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Publicação da
Associação dos Docentes da
UFRRJ - Seção
Sindical do Andes-SN
Filiada à CUT

   



 Nº 58
 27 de janeiro de 2004


 
                                ADUR Informa -  Publicação da Associação dos Docentes da UFRuralRJ. 
                                         
Conselho Editorial: Abner Chiquieri,  Áurea Echevarria,  Luciana Nóbrega, Luiz 
                                                              Mauro, Nídia Majerowicz, Valdomiro Neves, Ricardo Berbara.

                                          
Edição e editoração:  Regina Rocha (Reg. 16269/MTb). 
                                Reportagem e redação: Regina Rocha e Ana Manuela Soares.
                                Fotos: Lenin Pires.

                                 
  As matérias não assinadas são de responsabilidade do Conselho Editorial.

LULA DEMITE CRISTOVAM BUARQUE

NOVO TITULAR DO MEC DIZ QUE A UNIVERSIDADE TEM QUE SER
PÚBLICA E GRATUITA

 

Tarso Genro, à direita, substituirá Cristóvão Buarque: prioridade na Educação é a Reforma Universitária

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu na manhã da última sexta-feira, 23/1, por telefone, o  ministro da Educação, Cristovam Buarque. Ele estava de férias em Portugal. Para seu lugar foi  convidado o ex-prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro. Segundo o jornal Folha de São Paulo, que  consultou o Ministério da Educação, no telefonema, Lula disse a Cristovam que precisaria do cargo  porque pretende fazer uma reforma universitária e quer à frente uma pessoa que esteja fora do  mundo acadêmico.

Durante a semana passada Lula teria dito aos novos ministros que não agüentava mais “acadêmicos” no governo e que tiraria Cristovam. “Quero ministros para apresentar resultados, não para ficar com tese, com conversa”, escreveu a Folha. O presidente disse que era hora de mostrar  resultados e que a educação era uma área sensível. Lula teria optado por Tarso, ex-prefeito de Porto  Alegre, devido à sua experiência administrativa. 

DÉFICIT COM AS CLASSES POPULARES

Em sua primeira entrevista como ministro da Educação, ao jornal O Globo de 25/1, Tarso Genro  optou pela cautela ao tratar de assuntos delicados como as reformas universitária e ministerial. Sobre a universidade pública, Tarso disse  que a linha do governo era mantê-la pública e gratuita.  Reconhecendo a existência do que chamou de “grande déficit com as classes populares”, o novo ministro afirmou que o problema do acesso ao ensino superior para as classes mais pobres é um  problema complexo, revelando-se cético com propostas como política de cotas. “Temos que ter  macrossoluções, que vão desde a inclusão social e da melhor distribuição de renda até políticas  específicas destinadas às classes populares para qualificá-las para chegarem na (sic) universidade pública”. Genro disse não acreditar que uma privatização da universidade resolva o problema,  muito embora, ao ser perguntado sobre cobrança de taxas para ex-alunos, como proposto pela  deputada Selma Schoms (PT/PR), tenha preferido dar uma resposta evasiva, calcada em reservas  jurídicas.  “Antes de emitir uma opinião teria que se avaliar a sua constitucionalidade”.

Dizendo-se satisfeito e assustado, Tarso Genro avaliou a reforma ministerial como profunda, atingindo três objetivos: “sinalizar à sociedade no sentido de renovação da segunda etapa; incluir o  PMDB na base do governo e reequilibrar internamente as relações políticas do governo”.

 

DANÇA DAS CADEIRAS

Seis novos ministros foram nomeados na primeira reforma ministerial do governo Lula. Seis  ministros foram demitidos e outros três remanejados.

O senador Amir Lando (PMDBRO) será o novo ministro da Previdência, no lugar de Ricardo  Berzoini  (PT-SP), que vai para o Ministério do Trabalho. Jaques Wagner sai do Trabalho e vai para  a Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, antes comandada por Tarso  Genro (PT-RS), que assumirá o Ministério da Educação, no lugar de Buarque.

