Publicação da
Associação dos Docentes da
UFRRJ - Seção
Sindical do Andes-SN
Filiada à CUT
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Nº 54
08 de julho de 2003
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ADUR
Informa - Publicação da Associação dos Docentes da
UFRuralRJ.
Conselho Editorial: Abner Chiquieri, Áurea
Echevarria, Luciana Nóbrega, Luiz
Mauro, Nídia Majerowicz, Valdomiro Neves, Ricardo Berbara.
Edição e editoração:
Regina Rocha
(Reg. 16269/MTb).
Reportagem
e redação:
Regina Rocha e
Ana Manuela Soares.
Fotos:
Lenin Pires.
As matérias não assinadas são de responsabilidade do Conselho
Editorial. |
PLENÁRIAS
REAFIRMAM GREVE |
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Cercadas de grande expectativa, foram
realizadas nos dias 4 e 5 de julho, em Brasília, as plenárias do
ANDES-SN e dos Servidores Públicos Federais. Dias de lutas
vitoriosos nos estados e o crescimento da mobilização nos setores
contri-buíram para que os dois eventos reafirmassem a data de 8 de
julho para o início da primeira greve contra o governo Lula. |
ANDES-SN PREPARADA
Realizada na sexta-feira, a plenária do ANDES reafirmou a decisão
de entrada em greve a partir de 8/7, decisão esta que seria
informada à plenária dos SPF. No início do encontro foi comunicado
que 35 universidades federais tinham decidido pela greve, a
maioria já a partir do dia 8/7.
Segundo Rômulo Andrade, representante eleito pela assembléia da
ADUR-RJ para a reunião, 11 universidades estaduais já resolveram
entrar na briga contra a reforma da Previdência. “Ainda são
números incompletos, pois muitas assembléias vão acontecer na
segunda-feira, 7 de julho, para analisar os resultados das
plenárias”, disse ele em entrevista ao ADUR Informa.
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SPF: GREVE PELA RETIRADA DA PEC
40 |
Com aproximadamente 400 delegados representando diferentes
categorias do serviço público, a plenária dos Servidores Públicos
Federais seguiu o mesmo caminho: foi reafirmado o indicativo de
greve a partir de 8/7, pela retirada da PEC 40. O ANDES-SN tem
apresentado a melhor dinâmica de mobilização, mas também espera-se
uma boa resposta aos esforços pela greve por parte de servidores
da Previdência em pelo menos 12 estados; os profissionais das
escolas técnicas federais, representados pelo Sindicato Nacional
dos Servidores das Escolas Federais (SINASEFE), podem começar com
a greve em 15 estados.
Entre outras categorias, os trabalhadores do IBGE indicaram a
participação, com boa mobilização em pelo menos 4 estados. Na
FASUBRA, que congrega os técnico-administrativos das
universidades, a plenária decidiu paralisar nos dias 8, 9 e 10 de
julho e convocar rodadas de assembléias para 15/7 para decidir ou
não pelo retorno ao movimento em 16/7.
(CONFIRA
O CALENDÁRIO NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO NA PÁGINA 2)
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ASSEMBLÉIA
PERMANENTE DIA
08/07,
TERÇA-FEIRA,
ÀS
14H,
NA SALA
32
DO
P1. |
ATO UNIFICADO DOS SERVIDORES NO DIA
8
O FÓRUM
FLUMINENSE EM
DEFESA DA
PREVIDÊNCIA
SOCIAL ESTÁ CONVOCANDO
PARA ATO UNIFICADO
“OU PÁRA
A REFORMA OU PARAMOS O
BRASIL”,
NO DIA 08,
ÀS 16
H,
NA CINELÂNDIA. |
AUDIÊNCIA NA ALERJ
NO DIA
14
DE JULHO,
SERÁ REALIZADA UM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA
COMISSÃO
ESPECIAL QUE ESTUDA A
REFORMA NO
CONGRESSO E OS DEPUTADOS
DA
ASSEMBLÉIA
LEGISLATIVA. O FÓRUM
FLUMINENSE EM
DEFESA
DA
PREVIDÊNCIA
PÚBLICA,
QUE CONTA COM A PARTICIPAÇÃO DA
REGIONAL DO
ANDES-SN,
ESTÁ ORGANIZANDO UM GRANDE ATO NESTE DIA NA
ALERJ.
