ADUR Informa
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ANO
22 |
Nº 34 |
29/11 A 13/12 |
2001 |
Seção
Sindical do ANDES-SN Filiada
à CUT |
ADUR
Informa - publicação da Associação dos Docentes da UFRuralRJ.
Conselho Editorial: Áurea Echevarria, Francisco de Assis da
Silva, Nídia Majerowicz,
Ricardo L. L. Berbara e Valdomiro Neves Lima.
Edição e editoração: Regina Rocha
(Reg. 16269/MTb).
Fotos:
Lenin Pires.
As matérias não assinadas são de responsabilidade do Conselho
Editorial. |
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CNG
NEGOCIA SUBSTITUTIVO E CÂMARA VOTARÁ EM REGIME DE
URGÊNCIA |
O
evento universidade na praça, dia 13, na Cinelândia,
reuniu professores, técnico-administrativos e estudantes da
UFRRJ, UNI-RIO, CEFET,
UFF, Colégio Pedro II, entre outras instituições
em greve. Na foto, popular assina manifesto em apoio à
greve e em defesa da Universidade Pública (Página
3).
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Derrotado no STF e pela incontinência verbal do presidente da República,
para o qual professores são coitados, o governo federal foi
obrigado a liberar os salários de outubro para os grevistas
e negociar os termos do Projeto de Lei que reajusta os salários
dos professores universitários. Ontem, 28/11, após um dia
intenso de reuniões, representantes do Comando Nacional de
Greve negociaram com o relator do Projeto de Lei, Nelson
Marchezan (PSDB/RS), que acatou os termos do substitutivo
elaborado pelo CNG e referendado pelas assembléias de base.
Os recursos envolvidos no projeto somam cerca de R$ 328 milhões
e foram negociados com o governo federal. Os docentes terão
reajuste salarial médio entre 13% e 14%, segundo cálculos
do Comando Nacional.
Indicativo em discussão
Os
detalhes técnicos foram acertados na tarde de ontem por
assessores do MEC/Sesu e membros |
do CNG. Segundo Carlos Alberto Sanchez, professor da UFMT e membro da
direção do ANDES-SN, o comando se reuniria após as
atividades no Congresso Nacional. Somente após a análise
do que foi negociado haveria condições de debater que
indicativo encaminhar às assembléias regionais que ocorrem
no país nos dias 29 e 30.
O acordo, formalizado no substitutivo do Projeto de Lei, deve ser votado
no Congresso, em regime de urgência. O acordo foi fechado
entre o sindicato e a relatoria do Executivo, representado
pelo deputado federal Nelson Marchezan (PSDB-RS). O acordo
inclui a equiparação da GID (Gratificação de Incentivo
à Docência) à GED (Gratificação de Estímulo à Docência).
O relator-geral do Orçamento, deputado Sampaio Dória
(PSDB-SP), e o deputado Marchezan, disseram que foram
deslocados cerca de R$ 78 milhões das emendas parlamentares
para totalizar os R$ 328 milhões para viabilizar o pacote
total do acordo.
Vitória
também na Justiça
Na
noite de terça-feira, 27/11, o governo federal tentou
impedir o pagamento por meio de ação da Advocacia Geral da
União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas foi
derrotado e desistiu de brigar novamente na Justiça contra
o pagamento. Segundo o Ministério da Educação, os
recursos destinados ao pagamento dos salários de outubro
dos professores já estão sendo liberados para que os
reitores façam o repasse. Os professores devem receber até
sexta-feira, 30/11. (mais informações na Página 4)
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Em 31/10,
MEC, parlamentares e CNG Andes poderiam ter chegado a um
acordo, não fosse FHC orientar seu líder na Câmara
Federal a não assinar o documento negociado. De lá para cá,
além do bloqueio ilegal dos salários de grevistas, o
governo federa desrespeitou decisão judicial, elaborou um
pacote de medidas arbitrárias e vem tentando destruir o que
resta de legislação trabalhista no país. Mais
do que nunca o movimento docente se constitui na mais avançada
resistência a um governo que quer apagar o futuro do país.
