Publicação da
Associação dos Docentes da
UFRRJ - Seção
Sindical do Andes-SN
Filiada à CUT
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Nº 53
24 de junho de 2003
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ADUR
Informa - Publicação da Associação dos Docentes da
UFRuralRJ.
Conselho Editorial: Abner Chiquieri, Áurea
Echevarria, Luciana Nóbrega, Luiz
Mauro, Nídia Majerowicz, Valdomiro Neves, Ricardo Berbara.
Edição e editoração:
Regina Rocha
(Reg. 16269/MTb).
Reportagem
e redação:
Regina Rocha e
Ana Manuela Soares.
Fotos:
Lenin Pires.
As matérias não assinadas são de responsabilidade do Conselho
Editorial. |
SERVIDORES
PÚBLICOS DECIDEM
PARAR
A PARTIR DE
8 DE JULHO |
SERVIDORES FAZEM PROTESTO NOS ESTADOS
No dia 26 de junho, os servidores
prometem repetir o sucesso da Marcha contra a Reforma
realizada em Brasília, no último dia 11/6. O protesto
organizado pela Coordenação Nacional das Entidades dos
Servidores Federais (CNESF) reuniu mais de 30 mil
trabalhadores no Planalto (foto). |
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Reunidos em Brasília, no último dia
14/6, diversas categorias do serviço público federal, entre elas,
os professores das universidades representados pelo ANDES-SN,
aprovaram a deflagração de uma greve nacional a partir do dia 8 de
julho. Na véspera, as seções sindicais reuniram-se no Setor das
Federais do ANDES-SN, dia 13/6, e reafirmaram a disposição de
aderir à greve nacional. Nas próximas semanas, o indicativo dos
SPF deverá ser aprovado nas diversas universidades do País. A
expectativa do Sindicato Nacional dos Docentes é de que a greve
pressione o governo federal a retirar a emenda da Reforma da
Previdência (PEC 40) da pauta do Congresso Nacional. O Setor das
Federais também aprovou que não reconhece a proposta da CUT para
a reforma da Previdência, aprovada no último Congresso da Central,
em São Paulo. Para os representantes das SSind no Setor, a
proposta da CUT não representa as deliberações das assembléias
das entidades dos servidores públicos. |
De acordo com o relatório do ANDES-SN
sobre a reunião do dia 13/6, foi recomendado que as seções sindicais
realizassem “gestões junto aos conselhos universitários” para obter
um posicionamento contrário destes colegiados contra a Reforma do
governo federal. As SSind deveriam realizar também debates para
esclarecer a comunidade universitária sobre os motivos da greve dos
servidores. Aulas públicas e eventos do tipo Universidade na
Praça também foram sugeridos pelos participantes como formas de
mobilização nas instituições de ensino. Na abertura do próximo
Conselho Nacional das Seções Sindicais do ANDES-SN, que acontece nos
dias 27 a 29 de junho, em Vitória (ES), também estará sendo
organizado um grande ato dos professores para esclarecimento da
população local sobre o movimento de paralisação.
No dia 5 de julho, as entidades nacionais dos SPF voltam a se reunir
em Brasília para preparar a deflagração da greve em todo o País.
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ASSEMBLÉIA
NA RURAL
APROVA INDICATIVO
(PÁGINA 2)
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ATO
CONTRA
A REFORMA
DA
PREVIDÊNCIA
PASSEATA
DA CANDELÁRIA
À CINELÂNDIA
CONCENTRAÇÃO
A PARTIR DAS
16H.
26/06
QUINTA-FEIRA |
ESTA
CONTA NÃO É NOSSA
A Coordenação Nacional das Entidades
dos Servidores Federais elaborou uma cartilha para quem quer
compreender os efeitos da reforma. A revista Reforma da
Previdência. Esta conta não é nossa foi preparada pelo
conjunto de entidades nacionais, entre elas, o ANDES-SN, e elenca
mentiras e verdades acerca da PEC 40. Abaixo, tentamos resumir as
cinco grandes perdas para os trabalhadores, apontadas pelos
servidores:
1 – Alteração da idade mínima - O governo pretende vedar a
aposentadoria por tempo de serviço antes que o servidor tenha
completado 55 anos, no caso das mulheres, e 60 anos, no caso dos
homens. Os que insistirem em se aposentar com menos idade do que
definido na emenda deverão pagar ‘pedágio’: um redutor de 5% dos
proventos por cada ano.