O deputado federal e ex-prefeito de Belo Horizonte Patrus Ananias foi confirmado como titular do  novo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que vai agregar as extintas pastas  de Segurança Alimentar e Assistência Social. O exlíder do governo na Câmara, Aldo Rebelo  (PCdoB-SP) é o ministro responsável pela Secretaria de Coordenação Política e Assuntos  Institucionais, também criada na reforma. O deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE) segue para o  Ministério das Comunicações; outro deputado, Eduardo Campos (PSB-PE), vai para o Ministério da  Ciência e Tecnologia; Nilcéa Freire, ex-reitora da Uerj, substitui Emília Fernandes na Secretaria  Especial de Políticas para as Mulheres; e Miro Teixeira, que deixou o Ministério das  Comunicações, será o líder do governo na Câmara.
 

REUNIÃO PREPARATÓRIA PARA O CONGRESSO DO ANDES-SN

SEGUNDA E TERÇA-FEIRA, 02 E 03/02, ÀS 13H, NA ADUR.

ABERTA A TODOS OS FILIADOS.

ASSEMBLÉIA GERAL

DIA 10/02, TERÇA-FEIRA, ÀS 13H, NA ADUR

PAUTA:

· CAMPANHA SALARIAL;

· EMBATES CONTRA AS REFORMAS PROPOSTAS PELO GOVERNO;

· ESCOLHA DE DELEGADO PARA A PLENÁRIA DOS SPF;

· CONGRESSO DO ANDES-SN.


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23º  CONGRESSO DO ANDES-SN

REUNIÃO NA ADUR-RJ PREPARA CONGRESSO

NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA, DIA 02/02, ÀS 13H, NA ADUR ACONTECE  REUNIÃO PREPARATÓRIA  PARA O CONGRESSO, ABERTA A TODOS OS FILIADOS. O CONGRESSO É TAMBÉM UMA DAS PAUTAS DA  ASSEMBLÉIA GERAL DO DIA 10/2, TERÇA-FEIRA, NA ADUR.

Entre os dias 4 e 9 de março, em Salvador, Bahia, acontece a 23a edição do Congresso do ANDES-SN, para o qual são esperadas cerca de 500 pessoas, entre delegados e observadores, das 52 seções  sindicais de todo o País. A reforma da educação, a privatização, o arrocho salarial, o superávit fiscal  e o déficit social são os temas desse importante evento nacional, embalados por uma conjuntura que  vai requerer grande mobilização, resistência e luta por parte da categoria docente.

O congresso traça o plano de ação para enfrentamento do que nos aguarda no próximo período, que,  pelo que explica José Domingues, vice-presidente do ANDES-SN – exigirá muita organização.

É no congresso que a categoria determina como o ANDES-SN vai-se organizar ao longo do ano.  Apesar de nosso sindicato continuar a cobrar do Governo posições efetivas, este tem adiado e  esvaziado as mesas de negociações, que foram criadas há um ano, sem resultados concretos até o  momento. O governo não vem negociando coisa alguma e o que oferece para os servidores são  migalhas, sobre as quais pede que se virem. Este é o cenário com base no qual o próximo Congresso  vai definir seu calendário de lutas. Mantido o impasse pelo Governo, os trabalhadores do Serviço  Público já analisam a possibilidade de radicalização do movimento no mês de abril.

Com relação à reforma universitária, especificamente, dependendo de como vai ser encaminhada a  proposta de emenda à Constituição sobre o tema, poderá definir uma mobilização do campo da educação. Os técnico-administrativos, por exemplo, apontam greve para abril, combinando as  reivindicações salariais.
 