(Páginas 2 e 3) |
Página
2
PACOTE
ARBITRÁRIO CONTRA TRABALHADORES |
Um decreto, uma medida provisória
e dois projetos de lei constituem o chamado pacote
anti-greve. Ele foi apresentado à sociedade como uma medida
para enfrentar as greves dos professores universitários,
que completa 100 dias nesta semana, e a dos previdenciários,
concluída com vitória dos servidores na semana passada.
Todavia, ele tem um conteúdo ainda mais nefasto, que é
criar um clima de intimidação social, propício para que
FHC e seus aliados no Congresso removam da legislação
direitos conquistados com muita luta pelos trabalhadores.
O
pacote anti-greve
Este conjunto de medidas
estabelece regras para dificultar a liberação do salários,
cria punições para os grevistas e permite a contratação
de trabalhadores temporários para substitui-los. O decreto
4.010/01 centraliza na Presidência da República a
responsabilidade de liberar o pagamento de pessoal; a Medida
Provisória autoriza a contratação de trabalhadores temporários
para substituir grevistas. Os dois projetos de lei
complementam a trama.
O primeiro determina que a
justiça deverá decidir se a greve é legal ou ilegal. Se
ilegal, o governo terá que descontar os dias parados. Não
apresenta nenhuma avaliação ou sugestão do que seria uma
greve legal, abrindo campo para as subjetividades da política.
O segundo projeto estabelece
que, passados 30 dias de paralisação, os grevistas poderão
ser processados administrativamente e demitidos. Não
institui nenhuma obrigação do governo negociar neste período,
deixando para este a oportunidade de dar tempo ao tempo e
aplicar a máxima de Getúlio Vargas: aos amigos tudo; aos
inimigos, a lei.
FHC
em seu pior momento
Agindo com casuísmos, FHC
escolhe o momento de pouca credibilidade para um ato de força.
Não por acaso seu desastrado pacote suscitou reações em
todos os meios, a começar pelo Judiciário. O presidente do
Superior Tribunal de Justiça, Paulo Costa Leite, não
economizou nas suas contundentes críticas veiculadas no
jornal O Globo de 14/11: “É um ato de força. Isso é
muito grave institucionalmente e cria um clima de insegurança
e instabilidade jurídica incompatível com o estado democrático
de direito”. Roberto Leher, presidente do ANDES,
classificou a medida como uma das mais truculentas, arbitrárias
e agressivas do governo FHC.
Fragilidade
O governo subestimou o
potencial das greves, mais ou menos como fez com a crise
energética no ano passado. A greve cresceu e se impôs na
conjuntura, obrigando a mídia comercial a se reportar a um
público claramente favorável às reivindicações dos
trabalhadores. Daí em diante o governo foi mostrando todo
seu despreparo e fragilidade.
Trabalhadores
reagem
No segundo semestre de 2001 o
crescimento das lutas dos trabalhadores foi impressionante.
Além das greves no funcionalismo federal, servidores de vários
municípios resolveram enfrentar as prefeituras. Os
petroleiros, com 5 dias de mobilizações e paralisações,
conseguiram um acordo superior ao da última greve. Da mesma
forma, ocorreram inúmeras mobilizações nas indústrias,
onde destacamos a greve dos metalúrgicos da Volkswagen
contra 3.000 demissões. Estava se conformando no país um
ambiente adverso para a grande cartada do FMI, das
multinacionais e seus sócios menores brasileiros: a
flexibilização dos direitos trabalhistas, encerrado no PL
5.438/01. Este altera o artigo 618 da Consolidação das
Leis do Trabalho, fazendo com que direitos constitucionais
dos trabalhadores possam ser discutidos e revogados em
rodadas de negociações. Como num passe de mágica, acordos
entre raposas e galinhas estariam acima da própria
Constituição Federal do país.