2 – Média entre o tempo de serviço público e o tempo no setor
privado - É mantida a contagem do tempo de contribuição para o
Regime Geral da Previdência, mas são alteradas as regras para o
cálculo da aposentadoria. O servidor que contribuiu para o Regimes
Geral e Próprio deverá ter a aposentadoria calculada com base nas
contribuições dos dois sistemas. A conseqüência é o fim da
paridade entre os atuais aposentados e os que já adquiriram
direito à aposentadoria em relação aos futuros. “E o mais grave,
todas as aposentadorias, cujo tempo de concessão não tenha sido
completado até a mudança, estarão limitadas ao teto
previdenciário de R$ 2.400, 00”, chama a atenção a revista para a
quebra da integralidade dos proventos para quem atualmente recebe
acima desse teto.
3 - Desconto de aposentados e pensionistas - Os aposentados e
pensionistas serão descontados em 11% dos proventos que excederem
o valor de R$ 1.058,00. Segundo a CNESF, a proposta de taxar os
aposentados está sendo apresentada pela quinta vez ao Congresso
Nacional e já foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal.
4 – Redução das pensões - A PEC reduz as futuras pensões para um
percentual “de até 70% do valor do provento do servidor falecido”.
Nota-se a afirmação de até 70%, ou seja, futuramente esse
percentual poderá oscilar de acordo com a vontade do governo.
5 – Fim da paridade e do recebimento de proventos integrais -
Servidores aposentados – num primeiro momento, não haveria
alteração. Atuais servidores que já têm direito a requerer
aposentadoria integral ou proporcional – ficam asseguradas as
regras anteriores, inclusive a paridade e a integralidade.
Servidores em atividade ou futuros aposentados – terão a
aposentadoria calculada pela média das remunerações (considerando,
se for o caso, o tempo de contribuição do setor privado).
CARTILHA
PARA COMPREENDER EFEITOS DA REFORMA
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ASSEMBLÉIA
DO DIA
18 |
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Reunidos em Assembléia Geral
Extraordinária, realizada dia 18 de junho, na sala 48 do P1, os
docentes da Rural aprovaram, por maioria absoluta de votos, o
indicativo de greve proposto pela Plenária dos Servidores Públicos
Federais, prevista para o dia 08 de julho.
Assinaram a ata de presença 66 docentes. No momento da deliberação,
43 votaram a favor do indicativo, 9 contra, e 4 se abstiveram. |
A decisão aconteceu após dezenas de intervenções os docentes, na sua
maioria, indignados com a reforma da previdência proposta, trouxeram
esclarecimentos, assumiram posições e justificaram a necessidade de
o movimento sindical se lançar à luta, com todas as suas forças,
pela retirada do projeto do governo de Reforma da Previdência.
A assembléia aprovou o nome da professora Nidia Majerowicz para
delegado junto ao 46o. CONAD em Vitória-ES, nos dias 27 a 29 de
junho e delegou competência à Diretoria para indicar um
representante para a reunião dos SPF, dia 5 de julho, em Brasília.
Iniciando a estruturação do Comando Local de Mobilização, foi
aprovado o nome do Professor Canrobert Penn Lopes, aguardando-se
novas adesões.
Por último, os presentes debateram a necessidade de fortalecimento
das finanças da ADUR, incorporando o desconto de 1% (um por cento)
sobre a GED. O assunto, apesar de bem recebido, ficou de ser
amadurecido, para votação na próxima assembléia da categoria.
FINANÇAS DA ADUR
Um dos compromissos assumidos pela atual Diretoria da ADUR, eleita
por ampla maioria dos docentes, é o de reestruturar o setor
financeiro da entidade, hoje enfraquecido após nove anos de
congelamento salarial.
Desde que assumimos a direção da ADUR, em fevereiro/2002, temos
tentado equilibrar o orçamento, lançando mão do fundo de greve,
hoje já debilitado, e deixando de participar de certos eventos, a
nível nacional, quando mais onerosos para a entidade. Essa economia,
no entanto, pode representar uma perda política para a própria
categoria, o que para nós é indesejável. Precisamos manter um certo
nível de participação em encontros, seminários e congressos de
interesse dos professores, mas isso tem um preço.