GOVERNO NÃO APRESENTA PROPOSTA DE REAJUSTE

Na primeira reunião de 2004, realizada com representantes dos sindicatos nacionais de servidores,  no último dia 15/1, o governo Lula não apresentou nenhuma proposta para repor as perdas salariais  acumuladas nos últimos doze meses. A reposição da inflação do período foi alardeada pela equipe  econômica como um compromisso com os servidores federais. O encontro dos representantes das  entidades sindicais com a equipe governamental é a continuidade das mesas nacionais de  negociação estabelecidas após o término da última greve nacional.

O diretor do ANDES-SN, Domingues Godói, informou que haverá nova reunião entre servidores e  governo no dia 19 de fevereiro. Segundo Domingues, foi apresentado um volume total de recursos  da ordem de R$ 2,2 bilhões, que teriam ‘sobrado’do orçamento e poderiam ser gastos com Pessoal.  Deste montante, caberia à reposição salarial apenas R$ 1,5 bilhão, o que daria um reajuste linear  máximo para todo o funcionalismo federal da ordem de 1,5%. 

PLENÁRIA DEBATE CAMPANHA

Na última Plenária Nacional dos Servidores Públicos Federais, em 18/1, foi aprovado um calendário  de mobilização e atividades que darão início à campanha salarial da categoria. Na próxima plenária,  em 15 de fevereiro, os servidores aprovarão uma proposta de reajuste emergencial que, segundo  Domingues Godói, está calculado em 50,19%.

Este índice representa as perdas do período de junho de 1998 a dezembro de 2003, descontados os  reajustes de 3,5%, recebidos em janeiro de 2002, e 1,5%, recebido em janeiro de 2003. Até o dia 15, as seções sindicais e o Setor das Federais do ANDES-SN deverão estar avaliando um indicativo de  greve nacional a partir de março.
 

BIÊNIO 2003/2005

CONSELHO DE REPRESENTANTES

Mandato de um ano - Maria Geralda de Carvalho (IA, suplente), Nidia Majerowicz e Magda Alves de Medeiros (titular e suplente do IB), Miguel Ângelo da Silva, Ernesto Sá Pinheiro (titular e  suplente do ICE), Rômulo Garcia de Andrade (suplente do ICHS), Ana Cristina Souza dos Santos,  Silvia Maria Melo Gonçalves (titular e suplente do IE), Lenício Gonçalves (titular do IF).

Mandato de dois anos – Ricardo Motta Miranda, Clarindo Aldo Lopes (titular e suplente do IA),  Maria Mercedes Teixeira da Rosa, Ana Cláudia dos Santos Brasil (titular e suplente do IB), Francisco de Assis da Silva, Aparecida Cayoco L. Ponzoni (titular e suplente do ICE), Luis  Edmundo de S. Moraes, Laélio Nunes de Lima (titular e suplente do ICHS), Ana Maria Dantas Soares, Lia Maria Teixeira de Oliveira (titular e suplente do IE), André Scarambone Zaú, Alexandre  Miguel do Nascimento (titular e suplente do IF), Sieberth do Nascimento Brito, Marcelo Elias Fraga  (titular e suplente do IV), Virgínia Maria T. T. Porphirio, Paulo Sérgio Pereira Gama (titular e  suplente do CTUR). Os Institutos de Tecnologia e Zootecnia não apresentaram chapas para o  Conselho de Representantes.
 

GRUPOS DE TRABALHO DA ADUR

GT Políticas Educacionais – Marco Antonio de Moraes (IE-DTPE), Ana Maria Dantas Soares (IE- DTPE), Celia Regina Otranto (IE-DTPE), Lia Maria Teixeira de Oliveira (IE-DTPE), Lucília Augusta Lino de Paula (IE-DTPE), Amparo Vila Cupolillo (IE-DTPE), Luiz Edmundo da Silva  (ICHS-DLCS), Rosane Ferreira de Oliveira (ICE-DEMAT), Luciana de Amorim Nóbrega (ICHS-DLCS), Elisa Guaraná de Castro (ICHS-DLCS), Nidia Majerowicz (IB-DCF).