O governo pretendia aprovar
esse projeto a toque de caixa. Não desejava debater com a
sociedade e flexibilizar direitos. Todavia, enfrentou a
resistência dos trabalhadores, dos partidos de oposição e
do próprio PMDB,
que integra sua base parlamentar mas não quer se queimar em
período pré-eleitoral.
Em 28/11, após nova tentativa de votação do projeto, o
presidente da Câmara e aliado de FHC, Aécio Neves
(PSDB/MG) reconheceu que não tem condições de ser votado
ainda. Uma vitória, ainda que pontual, da sociedade
representada pelo movimento dos trabalhadores,
particularmente aqueles que se encontram mobilizados, em
greve.
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GOVERNO
APOSTOU NO IMPASSE |
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A greve dos docentes das IFES, iniciada em 22 de
agosto, como
parte do movi- mento de greve dos servi- dores públicos
federais. Desde o início esse movi- mento se caracterizou
pela forte mobilização dos professores e técnico-
administrativos das IFES, assim como dos servidores
da Previdência Social. |
Hoje,
passados 100 dias, a única categoria em greve é a docente,
com o apoio decisivo da sociedade, em particular dos
estudantes.
Essa
greve, porém, esteve próxima de ter uma solução. Era
essa a expectativa da categoria e do Comando Nacional de
Greve, que esperou mais de dois meses, até que a primeira
reunião com o ministro Paulo Renato acontecesse em 26/10.
As discussões evoluíram minimamente até 31/10, quando as
partes envolvidas na negociação _CNG Andes e SINASEF
(Sindicato Nacional dos Profissionais das Escolas Federais),
MEC e representantes do poder Legislativo- acertaram
elementos para uma minuta de acordo.
A
irresponsabilidade do governo federal e seus compromissos
maiores com as estratégias do FMI e do Banco Mundial foram
decisivos para a perpetuação do impasse. Em uma manobra
sem escrúpulos, o governo federal orientou seu líder na Câmara,
deputado Arnaldo Madeira, a rejeitar o acordo que fora
alinhavado por todos os partidos, incluindo o PSDB. Neste, o
parlamento buscaria realocar recursos do orçamento (cerca
de R$ 100 milhões) para que o acordo atingisse a repercussão
anual de R$ 350 milhões e a greve fosse solucionada.
Arnaldo Madeira, argumentou que os R$ 250 milhões
inicialmente acordados (no conjunto dos R$ 400 milhões, R$
150 milhões dos quais já somados para o acerto da FASUBRA),
já teriam sido consumidos pelas emendas dos parlamentares,
restando apenas os R$ 113,5 milhões. Outros recursos,
portanto, só poderiam surgir de verbas de uso do próprio
Executivo. O governo anunciava, por vias transversas, que o
acordo com o qual se comprometera estava desfeito.
Em
8/11, após tentativas de audiência com o presidente FHC e
diante da ameaça de parlamentares da oposição de obstruir
as sessões de elaboração do orçamento para 2002, o MEC
voltou a receber o Comando Nacional. Professores, estudantes
e servidores de entidades de várias regiões realizavam um
ato com mais de 1.700 participantes. O MEC reafirmou que o
acordo estava desfeito, que encaminharia a mesma proposta já
rejeitada pelas assembléias de reajuste das gratificações,
e que os salários de outubro não seriam liberados, a
exemplo do que já ocorrera em setembro. O Projeto de Lei do
MEC, com um montante de recursos da ordem de 250 milhões de
reais, propunha:
·
Reajuste de 34% na GED e na GID a todos os docentes das
Instituições Federais de Ensino.
·
Extensão de 60% do valor máximo atribuído por meio da GID
-Gratificação de Incentivo à docência - aos inativos e
pensionistas do magistério de 1º e 2º graus.
Afirmou
ainda a disposição do MEC em garantir a contratação de
docentes das IFE no Regime Jurídico Único e definir meta
de realização de concurso público a partir de 2002,
visando a contratação de 2000 docentes para as IFE, pelo
RJU, com os editais publicados até junho de 2002, fora as
2000 vagas já autorizadas.