Por outro lado, apesar de termos nossos vencimentos congelados, os
funcionários da ADUR, anualmente, têm seus reajustes (13% em 2003);
a conservação, a manutenção, os gastos com nossos equipamentos e de
nossa sede aumentaram. Assim, chegamos a uma encruzilhada: ou
reajustamos nossa mensalidade ou deixamos de participar de várias
lutas de suma importância. Estamos com indicativo de greve para
08/07/2003: para podermos sustentar tal movimento, totalmente
necessário, precisamos de suporte correspondente. Por mais economia
que façamos, o aumento progressivo das tarifas públicas, passagens
aéreas, entre outros, têm limitado o nosso trabalho político, em
vários momentos, bem como nossos projetos de melhoria de serviços
aos filiados.
Vislumbramos uma solução. A maioria das IFES desconta 1% também
sobre a GED e a GID. Até hoje relutamos em fazer estsa proposta;
entretanto, agora é premente que ela seja discutida. Trata-se de
questão de sobrevivência das nossas lutas atuais e das que se
aproximam. Não que estejamos com as finanças desequilibradas, pelo
contrário, o que propomos é que, no momento necessário, tenhamos o
aporte financeiro para suportar, com dignidade, as lutas que se
aproximam.
Para cada filiado, a diferença (1% sobre GED) mensal será muito
pequena, mas para a ADUR, o somatório representará o fortalecimento
da nossa entidade. Mesmo que nossos vencimentos sejam minguados,
precisamos ter uma entidade forte para sustentar as lutas por
melhores dias.
Convocamos a todos para que estejam presentes à nossa próxima
Assembléia, que tragam as suas sugestões para que possamos, em
conjunto, deliberar a respeito.
Diretoria da ADUR-RJ S.Sind.
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PETISTAS APROVAM APOIO ÀS REFORMAS
A bancada parlamentar do PT reuniu-se
em 17/6 e, após um acalorado debate, acabou aprovando uma resolução
imposta pelo Palácio do Planalto. Na prática, antecipou-se o
compromisso de votar a favor da reforma da Previdência, quando a
reunião deveria ampliar o debate interno daquele partido. “Acho isso
leviandade! Convidar a bancada para a discussão da reforma da
Previdência e virem com a proposta de deixar a discussão das emendas
para depois?”, disse Paulo Rubem (PT-PE), irritado. A vitória da ala
governista foi apertada: 32 votos a 22.
Reunião tensa - O presidente do PT, José Genoíno, um
especialista em mecanismos do legislativo, apresentou ao ministro
José Dirceu a sugestão de se votar uma resolução antes de debater as
emendas, tal qual ocorre na Câmara de Deputados. O deputado
Maurício Rands (PTPE), relator da reforma da Previdência na CCJ,
apresentou a proposta. Várias reações foram manifestadas.
Os parlamentares contrários à aprovação da resolução apresentada
pela ala governista chegaram a produzir um texto alternativo, em que
a bancada reafirmaria seu apoio, antecipando, entretanto, a intenção
de apresentar emendas para modificar as regras de transição, os
critérios de cálculo de benefícios, a taxação de aposentados, a
redução de pensões e os fundos de previdência complementar. No meio
da tarde, a vontade dos governistas acabou prevalecendo.
O que foi aprovado - “A bancada do PT aprova a reforma da
Previdência, apóia a PEC 40 e encaminhará emendas que considera
necessárias ao aperfeiçoamento do projeto”.
O que foi rejeitado - “A bancada do PT reafirma seu apoio à
reforma da Previdência, na ótica da Seguridade Social, e, portanto,
plena, justa, inclusiva e sustentável. Para tanto, estamos
construindo emendas de aperfeiçoamento à PEC 40, que possam
modificar as regras de transição, os critérios para cálculo de
benefícios, a taxação dos inativos, os crtérios para cálculo de
benefícios, a taxação dos aposentados, a redução de pensões e fundos
de previdência complementar, entre outros aspectos. Inspira-nos a
compreensão de que um serviço público forte é decisivo para as
mudanças de que o Brasil precisa e com as quais o nosso governo
está comprometido”. Fonte: O Globo de18/6 |
SERVIDORES FEDERAIS
DECIDEM:
AGORA É LUTA!
A esperança
venceu o medo, mas parece ter-se perdido pelos labirintos de
Brasília. Esta pode ser uma síntese do que vêm pensando os
servidores públicos federais do País, após muita expectativa em
torno do governo Lula. Acostumados, porém, às tempestades, os
servidores públicos federais sabem que para ter esperança é preciso
ir à luta. O arrocho salarial (como sempre) e a retomada
surpreendente da reforma da previdência são alguns dos desafios do
próximo período. As últimas semanas foram decisivas para a
organização de mais um momento de disputa envolvendo o governo
federal e seus servidores.