GT Ciência e Tecnologia – Edmundo Henrique Ventura (IT-DAU), Ricardo Motta Miranda (IA- FITO), Ricardo Luís Louro Berbara (ICE-DEMAT), Áurea Echevarria (ICE-DEQUIM) e Rosane  Ferreira de Oliveira (ICE-DEMAT). GT Cultura e Lazer - Jorge Carvalho de Mello (ICE-DEFIS),  Orlando Marques da Costa (IB-DBA), Eliane Mendonça dos Santos (CTUR), Eliane de Almeida  Borges (ICE-DEQUIM) e Maria Mercedes Teixeira da Rosa (IB-DB).

GTPA - Elisa Guaraná de Castro (ICHS-DLCS), Caetana Damasceno (ICHS-DLCS), Canrobert  Penn Lopes (ICHS-DLCS), Marcus Peixoto (ICHS-DLCS).

GT Política e Formação Sindical - Luís Mauro Sampaio Magalhães (IF-DCA), Rômulo de  Andrade (ICHS-DLCS) e Frederico José Falcão (CTUR).

GT Carreira Docente – André Scarambone Zaú (IF-DCA) e Nidia Majerowicz (IB-DCF).

GT Etnia, Gênero e Classe – Caetana Damasceno (ICHS-DLCS) e Margareth de Almeida  Gonçalves (ICHS-DLCS).

GT História do Movimento Docente - Ana Lúcia Santa Cruz Oliveira (ICHS-DLCS).

GT Seguridade Social/Assuntos de Aposentadoria - Irlete Braga da Trindade (Após.), Luciana de  Amorim Nóbrega (ICHS-DLCS) e Generoso Manoel Chagas (IB-DCF).
 

REFORMA COMEÇA A SER REGULAMENTADA

Com a Portaria nº 1, publicada no Diário Oficial de 6 de janeiro de 2004, e com a Orientação Normativa nº 1, o governo federal deu início à regulamentação da Reforma da Previdência. A  portaria define como limite máximo de benefício do Regime Geral da Previdência Social (Emenda  Constitucional 41), a ser concedido a partir de 31 de dezembro de 2003, R$ 2.400,00 e altera os  valores da tabela dos salários-contribuição.

Abono - A orientação estabelece, entre outras medidas, a concessão de abono previden-ciário a ser  concedido aos servidores que, na data da promulgação da Emenda 41, em 31 de dezembro de 2003,  reuniam as condições para requerer a aposentadoria integral ou proporcional, mas que querem continuar trabalhando. O abono, com igual valor que seria pago como contribuição previdenciária  caso o servidor decidisse aposentar-se, será pago no contracheque de janeiro de 2004. As  informações são do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
 


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ESTATUTO DA UFRRJ

PROPOSTA PODE TER SIDO ENCAMINHADA AO MEC SEM DEBATE

A Reitoria da UFRRJ elaborou, em maio de 2003, uma proposta de adequação do Estatuto da  Universidade à legislação em vigor. Esta foi apresentada ao representante da ADUR junto à  Comissão nomeada pelo Reitor para adequação dos Estatutos à legislação educacional em vigor. O  Grupo de Trabalho em Políticas Educacionais da ADUR, por solicitação da Diretoria da entidade, analisou o documento e detectou elementos que modificavam a estrutura da universidade.  Representantes da ADUR, SINTUR e DCE, em documento à Reitoria, em 7/10/2003, afirmaram  que estas mudanças só poderiam ser concluídas por um processo estatuinte. 

ELEMENTOS MODIFICAVA ESTRUTURA

Eles cobraram a convocação de uma reunião da comissão criada pela portaria GR/126, de 15 de  março de 2002. A Vice-Reitora, professora Maria da Conceição Estelllita Vianni, presidiria a  Comissão de Adequação do Estatuto da UFRRJ à Legislação Vigente.