(Página 2) |
GOVERNO
DIZ QUE AUMENTO CHEGA A 32%
O secretário de Recursos Humanos do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Luiz Fernando
Silva disse, em entrevista ao portal IG, em 4/7/2003, que o
reajuste dos servidores federais não é de apenas 1 %. Segundo ele,
as categorias que recebem o menor salário podem receber até 32 %.
Ao explicar a política salarial a ser adotada pelo governo, Luiz
Fernando disse que, para quem recebe salário base de R$ 600,00,
por exemplo, o reajuste final foi de 10 %. Contrapondo-se a ênfase
do secretário, a Federação Nacional de Servidores da Previdência
Social (FENASPS), em nota oficial, afirma que este reajuste não
ultrapassará 2,56 % para vencimentos de R$ 3.843,00, que seria a
média salarial paga pelo Executivo aos funcionários civis. A
entidade lembra que o Índice de Preço ao Consumidor Ampliado
(IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), foi de
12,53 % em 2002.
O secretário disse que o reajuste aprovado pelo Senado será pago
até o dia 16 de julho em folha suplementar.
Conforme mensagens do presidente da República ao Congresso, o
aumento linear de 1 % a partir de janeiro, contrariando o anúncio
do governo passado que fixava em 4 % o reajuste, aumenta o gasto
anual da União com o funcionalismo em R$ 526 milhões. Já o abono
custará R$ 675,8 milhões de maio a dezembro deste ano e R$ 992,9
milhões nos anos seguintes. De acordo com os dados oficiais, a
sobra de dinheiro no caixa da União – o tal superávit primário -
está prevista em R$ 55 bilhões para 2003. Tanto o reajuste quanto
o abono são extensivos aos aposentados e pensionistas do serviço
público federal.
FOLHA SUPLEMENTAR
ATÉ 16 DE JULHO
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SERVIDORES ENTRAM EM
GREVE
A PARTIR DE TERÇA-FEIRA |
A PLENÁRIA
NACIONAL DOs
SERVIDORES
PÚBLICOS
FEDERAIS
REUNIU,
NO ÚLTIMO DIA
5/7,
397
DELEGADOS E
66
OBSERVADORES,
REPRESENTANTES DE
11
ENTIDADES NACIONAIS,
ENTRE ELAS O
ANDES-SN.
O
SINDICATO DOS DOCENTES PARTICIPOU DA PLENÁRIA COM
40
DELEGADOS E
25
OBSERVADORES DAS SEÇÕES SINDICAIS,
ENTRE ELAS A
ADUR. O
INDICATIVO DE GREVE NACIONAL A PARTIR DO DIA
8
DE JULHO
CONTRA A REFORMA DA
PREVIDÊNCIA
DO GOVERNO FEDERAL FOI REFERENDADO PELAS ENTIDADES QUE COMPÕE A
COORDENAÇÃO
Segundo a vice-presidente da Regional
Rio do ANDES-SN, Janete Luzia, a avaliação dos representantes dos
docentes é de que o movimento nacional cresceu e a população já está
mais informada sobre os efeitos da reforma não só para o
funcionalismo, mas para todos os trabalhadores do país. “O governo
tem atacado, particularmente, os professores universitários em todas
as suas declarações. Isso mostra que eles (governo) sabem da força
do movimento docente”, lembra Janete, comentando a última greve, em
2001, quando a candidatura do ex-ministro Paulo Renato foi
praticamente abortada pelo movimento do setor da Educação. “Em 2001,
este governo estava conosco na greve e apoiava nossas
reivindicações. Eles sabem bem a força da nossa categoria”,
ressalta.