A partir de outubro de 2002, com a vitória
de Lula e do PT para a Presidência da República, o Brasil viveu uma
expectativa de dias melhores. Com a posse do governo, em janeiro de
2003, essa expectativa começou a se esvaziar para o funcionalismo
federal, com a proposta de reforma da previdência e o inicial
silêncio em relação ao índice de reposição salarial. Posteriormente,
o anúncio do índice de 1%, mais um abono próximo a R$ 59,87 para
algumas categorias, fez com que muita gente se lembrasse dos maus
momentos da era FHC. Várias entidades, desde então, têm buscado
mobilizar os trabalhadores, com debates e dias de luta, buscando
condições ideais para forçar o governo a debater as reformas,
negociar mudanças nos textos das emendas constitucionais e definir
recomposições salariais de acordo com as perdas observadas.
PRIMEIRA GRANDE LUTA CONTRA AS REFORMAS
NEOLIBERAIS DE LULA
Há duas semanas, porém, foi dado um passo
decisivo para alcançar patamares mais adequados de mobilização: a
realização de uma grande marcha, em 11 de junho, em Brasília, com
cerca de 30 mil servidores. A “Marcha contra a Reforma” partiu da
Catedral de Brasília rumo ao Palácio do Planalto, parando em frente
ao Ministério da Fazenda, onde novos protestos foram realizados. A
manifestação foi organizada por diversas entidades representativas
do funcionalismo, entre elas o ANDES-SN, que integra o Movimento em
Defesa da Previdência Social e do Serviço Público e a CNESF.
Os protestos se dirigiram principalmente
pela retirada da PEC 40, contra a privatização da Previdência,
contra a taxação de servidores inativos (em 11% sobre o que exceder
aposentadorias no valor de R$ 1.058), contra a criação de um teto R$
2.400 e fim da integralidade e paridade entre ativos e aposentados.
Foi o primeiro grande ato contra o governo em Brasília.
SERVIDORES SÃO RECEBIDOS
No início da tarde daquele dia, uma
comissão de servidores foi recebida no Palácio do Planalto pelos
ministros da Previdência, Ricardo Berzoini, do Planejamento, Guido
Mantega, da Casa Civil, José Dirceu, e pelo Secretário-Geral da
Presidência, Luis Dulci. Os servidores apontaram a insignificância
do reajuste salarial concedido (1%) e o conteúdo da proposta de
reforma da Previdência, a forma de encaminhamento, a ausência de
discussões aprofundadas e a injustificada pressa para a votação da
PEC 40 como elementos que geraram um grande mal-estar e
insatisfação em todo o funcionalismo. Pediram, por fim, que o
governo retirasse a Proposta de Emenda Constitucional de tramitação
na Câmara dos Deputados, propiciando maiores e aprofundadas
discussões, acompanhadas de uma urgente auditoria nas contas da
Previdência.
Os membros do governo pareciam cumprir uma
formalidade. Os representantes dos servidores ficaram sem respostas
e decepcionados com a reunião. O 1º vice-presidente do ANDES-SN,
professor José Domingues de Godói Filho, falando pela CNESF ao
jornal O Globo (12/6), enfatizou que as reivindicações só serão
atendidas se houver manifestações e paralisações. “Não tivemos
nenhum avanço. Só conseguiremos nossos objetivos se houver
mobilização da categoria”.
“AGORA É LUTA!”
Três dias depois, embalados pelo sucesso
da marcha, os Servidores Públicos Federais, deliberaram em Planária
Nacional por deflagrar a greve no dia 8 de julho, pela retirada da
PEC 40 (Reforma da Previdência). A escolha da data considerou o grau
de mobilização das diferentes entidades e a maior unificação
possível dos servidores para a deflagração da greve. Essa será a
primeira paralisação geral do funcionalismo no governo Lula.
A Central Única dos Trabalhadores, através
de sua Secretária-Geral, Denise Motta, defendeu a negociação de
mudanças na emenda constitucional, discordando do caráter da
mobilização. Foi vaiada por cerca de 350 delegados presentes, que
exclamavam: “Agora é luta!”. A fim de intensificar a mobilização e
continuar na construção da greve, a plenária aprovou, ainda, a
realização de grandes atos nos diferentes Estados, em 26/6,
procurando repetir aí o sucesso do ato do dia 11/6, em Brasília.