O
Projeto de Lei que dispõe sobre reajuste da GED e GID está
tramitando em regime de urgência e tem a relatoria do
deputado Nelson Marchezan, PSDB/RS (mais na página 4).
De
lá para cá o governo editou o chamado pacote de novembro,
que se propõe a enfrentar as greves em curso. Desacreditado
socialmente, desmoralizado diante das crises sucessivas e
enfrentando problemas em sua base de sustentação às vésperas
das eleições de 2002, FHC recorre ao manual da ditadura
militar para buscar equilibrar as ações na conjuntura.
Mais uma indignidade para seu currículo; mais um desserviço
para a democracia patrocinado pelo governo do apagão.
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Página
3
O
movimento grevista na Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro, neste ano de 2001, tem se
caracterizado pela constante mobilização, envolvendo
a sociedade no debate sobre os destinos da
universidade pública. Neste contexto, tem sido
fundamental a unidade dos segmentos universitários.
As
atividades denominadas “Rural na praça”
sintetizam este momento histórico. Em três
oportunidades – Três Rios, em 10/10; Seropédica,
31/10 e Rio de Janeiro, 13/11 - representantes da
comunidade levaram para o conhecimento do público
parte das reflexões e produções do nosso ambiente
acadêmico, transformando em realidade o desejo de
estreitamento de relações entre a Universidade e a
sociedade. Ontem, 28/11, foi a vez da própria
universidade, com o evento “Rural na Rural”
testemunhar esta iniciativa que reúne conhecimento,
solidariedade, luta e cultura. |
Rural na praça em sua estréia, dia 10/10, na Praça
da
autonomia, em Três Rios.
Fila para medida de pressão:
universidades se unem
para mostrar sua importância para a população do
Rio de Janeiro, em 13/11. |
Professores e estudantes da UFRRJ
seguem para mais uma atividade na rua. |
Química para a população, dia 31/10,
em Seropédica.
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Professoras
ensinam à população os princípios e a arte do Ikebana,
na Cinelândia, em 13/11
|
Cinelândia, 13/11 - mais de mil
assinaturas em três horas: em defesa da Universidade
Pública. |
Coral
do Colégio Dutra em apoio à luta em defesa da
Universidade
|
POPULAÇÃO
APÓIA A
NOSSA LUTA |
Em
todas as atividades foi marcante o manifesto apoio de
populares e trabalhadores à greve e a necessidade de defesa
da universidade pública, gratuita e de qualidade, para que
o Brasil tenha um futuro digno e soberano.
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Páginas
4
Substitutivo
entra em regime de urgência |
O
Comando Nacional, conforme decisão das assembléias de
base, elaborou um Projeto de Lei substitutivo ao formulado
pelo governo federal e relatado pelo deputado Nelson
Marchezan (PSDB/RS). Parâmetros básicos foram considerado
o Projeto de Lei substitutivo, o qual foi articulado com o
Partido dos Trabalhadores. São eles:
·
Assegurar a equivalência GID/GED, conforme o Termo de
Acordo de 31/10;
·
Fortalecer o vencimento com o objetivo de diminuir o peso
relativo das gratificações na remuneração total;
·
A reposição das perdas econômicas deverá ser isonômica
e equânime;
·
O impacto orçamentário do substitutivo deve estar na ordem
de R$ 300 a 350 milhões;
·
A revisão geral da remuneração dos SPF, previsto para
2002, deverá incidir sobre a nova tabela de remuneração
contida no Substitutivo a partir de janeiro de 2002,
inclusive;
Além
disso o CNG exigiu a formulação de documento onde o
governo se comprometesse com os demais pontos acordados,
onde são mantidas as contratações pelo RJU, cronograma de
concursos para 2002 e mesas temáticas para negociações
relacionando questões como autonomia e carreira.