Esta Comissão, que previa a participação dos representantes das entidades ADUR, SINTUR e DCE,  nunca se reuniu. A proposta, ao que tudo indica, foi encaminhada sem discussão. O prazo  governamental expirou em 15/12.

A atualização dos estatutos das Universidades Federais à legislação foi uma exigência  governamental, com prazo limite em 15 de dezembro de 2003. Segundo Nídia Majerowicz, que  integrou a Diretoria da ADUR até novembro de 2003, e que representava a ADUR junto à  Comissão de nomeada pelo Reitor, o projeto apresentado pela Reitoria, em maio de 2003,  “contemplava alguns aspectos legais contidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional  (LDB/1996), mas apresentava falhas graves na contextualização histórica da instituição”. Nídia, que  representou a ADUR, recebeu a proposta da Reitoria e encaminhou-a ao Grupo de Trabalho em  Políticas Educacionais (GTPE) da entidade. Este elaborou um parecer técnico, que ficou a cargo da  professora Celia Regina Otranto. 

DOCUMENTO DO GTPE APONTA SOLUÇÕES

No documento, a Professora Celia relatou os inúmeros problemas detectados e apresentou sugestões  para saná-los. “A expectativa da diretoria da ADUR-RJ era apresentá-lo quando houvesse a  primeira reunião da Comissão oficialmente designada para estudar e encaminhar uma proposta ao Conselho Universitário. Tal reunião nunca foi convocada, apesar de ter sido formalmente solicitada  pelas entidades em 7 outubro de 2003”, afirma Nídia.

Havia dois aspectos da proposta da Reitoria que preocuparam as entidades ADUR, SINTUR e  DCE: a diluição e enfraquecimento dos departamentos na estrutura da Universidade e uma  mudança, não discutida em nenhum fórum, na estrutura representativa do CEPE. “Estas questões  não estavam relacionadas à adequação do estatuto à legislação”, lembra Nídia. 

ENTIDADES QUERIAM DEBATE DEMOCRÁTICO

As entidades entenderam que mudanças deste tipo só podiam ser implementadas através de um  processo estatuinte representativo. Em documento endereçado à Reitoria, cobrando uma reunião da  Comissão prevista pela portaria GR/126, elas concordavam que mudanças estatutárias seriam  “necessárias e urgentes para dinamizar e democratizar de fato a nossa universidade”. Estas, porém,  deveriam resultar do debate democrático, alicerçado sobre práticas e interesses acadêmicos.

Não  houve nenhuma reunião da Comissão que seria presidida pela vicereitora. Da mesma forma, os  representantes das entidades na Comissão não foram informados sobre a proposta final que,  considerando a legislação, deve ter sido encaminhada pela Reitoria ao MEC até 15 de dezembro  passado. Até momentos antes do término dessa edição, tentamos contato com a vice-reitora, sem  sucesso.
 

 

INFORMES DA ASSESSORIA JURÍDICA

O advogado Marcelo Chalréo, responsável pela assessoria jurídica da ADUR-RJ, informou ao Adur  Informa que espera novidades envolvendo a ação de correção do FGTS para os professores da  Rural. Ele lembra que a ação está ganha, mas devido a um pedido de esclarecimento da Caixa Econômica Federal, o processo permanece retido no Tribunal Regional Federal. Ele acredita,  porém, que nas próximas semanas deverá baixar à primeira instância, para que se inicie o processo  de execução da decisão favorável quanto às perdas devidas aos professores da Rural. “É só uma  questão de um pouco mais de tempo para que o assunto esteja resolvido”, disse. 

28% NÃO TEM MAIS RECURSO

No que diz respeito aos 28,86%, estes devido para alguns docentes, o processo também obteve  resultado favorável, devendo entrar em fase de execução, para fins de pagamento, brevemente, posto que todos os recursos da União foram negados.