O chefe da Casa Civil, José Dirceu,
afirmou ao Jornal Estado de Minas, de 17/6, que, se a greve
dos funcionários públicos vier a ser feita e se estiver dentro da
lei, a administração federal a respeitará. “A greve é regulamentada
pela lei. Toda manifestação, quando legal, e reconhecida pela lei,
terá no governo a sua defesa, porque é o direito de manifestação”,
disse ele, acrescentando, no entanto, que o governo não tinha como
um dado a possibilidade de uma greve do funcionalismo.
Para preparar a deflagração da greve, os
servidores realizam nova plenária no dia 5 de julho. “Somente uma
forte mobilização e uma greve unificada poderão barrar a reforma da
Previdência pretendida pelo governo! Em defesa da universidade
pública, contra essa reforma da Previdência, todos à greve no dia 8
de julho”, diz documento da direção do ANDES-SN enviado às entidades
de base. Fontes: ANDES-SN,Estado de Minas e O Globo.
CALENDÁRIO
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26/06 - Ato público contra a Reforma da
Previdência – Concentração a partir das 16h, na Candelária, com
passeata até a Cinelândia.
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27 a 29/06 - 46º Conad do Andes-SN -
Vitória (ES) – Tema: “Reforma da Previdência: o medo vencerá a
esperança?”
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4/7 - Reunião do Setor das Federais -
Brasília (DF)
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5/07 - Plenária dos SPF – Brasília (DF)
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8/07 - Indicativo de deflagração da
greve unificada dos servidores públicos
SÓ
CONSEGUIMOS NOSSOS OBJETIVOS COM MOBILIZAÇÃO
Foto: Roosewelt Pinheiro/Radiobrás
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Servidores públicos federais e os
principais ministros do governo Lula assinaram, em 16/6, um
protocolo que criou oficialmente a Mesa Nacional de Negociação
Permanente. Agora, representantes dos ministérios do Planejamento,
Fazenda, Casa Civil, Previdência, Trabalho, Educação, Saúde e da
Secretaria-Geral terão encontros periódicos com entidades de
servidores, para discutir plano de carreira, seguridade social,
direito sindical e políticas salariais. Os trabalhos do grupo
começam no dia 25, com a negociação do reajuste de servidores para
2004, a possível definição de aumentos no vale-alimentação, despesas
com diárias e regulamentação das carreiras.
A definição do aumento salarial para o ano que vem acontece em um
momento em que o reajuste linear de 1% deste ano sequer foi aprovado
pelo Congresso Nacional.
As entidades sindicais entregaram ao governo a proposta de, no
mínimo, repor a inflação deste ano. O IPCA, segundo algumas
instituições financeiras, como o Banco Central, deve ficar em
11,84%, em 2003. A reposição de todas as perdas com a inflação desde
a era FHC resultariam num aumento de 122,39%.
As secretarias de Orçamento Federal e do Tesouro Nacional foram
orientadas pelo Planalto a realizar estudos, e, a partir dos
números, o governo saberá com que margem poderá negociar com os
servidores, no dia 25. Os gastos da União com pessoal chegam a 30%
da receita. Apesar disso, o governo Lula não quer extravasar no
aumento. “Existe certa folga na Lei de Responsabilidade Fiscal para
aumentar os gastos com os servidores. Em tese, o governo poderia
gastar até R$ 20 bilhões a mais. Mas essa não é a realidade. O
governo também tem outros compromissos”, explicou a O Globo (17/6) o
secretário Luís Fernando Silva, servidor federal e ex-dirigente
sindical da FENASPS.
1% CHORADO
O governo diz querer negociar o reajuste do servidor do ano que vem.
No entanto, o aumento linear de 1% e o abono de R$ 59,87 referentes
à decisão do Ministério do Planejamento neste ano vão atrasar. Para
que servidores do executivo recebessem o aumento no próximo
salário, no segundo dia útil de julho, os senadores precisavam ter
aprovado o projeto de lei que autoriza o aumento até 18/6, o que
não foi feito, segundo consta, pela obstrução da pauta da Câmara.