A MOBILIZAÇÃO NO ANDES-SN
O Setor das Federais do ANDES-SN, no dia 4/6, reafirmou, em
Brasília, o indicativo de greve de 8 de julho “pela defesa da
Seguridade Social e pela retirada da PEC- 40 (Reforma da
Previdência) do Congresso”, relata Janete Luzia. Entre as seções
sindicais que participam do movimento de greve, 31 paralisam a
partir desta terça-feira. Quatro Seções Sindicais devem deflagrar a
greve em outra data, seis aprovaram indicativo de greve sem data e
apenas cinco rejeitam a greve.
A reforma atinge também o funcionalismo estadual e municipal.
Segundo Janete, em algumas estaduais, os professores já começam a
se mobilizar e as três Seções Sindicais das Universidades Estaduais
Paulistas já indicaram a participarão na greve a partir do dia 8 de
agosto. A data foi indicada para o próximo mês em função do recesso
do mês de julho e pelo fato de que, nas estaduais, a mobilização
contra a PEC-40 está ainda começando.
A MOBILIZAÇÃO NAS DEMAIS CATEGORIAS
Segundo Janete, a FASUBRA (representante dos
técnico-administrativos) aprovou uma greve de 72 horas, nos dias 8,
9 e 10 de julho. Os funcionários retornam às atividades no dia 11 e
têm nova rodada de assembléias nas universidades no dia 15/7, para a
deflagração de nova greve a partir do dia 16.
Os funcionários da Justiça, previdenciários e do IBGE param a partir
do dia 8. A UNAFISCO, que representa os fiscais da previdência estão
divididos em aprovar uma greve de 72 horas a partir desta
terça-feira ou por tempo indeterminado. Esta categoria estaria
realizando assembléias na segunda-feira, dia 7.
A CONDSEF, que reúne trabalhadores de todos os estados, incluindo os
ministérios, apontou a paralisação de setores importantes para o
governo como o próprio MEC, o Banco Central, o Ministério do
Planejamento, a Funai, a Vigilância Sanitária e a Biblioteca
Nacional, no dia 8.
PARTICIPAM DO MOVIMENTO GREVISTA 44 SEÇÕES SINDICAIS
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CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÕES APROVADO NA PLENÁRIA NACIONAL: |
08/07 – deflagração da greve nacional dos spfs, por tempo
indeterminado. instalação do comando nacional de greve;
10/07 – audiência pública na câmara dos deputados, às 9h30,
em brasília, com a participação da coordenação nacional dos
servidores federais (cnesf);
13 a 18/07 – atos públicos nos estados pela construção da
greve nacional;
14/07 – manifestação dos servidores públicos nas assembléias
legislativas do rio de janeiro e de são paulo, onde vão ocorrer as
audiências públicas da comissão especial da reforma da previdência;
23/07 – visita aos parlamentares no congresso nacional
pedindo que votem contrários à proposta do governo;
24/07 – encontro nacional dos servidores públicos das três
esferas, em brasília, organizado pela cnesf;
11 a 15/08 – acampamento, com marcha nacional a brasília.
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ADUR-RJ OUVE E
APÓIA SUBSTITUTOS
No dia 07/07, às 14:00 horas, a
convite da ADUR, estiveram reunidos em nossa sede 18 professores
substitutos ora contratados pela Rural. Num clima de expectativa
e de cordialidade foram levantadas as principais preocupações dos
docentes relativamente ao cumprimento de seus contratos de
trabalho.