O assessor informou ainda que tem obtido várias decisões favoráveis à averbação de tempo de  serviço diferenciado (SB 40) para docentes que se encontram nessas condições, sendo certo que  algumas dessas decisões já se encontram em fase de implementação. Da mesma forma, segue atento  ao desenvolvimento das ações judiciais que pleiteam a diferença de insalubridade, cujos processos  vêm tendo desfechos em prol dos docentes. “Há inclusive um processo em fase de cálculos e outros  que deverão seguir o mesmo rumo em breve”, concluiu.
 

BANDEJÃO

AUMENTO PODE VIGORAR NO PRÓXIMO PERÍODO

 


Dezembro de 2003: estudantes protestam contra aumento do bandejão.

O segundo semestre de 2003 reiniciou-se sem uma solução definitiva para o aumento do bandejão,  conforme decisão do Conselho Universitário, de 3/12/2003. Esta decisão desencadeou um movimento de protesto, por parte dos estudantes, que ocuparam a reitoria a partir daquela data. Os  estudantes descobriram a existência de uma emenda ao orçamento da União, que destinava R$  69.150,00 para a assistência estudantil, na Rural. Este recurso foi solicitado no último dia, 5/12.  Segundo a decana Regina Célia Lopes de Araújo, o montante foi liberado ainda em 2003 e utilizado  para a compra de gêneros alimentícios. Os representantes do movimento estudantil, de acordo com  a negociação que redundou na desocupação da Reitoria, em 12/12, terão até o dia 20 de março de  2004 – quando termina o período letivo – para consultar seus pares sobre a utilização dessa verba. Eles serão argüidos se concordam com a utilização de todo o dinheiro para a compra de alimentos ou se a verba da assistência deverá ser utilizada para outras iniciativas ligadas à assistência estudantil. A reitoria se comprometeu, de acordo com Regina Célia, a acatar a decisão dos  estudantes. Caso eles decidam utilizar os recursos para outras coisas, a Administração Superior  lançará mão da arrecadação do Restaurante Universitário para repor a verba utilizada para a compra de alimentos.

Os alunos podem vir a opinar, na verdade, se concordam com o aumento do bandejão, a curto,  médio ou longo prazo. A decisão do Conselho Universitário, portanto, ficaria congelada até que as  verbas existentes para assistência estudantil sejam consumidas, ao todo ou em parte, com o serviço  do restaurante Universitário. A decana Regina Célia afirma que uma solução para o impasse seria a  previsão de mais recursos de assistência estudantil, em 2004.
 

TABELA DE PREÇOS DAS REFEIÇÕES DO RESTAURANTE
UNIVERSITÁRIO, CONFORME DECISÃO DE 3/12/2003

Usuários

Desjejum R$

Almoço R$

Jantar R$

Discentes

0,70

1,85

1,40

Docentes

5,50

5,50

-

Téc-adm.

5,50

5,50

-

Visitantes

6,50

6,50

-


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INICIATIVAS FRAGMENTADAS

GOVERNO COMEÇA REFORMA UNIVERSITÁRIA

Ainda no final de 2003, o governo federal iniciou o processo de implementação de sua contra-reforma universitária, com a adoção da medida provisória 147, de 15 de dezembro, na qual institui o  Sistema Nacional de Avaliação e Progresso do Ensino Superior. O SINAPES foi apresentado à  opinião pública como um sistema que iria substituir o Provão, mas, de acordo com a MP publicada,  o Ministério da Educação continuará a realizar os exames de final de curso para alunos de  graduação, ainda que por amostragem. A decisão de criar o novo sistema de avaliação através de  uma medida provisória, sem haver debate com a comunidade universitária, foi considerada pelo  movimento docente como uma atitude antidemocrática, que caracteriza o processo autoritário que está por vir na discussão desta reforma, tal como aconteceu com a contra-reforma da Previdência,  aprovada no Congresso Nacional.