PRINCIPAIS PERDAS COM A REFORMA:
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Redução da aposentadoria em 50%;
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Fim da regra de transição;
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Perda de até 35% dos proventos, caso o servidor se aposente antes
dos 60 anos (homens) ou 55 anos (mulheres);
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Fim da aposentadoria proporcional;
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Imposição da Previdência Complementar com a qual o servidor arcará,
incluindo todos os riscos das más administrações, das “quebradeiras”, além de nunca
saber com quanto irá aposentar-se;
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Contribuição dos inativos;
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Limite de até 70% para pensões.
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Página 4
IFES
PERDEM PROFISSIONAIS |
UNIVERSIDADE É ATINGIDA DE
FORMA BRUTAL PELA
REFORMA |
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Desde janeiro, 778 professores
entraram com pedido de aposentadoria, segundo levantamento da
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (ANDIFES). “Não vamos deixar a Previdência
contaminar as universidades. Vamos criar um programa de
concessão de benefícios, para não perdermos a qualificação nas
universidades públicas”, disse o ministro da Educação, Cristovam
Buarque, que admitiu a corrida à aposentadoria. O Ministério da
Educação diise que vai criar um programa de concessão de bolsas
de até R$ 3.000 mensais, para estimular a permanência em
atividade dos professores de ensino superior que podem
aposentar-se neste ano.
Os dados da ANDIFES mostram que 3.216 professores já têm tempo
de serviço para pedir a aposentadoria integral até o fim do ano.
Outros 2.774 já podem pedir a aposentadoria proporcional.
‘Estaremos tirando massa crítica da universidade, professores
com carreira consolidada, alta produtividade, experientes. Mesmo
que tenhamos concurso para suprir essas vagas, não há pessoas
com esse perfil sobrando’, disse Wrana Panizzi, presidente da
ANDIFES e reitora da UFRGS. O déficit de professores no Ensino
Superior, que já havia superado a marca de 7500 vagas, está
chegando perto dos oito mil docentes. E as perspectivas não são
das melhores. Embora a tendência de correr para garantir os
direitos venha se reproduzindo em várias das esferas do Governo
a situação no MEC é das mais graves.
O estudo realizado pela ANDIFES aponta que outros 5.954
professores e 6.944 técnicos têm condições de solicitar
aposentadoria (integral ou proporcional) até o final do ano. Se
a expectativa se confirmar, o ensino superior público pode
chegar perto do colapso. “Este projeto deve ser retirado.
Entendemos que os direitos têm que ser ampliados e não
retirados. Isso significaria estender para o setor privado os
benefícios que temos”, afirma o vice-presidente do ANDES, José
Domingues. “Nós não somos contra uma reforma na previdência, mas
rejeitamos esta proposta. Por causa do conteúdo, dos métodos e
da forma de discussão”.
SEMINÁRIO
Sem conseguir convencer os professores de que não haverá
prejuízos com a reforma, as universidades continuam a perder
profissionais. Os dirigentes do meio acadêmico sabem que
substituir um professor com 30 anos de experiência, não é tarefa
das mais fáceis. Preocupada, a ANDIFES organizou um seminário
com todos os dirigentes de Instituições Federais de Ensino
Superior para estabelecer a posição da entidade. Segundo Wrana
Panizzi, será elaborado um documento para ser enviado aos
líderes dos partidos e a alguns ministros: “Vamos mostrar a
profunda preocupação que nós temos em relação à reforma, porque
ela atinge de forma brutal a vida das universidades”.
SEM DEFINIÇÃO
De acordo com o secretário de Educação Superior do MEC, Carlos
Antunes, as bolsas vão variar de R$ 2.000 a R$ 3.000 por mês e
serão concedidas a professores que já completaram o tempo para a
aposentadoria integral. Os critérios para a concessão do auxílio
ainda não estão totalmente definidos, porém as bolsas devem
começar a ser liberadas a partir de julho. O MEC não sabe qual o
volume de recursos disponível. Também não está definido por
quanto tempo o professor que permanecer em atividade terá
direito à bolsa. Segundo o Ministério, a medida tem caráter
emergencial. A CAPES (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior) vai pagar as bolsas.
Segundo o secretário, a expectativa é que sejam concedidas
inicialmente cerca de 300 bolsas, mas esse não é um número
definitivo. “Não é um programa definitivo, é provisório, apenas
para enfrentarmos a emergência e para não deixarmos as
universidades perderem qualificação”. Domingues, do ANDES, é
crítico: “Não existe nada formal sobre isso. É somente uma
idéia. Ninguém sabe como será feito, se o valor é mesmo de R$ 3
mil e quantas bolsas seriam. É basicamente mais um factóide do
governo”.