Dentre as anomalias constatadas estão a questão da isonomia
salarial: vários docentes, independentemente de suas capacitações,
ganham o mesmo salário pois a contratação nivela por baixo não
importando a qualificação de cada um. Outro aspecto é a questão da
interpretação do contrato: quais são, afinal, os direitos
trabalhistas dos substitutos? A não concessão de
licença-maternidade, as exigências descabidas em relação ao
vale-transporte e a fixação da carga horária foram outros pontos
questionados. A participação do docente na greve foi longamente
debatida pelos presentes com os Diretores da ADUR. Ficou acertado
que a ADUR remeterá a cada substituto o conteúdo da lei que rege
seus contratos e que será feito contacto com a assessoria jurídico
para uma reunião de esclarecimento. Na oportunidade, a Direção da
ADUR se colocou à disposição dos substitutos convidando-os à
filiação como modo de reforço às nossas lutas em defesa dos
direito, da carreira docente e da universidade pública e gratuita. |
André Zaú, Laélio
Nunes e Nidia Majerowicz |
PROFESSORES
DA RURAL REAFIRMAM GREVE
DO DIA 8 |
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Paciência e disposição de luta. Estes
são os ingredientes com os quais os professores da Rural constituem
uma agenda democrática para enfrentar a reforma da Previdência. Este
aspecto da mobilização da categoria, em nível local, ficou
transparente na última assembléia da ADUR-RJ, em 3/7. Cerca de 95
docentes, oriundos de todos os departamentos, compareceram a uma
assembléia que consumiu quase 5 horas de debates. Na pauta, o debate
sobre a pertinência de uma greve a partir de 8/7. Os professores
decidiram, após dezenas de intervenções, reafirmar o indicativo de 8
de julho para a greve por tempo indeterminado. Esta decisão foi
levada à Brasília pelo representante eleito em assembléia, o
Professor Rômulo Andrade do Departamento de Letras e Ciências
Sociais do ICHS. Nos dias 4 e 5/7 ocorreram, respectivamente, as
plenárias do ANDES-SN e dos Servidores Públicos Federais. |
Após terem sido comunicadas as principais deliberações do 46º CONAD,
os professores debateram detidamente a conjuntura política do país.
Veio à tona o nível de insatisfação dos professores com as políticas
apresentadas pelo governo Lula, assim como o reconhecimento das
dificuldades em enfrentá-las na atual conjuntura. Estas dificuldades
acabaram dividindo opiniões na assembléia sobre a forma de melhor
encaminhar o movimento. Alguns professores acreditavam que é
preferível apostar em pressões sobre o Congresso Nacional sem uma
greve. |
Buscando a rejeição das emendas do governo ao texto constitucional
sobre a previdência, o melhor seria apostar em atividades nos
estados. “Se nós mantivermos as atividades, com paralisações em dias
alternados para que a comunidade se mobilize, podemos sensibilizar o
Congresso Nacional”, disse o professor Antonio Carlos Nogueira, da
Assessoria de Comunicação da Rural. Para ele a greve pode vir a ser
“a favor da PEC- 40, não contra”. |
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Outros professores defenderam a idéia de que a greve, neste momento,
se reveste de importância capital para atingir o resultado
esperado. O professor Luís Mauro, do Instituto de Florestas, fez um
resgate dos movimentos desde o governo Sarney (1985-1989) até FHC
(1995-2002). “As únicas vezes que a inflexibilidade do governo
federal foi vencida foi com a categoria em greve”. Ele defendeu a
proposição do ANDES-SN, lembrando que já foi tentado um diálogo com
o governo em busca de um espaço de negociação da proposta de
reforma da Previdência, porém sem resultados práticos. |
A assembléia, que contou com uma audiência atenta de vários
estudantes e técnico- administrativos, durou cerca de 5 horas, Ao
final decidiu, com 57 votos a favor e apenas 3 contrários, reafirmar
a deflagração da greve em 8/7. Esta decisão, porém, dividiu-se um
pouco mais no momento em que se debateu se seu caráter deveria ser
por tempo determinado ou indeterminado. Neste momento, 46
professores votaram pela sua indeterminação e 16 acreditaram que a
greve deveria ter um tempo determinado para sua duração. Ao final a
mesa submeteu à votação a declaração de assembléia em estado de
reunião permanente, conforme previsto no estatuto da entidade.