No último encontro do Grupo de Trabalho de Política Educacional do ANDESSN, representantes  das seções sindicais fizeram uma avaliação do Seminário Universidade do Século XXI, promovido  pelo governo, em novembro último, no qual a reforma universitária foi debatida com representantes  de instituições brasileiras e internacionais. O seminário promovido pelo Ministério da Educação foi  patrocinado por organizações como a Unesco, o Banco Mundial, a Organização dos Estados Americanos, a Universidade das Nações Unidas e o Observatório de Reformas Universitárias  (Orus). De acordo com a avaliação do GTPE, esses organismos defenderam a tese de que a  universidade precisa adequar-se a uma ‘nova ordem internacional da globalização do capital’. No seminário do governo foram tratados temas como avaliação, autonomia, transdisciplinaridade, redes  universitárias e educação à distância. “Com o argumento de ‘justiça social’, ‘responsabilidade  social’, ‘voluntariado’ e ‘ética da ordem’, os representantes dos organismos internacionais defenderam a necessidade da regulamentação da autonomia (financeira) das universidades e da  cobrança de mensalidade dos estudantes”, diz um trecho do relatório do grupo de trabalho sindical.

Para os participantes do GTPE, os adeptos do neoliberalismo defendem que a universidade deve  atender a chamada ‘universidade do conhecimento’ e que isso não seria possível se as instituições  continuassem a investir e desenvolver a pesquisa básica. Para os defensores da contra-reforma universitária, “é fundamental que a universidade se ‘adapte’ às inovações tecnológicas e apresente  respostas imediatas para a sociedade”. Para o ANDES-SN, o objetivo desta reforma é evidente: “a  intenção é que a universidade se adapte às normas internacionais para aderir às exigências da OMC  (Organização Mundial do Comércio)”.

Além do ANDES-SN, a Associação Nacional dos Reitores (Andifes) também se posicionou contrariamente a este modelo de reforma universitária. De acordo com o relatório do GTPE, representantes de países como o Canadá, Cuba, África do Sul e alguns da França se manifestaram  contra as propostas mercantilistas para a Educação.  

INTELECTUAIS QUEREM ALTERNATIVA À REFORMA

Um grupo de docentes e pesquisadores do Fórum de Políticas Públicas da USP, alguns ligados ao  Partido dos Trabalhadores, e entre os quais a professora Marilena Chauí, decidiu formular um  projeto alternativo à anunciada contra-reforma universitária do governo Lula. Os intelectuais  propõem uma reforma universitária que seja declaradamente contrária às teses do Banco Mundial.  Tais teses estão orientando a equipe interministerial criada pelo governo, com representantes dos  ministérios da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação para elaborar a  reforma. O documento elaborado pelos intelectuais deverá ser entregue ao presidente Lula ainda no  início de fevereiro (InforAndes On Line, 12/1/2004). Será proposta autonomia quase total para as  universidades, com a diminuição do poder de decisão e de definição de diretrizes para o ensino e  pesquisa do Ministério da Educação e das agências de fomento. Para Marilena Chauí, o conjunto de medidas que forma o projeto de reforma do governo Lula já está definido.

Os intelectuais do grupo de Marilena defendem que os recursos das agências de fomento, como a  CAPES e o CNPq, passem ‘gradualmente’ a ser geridos pelas próprias universidades. Para  Marilena, são as agências de fomento que determinam prazos e prioridades a partir de critérios de  fluxo de caixa e do que interessa ao mercado, o que explicaria a perda de iniciativa das instituições  em relação à pesquisa básica. Pela proposta encampada pela professora, de posse dos recursos, as  universidades criariam fóruns públicos internos para discussão e aprovação de ‘planos de atuação’,  com prioridades de ensino e pesquisa, projetos e metas a serem fiscalizados pelo governo. 

ANDIFES TAMBÉM PREPARA PROJETO

A Andifes também pretende apresentar até abril um documento com propostas para a reforma  universitária. Os reitores também deverão se posicionar contrários ao diagnóstico do governo de  que as universidades gastam muitos recursos e deverão defender também a autonomia financeira  com avaliação interna e externa. 