O
líder petista na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), e
deputados do setor como Gilmar Machado (PT-MG) conversaram
com líderes da base do governo para negociar a apresentação
de um substitutivo global prevendo as reivindicações dos
docentes. As negociações foram concluídas nesta
quarta-feira, 28/11, mobilizando recursos da ordem de R$ 328
milhões. Cerca de R$ 78 milhões foram remanejados.
A
proposta estabelece ainda a extensão de 60% do valor máximo
da GID aos aposentados e pensionistas do magistério de
primeiro e segundo graus e sugere alterações na Lei n°
10.187, que instituiu a GID. O ministro Paulo Renato, após
uma semana desastrosa para o governo federal, acabou
concordando com os termos das negociações.
Delegados
da UFRRJ ao CNG
Desde o início da greve foram eleitos, em assembléia
geral: Rômulo Garcia de Andrade e José Cláudio Souza
Alves, professores do DLCS, ambos eleitos para dois períodos
em Brasília; Miguel Ângelo da Silva (Depto de Matemática);
Valdomiro Neves Lima (Dmat); Siebeth Nascimento Brito (DMIV);
Luís Rodrigues Freire (Depto Solos); Ana Maria Dantas
Soares (DTPE).
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Contribuição extraordinária
Nos
meses de outubro e novembro os associados serão descontados
em mais 0,5% . Este desconto emergencial foi aprovado pela
assembléia geral de 26/9, diante da necessidade demonstrada
de recompor o Fundo de Greve, o qual, àquela altura,
apresentava sinais de esgotamento o que se agravou com o
bloqueio dos salários em dois meses consecutivos.
Com essa decisão, o desconto das mensalidades sobre a
gratificação natalina, que acontece anualmente em
novembro, será em dezembro.
Vestibular
Segundo
o CNG Andes-SN, até o dia 16/11 somavam 27 as universidades
cujos colegiados superiores decidiram pelo adiamento do
vestibular. Estão entre elas; UFRJ, UFF UNI-RIO, UFES,
UFMG, UNB, UFG, UFLavras, UFRPE, UFPE, UFPB, UFPel, entre
outras.
Até aquela data 42 seções sindicais haviam aprovado em
seus fóruns a luta pelo adiamento do vestibular. A Adur já
encaminhou decisão da assembléia dos docentes, favorável
ao adiamento. O tema será debatido no Conselho Universitário
da UFRRJ.
Ah,
coitado!
O
presidente Fernando Henrique Cardoso cometeu mais uma gafe
com os professores durante a cerimônia de entrega do prêmio
nacional do Finep de inovação tecnológica, em 27/11.Ao
relatar sua experiência como professor no Instituto de
Estudos Avançados de Princeton (EUA), FHC afirmou que os
pesquisadores e bolsistas da universidade que não
conseguiam produzir viravam professores.”Se a pessoa não
consegue produzir, coitado, vai ser professor. Então fica a
angústia: se ele vai ter um nome na praça ou se ele vai
dar aula a vida inteira e repetir o que os outros fazem”,
afirmou o presidente.
GED
nele!
Saiu publicado no Diário Oficial do Estado de São
Paulo, em 21/11/2001 - Seção executivo II: “Declarando,
no título publicado no D.O. de 15-2-95, em nome do prof.
dr. PAULO RENATO COSTA SOUZA, RG 12.436.488, professor
titular, ref. MS-6, da PP do QD, em RDIDP, junto ao
Departamento de Política e História Econômica do
Instituto de Economia, que a modalidade do afastamento, a
que o mesmo se refere, passou a ser sem prejuízo de
vencimentos e das demais vantagens da função, a partir de
1/11”.
Ao que tudo indica, o ministro Paulo Renato
reformulou seu pedido de afastamento, por estar sendo
prejudicado financeiramente. A alternativa decente, nesse
caso, seria a retomada das atividades em sala de aula. Será?