Foi marcado para terça- feira, 8/7, a partir das 14 h, a
continuidade da reunião onde, à luz dos informes das plenárias
realizadas no fim-de-semana, em Brasília, a categoria poderá
reafirmar a deflagração da greve, salvo algum fato novo na
conjuntura.
SÓ
CONSEGUIMOS NOSSOS OBJETIVOS COM MOBILIZAÇÃO
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Assembléia de 3/7/2003 (fotos):
atenção redobrada na hora de decidir pela greve |
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Os alunos acompanharam, interessados, o
desenrolar da assembléia. Muitos estão preocupados com o término do
período. É o caso de Nelson Augusto Miranda, do sexto período de
Economia, quetambém se mostrou preocupado embora reconheça a justeza
do movimento: “O governo quer aumentar o tempo de serviço e dizem
que quer reduzir os proventos. A reforma é desigual pois beneficia
uns e outros não”. Ele acredita também que a greve poderia começar
em agosto; contudo, o movimento dos professores pode ajudar a
evitar a reforma. |
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CONSELHO DO ANDES
INDICA GREVE PARA FEDERAIS, ESTADUAIS E PARTICULARES |
Reunidos durante o 46º CONAD,
realizado de 27 a 29 de junho, em Vitória-ES, os docentes
indicaram a deflagração de greve por tempo indeterminado pela
retirada da Proposta de Emenda Constitucional 40 (Reforma da
Previdência) a partir do dia 8 de julho. A greve foi aprovada
com 41 votos a favor, dois contrários e duas abstenções. |
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Na avaliação dos participantes, a Reforma da Previdência atinge
os servidores federais, estaduais, municipais e também os
trabalhadores da iniciativa privada. Por este motivo, o Conselho
indicou a deflagração da greve para todos os setores do
Sindicato (Setor das Estaduais, Federais e Privadas). |
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Os delegados ao CONAD aprovaram que o ANDES-SN deve exigir apoio
da CUT ao movimento de greve do funcionalismo. Para os
docentes, a Central deve manter sua independência perante o
governo.
CONAD DEBATE ESTRATÉGIAS DE
CONSTRUÇÃO DA GREVE EM JULHO
Não houve discordâncias entre os que se manifestaram na Plenária
Inicial do 46º CONAD sobre o fato de que a greve nacional dos
servidores públicos a partir do dia 8 de julho é a única forma
de impedir a Reforma da Previdência encampada pelo governo Lula.
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Nas defesas das teses apresentadas no Caderno de Textos do
evento e nas análises posteriores, os professores sugeriram
formas de atuação do movimento docente para a vitória do
movimento grevista. Para o presidente do ANDES-SN, Luís
Carlos Lucas, que apresentou o texto da diretoria do Sindicato,
as categorias têm com a greve a possibilidade de repetir a
vitória contra o Projeto de Emprego Público, que foi barrado
pelos movimentos, em 2001. |
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A retirada do Projeto de Lei 9/99 pelo governo, no início do
ano, quando os servidores ameaçaram com uma greve contra o
projeto dos Fundos de Pensão, também foi lembrada por Lucas. Em
sua avaliação, Lucas mencionou o impressionante volume de
recursos que está em jogo na reforma previdenciária, em
andamento também em vários países da Europa. De acordo com o
professor, os recursos previstos para o chamado mercado de
educação, cujos “serviços” a Organização Mundial do Comércio
vem tentado regulamentar, estão na ordem de 90 bilhões de
dólares. O chamado mercado da Previdência Social pode, segundo
Lucas, movimentar recursos que variam de 40 a 60 trilhões de
dólares. Na análise da diretoria do ANDES- SN, a Reforma da
Previdência, além de retirar direitos e privatizar o setor,
endividará ainda mais o país, num movimento de aumento da
dependência externa e de agravamento das crises sociais.
