e o setor das IFES indicou a necessidade de um
movimento forte e unitário, que envolvesse o conjunto do Sindicato.
O governo tinha todas as condições materiais e políticas para
atender a reivindicação, mas optou por não fazê-lo e tratou de
romper as negociações.
Em plena greve, o
governo afirmou que encaminharia sua proposta por meio de medida
provisória (MP), adiantando-se na edição da mesma, antes que a greve
se fortalecesse. Entretanto, a MP 208/04 apresentou discrepâncias
profundas ao conteúdo oficializado ao Sindicato e anunciado pelo
governo nos meios de comunicação, uma vez que intensificava o
caráter produtivista da GED, aumentava o fosso entre professores da
ativa e aposentados e abria caminho para a contra-reforma
universitária.
O conteúdo da MP
208/04 causou indignação generalizada entre os professores e a mesma
foi rejeitada, até o momento, por 32 assembléias. Quando o governo
rompeu a negociação, anunciava que a extinção da GED e a paridade
ficariam para o futuro, assuntos que seriam tratados em um GT do
MEC. No entanto, a MP reforçou a GED, criando uma situação de maior
dificuldade para sua extinção e a conseqüente paridade e isonomia.
De fato, o governo não poderia extinguir a GED, porque sua lógica
compõe a concepção de carreira contida na contra-reforma
universitária. Assim, ao contrário de apontar sua extinção, a MP
208/04 indica que os critérios de avaliação e contagem de pontos
serão redefinidos no prazo de 180 dias.
Duas medidas
provisórias definem hoje a remuneração dos docentes em atividade e
aposentados das IFES, a MP 198/04 e a MP 208/04. A primeira, editada
em 15 de julho de 2004, abrange os professores do Ensino
Fundamental, Médio e Tecnológico e foi produto de acordo firmado
entre governo e SINASEFE. A segunda, editada em 20 de agosto de
2004, abrange os professores do Ensino Superior e não resultou de
qualquer acordo. Ao contrário, a MP 208/04 foi resultado da não
aceitação pelo governo da proposta do ANDES-SN, aprovada pela
maioria das assembléias das seções sindicais. A proposta do ANDES-SN
consistia em estender aos docentes do magistério superior o que fora
estabelecido pela MP 198/04, a saber: extinção da gratificação
produtivista e criação de uma gratificação fixa com paridade entre
pessoal da ativa, aposentados e pensionistas. A MP 198/04, em seu
Artigo 11, institui a GEAD. O § 3º do mesmo artigo define: “A GEAD
integrará os proventos da aposentadoria e as pensões”. O Artigo 12 é
explícito: “Fica extinta, a partir da data de publicação desta
Medida Provisória, a Gratificação de Incentivo à Docência – GID,
(...)”. A greve foi proposta pelo Setor das IFES como forma de luta
para forçar o governo a negociar com o Sindicato o tratamento
isonômico no interior das IFES. Isso se daria com a extinção da GED
e a criação de gratificação fixa com valores isonômicos para o
magistério do ensino superior.
A proposta do
ANDES-SN resultou de inflexões no decurso da campanha salarial em
relação à pauta original, que expressaram a disposição em negociar e
a recuperação da unidade dos sindicatos da área de educação e da
CNESF, que haviam sido divididos pela ação do governo, com o
concurso da CUT e a opção pela divisão feita por algumas entidades,
como o fez o SINASEFE.
Ao negociar em
separado com o SINASEFE, firmar com este um acordo e editar medida
provisória, o governo explicitou sua política de fragmentação da
educação em sistemas distintos, indicando sua posição em relação aos
diversos níveis de ensino, antecedendo-se às contra-reformas do
ensino superior e sindical, uma vez que escolheu com quem negociaria
e determinou a abrangência de tal negociação.
Os representantes
do governo insistiram, nas conversas com o ANDES-SN, que não
poderiam atender ao pleito do Sindicato porque teriam atingido o
limite da disponibilidade orçamentária da União, apesar da demanda
da proposta ser de um acréscimo de apenas 70 milhões de reais. No
entanto, o que estava em questão não era o impacto financeiro, mas a
concepção de carreira que o governo sustenta para o magistério
superior. Isto ficou comprovado com o montante de recursos
necessários à implementação da MP 208/04.
O embate entre
duas propostas salariais, a do Sindicato e a do governo, é parte do
enfrentamento entre duas concepções de universidade. De um lado, a
defesa do caráter público e social da produção e transmissão do
conhecimento, de outro, a adaptação da Universidade Pública à lógica
da mercantilização do conhecimento. O mecanismo da GED, introduzido
em 1998, de condicionar a remuneração do trabalho docente à
avaliação quantitativa de resultados, contribui para o processo em
curso, de transformação do conhecimento produzido na universidade em
bem de propriedade individual que pode ser objeto de troca, isto é,
mercadoria. No modelo produtivista, a identidade docente é
ressignificada pela do mercador de conhecimento. As regras de
desempenho docente passam a ser as do mercado, isto é, da
competição. A competitividade torna-se valor social e norma de
convívio entre os pares. Destrói-se, com isso, a sociabilidade
coletiva e a esfera pública é reduzida a campo de batalha
fratricida, que a MP 208/04 pretende transformar em guerra
permanente, como já apontou este CNG.
Mesmo diante da
manifestação de indignação por parte dos professores e da rejeição
da MP nas assembléias gerais, a mobilização da categoria não
avançou. Esse fato se deveu à maneira truculenta com que o governo
rompeu as negociações ao editar a Medida Provisória, configurando um
cenário com uma probabilidade muito menor de reversão, visto que a
MP já está em vigor.
O encerramento
dessa etapa de luta deve ter como perspectiva a recomposição das
forças do Movimento Docente e sua preparação para a seqüência dos
enfrentamentos que se avizinham. A continuidade da luta, após o
término da greve, dá-se em torno dos mesmos eixos, que são os
princípios da paridade, da isonomia e da extinção da GED.
A rejeição à MP
208/04 pelas AG tem o significado da defesa da valorização do
trabalho docente, da universidade pública, gratuita e socialmente
referenciada, da carreira e diz um NÃO às manobras governistas que
visam a entrega da Universidade Pública, patrimônio social, ao
empreendedorismo, à especulação mercadológica do conhecimento, alvo
da Lei de Inovação Tecnológica. Há uma imensa frente de trabalho e
resistência entreaberta com a mobilização garantida pela nossa base,
que bem assimilou a agressividade do governo em assegurar seu
empenho entreguista.
A contraposição a
toda essa conjuntura exige do ANDES-SN promover uma ampla campanha
pelo fim da GED, pela paridade entre pessoal da ativa e aposentados
e pela isonomia no interior das IFES. O Movimento Docente,
reorganizado após o embate das últimas semanas, deve desenvolver
intenso trabalho no Parlamento, com todos os partidos, denunciando a
atitude do governo, que em todos os cenários se predispõe ao
desmonte da universidade pública.
O momento é de
ânimo, é de luta, é de resistência e temos força para isto: as
assembléias já o disseram. Estamos prontos para fazer frente às
contra-reformas em andamento, e no que tange à reforma
universitária, o impulso criado com a Plenária Nacional de 12 de
setembro, em Brasília, nos assegura que, em conjunto, os estudantes,
os técnico-administrativos, os professores e todos os movimentos
sociais solidarizados na luta, conseguiremos conter as investidas
aos nossos direitos.”
Fonte: ANDES-SN/CNG/BOLETIM Nº 11, 10
e 11/09/2004.
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