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FGTS:
acordo é cheque em branco para FHC
A assessoria jurídica
da Adur, em comunicado à entidade no dia 8/11, ratificou a
orientação já comunicada meses atrás quanto a não
assinatura do acordo proposto pelo governo tendo em vista
“os enormes prejuízos que representa, sobretudo para os
que mais tem a receber junto a Caixa Econômica Federal”.
O acerto proposto não contempla, por exemplo, juros de
mora, da ordem de 6% ao ano, o que vem sendo obtido nas
sentenças judiciais. Por outro lado, o prazo para pagamento
poderá chegar a sete anos.
Segundo Marcelo
Chalréo, o tal acordo só pode interessar a quem tem a
receber até R$ 1.000 (hum mil reais); “para esses o
pagamento será a vista, sem descontos”.
A assinatura do
acordo representará um cheque em branco para o governo,
adverte a assessoria. Os cálculos serão feitos pelo próprio
governo e só estarão disponíveis em abril de 2002.
Trata-se de um acordo em que o governo propõe a adesão
para depois informar quanto será pago. Provavelmente depois
que o FMI analisar a fatura.
A Adur adverte os
professores: o Supremo Tribunal Federal já decidiu os índices
a serem empregados na correção dos saldos do FGTS. Desde
então, as ações judiciais tem tramitado com mais rapidez.
Aderir ao acordo do governo é o mesmo que nadar e morrer na
praia.
Sentença
favorável
“Informo-lhes
com satisfação que nos autos do processo de Mandado de
Segurança (número 2000.5101014780-7, 23a
Vara Federal), impetrado pelos professores Euclídea
Rodrigues Guimarães, Izabel Íziz de Azevedo Benac, José
Cavalcanti de Araújo, José Rodrigues Machado de Araújo,
Nelson Pereira da Silva, Nildea da Silva Neves, Cláudio José
Carvalho e Normandy dos Santos Rangel, referente ‘a GID
desses docentes aposentados foi proferida sentença favorável
à percepção da GID por esses servidores. O processo é
patrocinado por esta prestigiosa entidade, via sua
Assessoria Jurídica”.
“A intimação/comunicação
à UFFRJ já está sendo realizada pela serventia judicial
responsável nos próximos dias”.
Deste modo, fica o
registro, com solicitação de comunicação aos respectivos
docentes, via correspondência desta AD”.
Atenciosamente,
Marcelo
Chalréo - Ass. Jurídico
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ANTES
DO NATAL ENVIE UMA
CARTA SOCIAL |
Quer ajudar o movimento docente a defender a Universidade Pública?
Não custa muito; apenas um pouco do seu tempo e R$ 0,05
(cinco centavos). É que a Adur está convocando os membros
da comunidade a endereçarem cartas aos estudantes e seus
familiares, explicando os motivos da greve, as razões do
impasse instalado nas últimas semanas e apresentando as
reflexões do movimento docente sobre os destinos do país e
da universidade pública.
O
documento foi elaborado pelos membros do Comando Local de
Greve e tem o objetivo de atender uma comunidade de,
aproximadamente, 20 mil pessoas em 6 mil residências.
Basta
se dirigir à sede da Adur, no campus de Seropédica, atrás
do prédio do principal, o P1. Lá se pode adquirir o texto
impresso da carta, o envelope e uma lista com cinco endereços
para postagem. Esta modalidade de carta tem o custo de R$
0,01 (Isso mesmo: um centavo!). Quem não tiver essa quantia
(o que não é impossível em tempos de corte de salários),
não tem problema: a Adur custeia o envio. O importante é o
envolvimento voluntário da comunidade.
Cada
remetente só pode enviar cinco cartas e estas somente serão
aceitas pelo correio se o envelope for escrito à mão.
Afinal, se o endereço for impresso, o correio pode
caracterizar como mala direta comercial.
Quem
quiser envolver parentes e amigos nesse mutirão, não tem
problema. O importante é que a pessoa seja informada do
propósito e concorde com a nossa causa, que é a defesa da
Universidade Pública, do país, contra o império da
escuridão.
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da página
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