GOVERNO APRESENTA REFORMA EM PARTES

Uma das características desta nova reforma governamental é sua apresentação fragmentada, o que  cria uma dificuldade para que a sociedade reconheça os efeitos das mudanças propostas para o  ensino superior. Em 11 de dezembro, o deputado estadual Eduardo Valverde (PT/RO) apresentou  um Projeto de Lei Complementar, com o propósito de regulamentar a Autonomia Universitária. O  ANDES-SN já se manifestou diversas vezes em seus fóruns institucionais (Congressos e Conselhos  Nacionais) contra a regulamentação da Autonomia, já que esta está garantida no dispositivo constitucional 207. O PL do deputado Valverde propõe, entre outras medidas, dar a cada  universidade poderes para estabelecer quadros próprios de pessoal, criação e extinção de funções,  em função da destinação orçamentária que receber.

A Proposta de Emenda Constitucional 28 é outra que, apresentada em abril do ano passado, pelo  deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB/RS), segue a linha privatista. A PEC 28/03 propõe que  recursos da educação pública sejam destinados a bolsas de estudo para ensino fundamental, médio e  superior de estudantes de baixa renda. O problema é que a PEC não especifica que esses recursos só  poderão ser destinados para instituições públicas.  

IMPOSTO PARA EGRESSOS

Outra proposta que faz parte da reforma universitária proposta pelo governo é a PEC 217/2003, da  deputada Selma Schons. A PEC foi apresentada no dia 11 de dezembro e propõe um inusitado  desconto a título de ‘contribuição social’ para os detentores de diplomas de graduação e pós- graduação de universidades públicas. Estes “privilegiados” egressos passariam a descontar um  percentual de seus salários como profissionais. Os servidores públicos com este tipo de titulação  seriam os primeiros e mais prováveis afetados por esta medida, dada a facilidade que o governo teria de realizar o desconto diretamente dos contracheques.


OBJETIVO É ATENDER EXIGÊNCIAS DA OMC


COBRANÇA NÃO

DEVE-SE INSTITUIR UMA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARA O ENSINO SUPERIOR? NÃO, A EDUCAÇÃO É BEM PÚBLICO!

Trechos da análise de Wrana Panizzi,presidente da ANDIFES

O financiamento da educação superior desafia não o governo, mas a sociedade brasileira. Desse  ponto de vista, a proposta apresentada pela deputada Selma Schons deve ser amplamente analisada  e debatida, pois trata de tema de grande relevância. Minha divergência de fundo com a cobrança de  «contribuição social», através de alíquota do Imposto de Renda, de diplomados da rede pública de  educação superior diz respeito à ameaça que isso representaria para a educação como bem público.  A proposta, de fato, põe fim ao princípio da gratuidade do ensino, transferindo o compromisso com  o financiamento da educação da sociedade para os indivíduos. (...)

As nações que mais investem em suas universidades são, não por acaso, as mais desenvolvidos do  planeta (...) Essas nações há muito compreenderam que é impossível «vender» a educação e o  conhecimento pelo valor que de fato têm. Isso custaria tão caro que nenhum estudante conseguiria pagar.

Essa obra não pode e não deve ser financiada por indivíduos, mas pelo conjunto da sociedade. Uma  nação que se quer soberana não pode e não deve abrir mão dos critérios do mérito e da liberdade  acadêmicos como únicos admissíveis na vida universitária. Por isso, e não por qualquer outra razão,  as melhores universidades do mundo são públicas. (...) apesar das restrições financeiras e dos baixos  salários, as universidade públicas continuam sendo referência de qualidade para o sistema nacional  de educação superior.  (...) O financiamento da educação superior no Brasil é, em primeiro lugar, um problema político. Ele precisa ser enfrentado com coragem e urgência.

(...) por que o Congresso não regulamenta, finalmente, o sempre adiado Imposto sobre Grandes Fortunas e destina sua arrecadação ao sistema público de educação superior?


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