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Na Assembléia Geral
da Rural, os docentes manifestaram indignação com a Reforma da
Previdência e a necessidade da luta.
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MEC
PROPÕE BOLSA PARA EVITAR APOSENTADORIAS
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ATO PÚBLICO |
CRÍTICA
A PROJETO DE LULA
Intelectuais apoiadores históricos do PT voltaram a criticar
duramente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ao assinarem
o “Manifesto de Alarme Contra a Proposta do Governo de Reforma
da Previdência”, propondo a sua “retirada” do Congresso.
Subscreveram o documento, entre outros, os professores da USP
Fábio Konder Comparato (Direito), Marilena Chauí (Filosofia),
Francisco de Oliveira (Sociologia) e Aziz Ab’Saber (Geografia),
além de Octavio Ianni (Sociologia), da Unicamp. “Já ficou
evidente para a opinião pública, a despeito da mídia, que esse
governo é totalmente prisioneiro do modelo neoliberal”, afirmou
Ianni.
O documento foi “aprovado” em ato público na USP, organizado por
sindicatos e associações de servidores e professores de
universidades paulistas. O texto diz que a proposta de reforma
da Previdência do governo “nada oferece no sentido de resolver
os problemas reais que o sistema apresenta”. E afirma que “a
reforma rompe com os princípios de justiça e inclusão social”
incorporados à Constituição de 1988. (Folha Online)
MANIFESTO
DO ANDES-SN
AOS PARLAMENTARES
“Dia 8 de julho é greve dos Servidores Públicos Federais.(...)
Conclamamos a atenção dos parlamentares para a seriedade dessa
decisão: o Serviço Público do Brasil vai parar. A inalidade de
nossa greve é a retirada de tramitação da PEC 40 e barrar essa
reforma. Nos posicionamos (sic) dessa forma pelas razões que
seguem:
1.A Exposição de Motivos que respalda a PEC 40 é falaciosa.
Temos dados fidedignos que comprovam a inexistência de déficit
na Previdência e, muito pelo contrário, o governo é devedor do
fundo previdenciário que os Servidores Públicos sustentaram e
que não foi devidamente constituído, tendo sido desviado para
outros fins.
2. A Reforma em curso (...) Trata-se de uma reforma fiscal que
penaliza os servidores públicos, retirando de forma criminosa
seus direitos, com o intuito de sustentar as metas de superávit
primário impostos pelo Banco Mundial e FMI.
3. (...) é, na realidade, a constituição dos fundos de pensão em
que uma massa salarial dos servidores será desviada da
previdência pública para alimentar a especulação financeira.
4. Em todos os países do mundo em que tal receituário do Banco
Mundial foi aplicado o resultado foi desastroso, (...).
No momento, o que esperamos é que os que nos representam no
parlamento realizem gestões pela RETIRADA DA PEC 40! Assim,
poderemos de forma séria e honesta realizar o diálogo que venha
a resultar em uma Reforma da Previdência que promova justiça
social.”
OS
AMIGOS DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Comentário de Elio Gaspari na Folha de São Paulo de 8 de
junho:
Estão privatizando a parte do latifúndio que coube ao
ministro Ricardo Berzoini fazê-lo. O cidadão paga seus impostos
(41% do PIB), vai ao sítio do Ministério da Previdência na
Internet e vê que se organizou um “Seminário para criar um fundo
de pensão a partir do vínculo associativo”. Aventura-se e
aprende que se trata de um evento de um dia, grátis, com cinco
painéis. Será apresentado em Brasília e seis capitais de
Estados. Destina-se a iniciar empresários e sindicalistas no
mundo da nova Previdência Social. Coisa privada, para gerar
mais coisas privadas, com o propósito de administrar o ervanário
dos fundos de pensão de 4 milhões de funcionários públicos.
O programa do seminário informa que três dos cinco painéis têm o
mesmo expositor. É Wanderley Freitas. Até meados do ano
passado, ele era um dos sócios da consultora Gushiken
Associados. Com a ida do companheiro Luís Gushiken para a
Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo, Wanderley e
outro sócio (Augusto Tadeu Ferrari) falam hoje em nome de uma
nova empresa, a GlobalPrev. Gushiken já nomeou Adacir Reis, seu
ex-assessor na Câmara, para a Secretaria de Previdência
Complementar. A todos, sinceros votos de sucesso.
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Opiniões
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