Para o dirigente, as reformas encaminhadas pelo governo federal
são na verdade “um movimento que tem muito a ver com a
constituição de um novo ciclo imperialista e que coloca para os
países da periferia questões referentes inclusive à perda da
capacidade de soberania dos países enquanto Estados Nacionais”.
ALCA NO CENTRO DA GREVE
O secretário-geral da ADUnB, Rodrigo Dantas, apresentou sua tese
publicada no Caderno de Textos, defendendo que a greve dos
servidores seja amplamente politizada, e que não esteja centrada
apenas na Reforma da Previdência, sendo capaz de colocar no
centro da cena questões cruciais como os rumos tomados pelo
governo Lula, a continuidade da política econômica de FHC e o
compromisso assumido por Lula com os EUA pela implementação da
Área de Livre Comércio das Américas até 2005. Para o professor,
o movimento docente deve buscar a unidade dos movimentos de
esquerda que já estão descontentes com os rumos adotados pelo
governo Lula. Rodrigo propôs que a reivindicação pela realização
do Plebiscito Oficial da ALCA seja uma das bandeiras de greve,
junto do movimento contra a PEC-40.
AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ACADÊMICA
A plenária registrou mais de vinte inscrições e todos foram
unânimes na idéia de que a greve é o melhor instrumento que os
servidores têm para barrar a privatização da previdência pública
e de garantir os sistemas públicos de Educação e da Seguridade.
Muitos defenderam que é preciso um trabalho maior do movimento
junto à comunidade acadêmica. Alguns analisaram que existe uma
predisposição do conjunto dos professores nas universidades
para a greve, mas que muitos ainda não se dispuseram a
participar, de fato, das assembléias e das atividades
organizadas pelas entidades.
Também foram observadas a necessidade de o ANDES-SN e as Seções
Sindicais. Buscarem ampliar o diálogo com a sociedade sobre os
motivos da greve, explicitando, principalmente, que se trata de
um movimento de defesa do serviço público e não de “privilégios”
ou de corporativismo, como tenta mostrar a imprensa tradicional
e o próprio governo. O fato de que a reforma atinge também os
trabalhadores do setor privado também foi ressaltado.
MANIFESTO
Foi sugerido ainda na plenária de conjuntura que, ao deflagrar a
greve, o movimento apresente à sociedade um manifesto
explicitando o caráter político do movimento, suas
reivindicações e as conseqüências da reforma para a sociedade.
Um documento que explicite que a reforma da previdência atinge
as universidades. A perda de quadros que irão se aposentar para
fugir da reforma e outros efeitos também foram lembrados como
questões a serem trabalhadas durante a greve. Foram citados os
manifestos dos intelectuais (publicado pela Seção Sindical dos
Docentes da USP), dos economistas e dos 30 parlamentares
petistas como exemplos de posicionamento contra as políticas do
governo federal.
POLÍTICA DO MEC
Nas análises, também foi comentada a necessidade de o movimento
questionar as políticas do Ministério da Educação para as
universidades e as suas vinculações com a reforma do governo. A
diretora do ANDESSN, Vera Jacob, lembrou as propostas de
avaliação do ministro Cristovam Buarque para os professores das
licenciaturas. Segundo Vera, o MEC afirma que pretende acabar
com o Provão, mas propõe sistemas de avaliação baseados nos
mesmos métodos para os professores. “Eles querem avaliar também
os professores doutores, de cinco em cinco anos” relatou. O 1º
vice-presidente do Sindicato, José Domingues, também deu ênfase
às críticas às políticas educacionais do governo. Segundo
Domingues, que tem acompanhado as mesas de negociação com o
ministério, o governo pretende abrir novas vagas nas
universidades para estudantes utilizando o expediente do chamado
ensino à distância. “A proposta é de 250 mil novas vagas para a
Educação à Distância”, denunciou.
CONAD
EXIGE APOIO DA
CUT À GREVE DOS
SERVIDORES
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Opiniões
sobre as matérias do Adur Informa ...
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