ADUR Informa
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ANO
22 |
Nº 33 |
23/10 A 6/11 |
2001 |
Seção
Sindical do ANDES-SN Filiada
à CUT |
ADUR
Informa - publicação da Associação dos Docentes da UFRuralRJ.
Conselho Editorial: Áurea Echevarria, Francisco de Assis da
Silva, Nídia Majerowicz,
Ricardo L. L. Berbara e Valdomiro Neves Lima.
Edição e editoração: Regina Rocha
(Reg. 16269/MTb).
Fotos:
Lenin Pires.
As matérias não assinadas são de responsabilidade do Conselho
Editorial. |
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Prova de nossa mobilização: na quarta-feira, dia 10,
caravana parte
para Três Rios para a realização da mostra
"Rural na Praça".
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Assembléias pelo País
Foram
realizadas 38 assembléias até o dia 19/10. Destas, 35
rejeitaram a proposta do governo. Apenas 3 concordaram. Uma
delas propôs o reajuste sobre a GED e estudos para
incorporação a partir de janeiro de 2002;
17 assembléias orientaram a negociação mesmo sem
salário; 15 mantiveram a posição de só negociar após a
liberação do pagamento. Entre as que rejeitaram a proposta
do governo, 33 concordaram com a proposta de incorporação
das gratificações, formulada pelo CNG.
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Esta
semana deve ocorrer rodada de duas assembléias, uma delas
na quinta-feira, 25/10, para análise de propostas. |
Rodada
de Assembléias
10h no Gustavão
Quarta-feira
24/10
Quinta-feira
25/10
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Os docentes da UFRuralRJ, em
sucessivas assembléias avaliam
orientação do CNG e aprovam a
continuidade da greve.
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Passados
60 dias de seu
início, a greve nacional
dos docentes das IFES prossegue, dentro do contexto da maior
luta da história da educação federal. Após enfrentar o
usual desprezo da imprensa e a retaliação política do
governo FHC, cujo ministro da educação, Paulo Renato,
orientou o corte dos salários de técnico-administrativos e
docentes, este movimento vem sendo responsável, até aqui,
por imprimir um sério desgaste ao governo e alterar
aspectos importantes da política neoliberal para as
universidades públicas.
O
governo foi obrigado, em audiências com os Comandos
Nacionais de Greve de professores e servidores, a renunciar
a política de contratação de emprego público e a aceitar
a isonomia de tratamento entre ativos e aposentados. Além
disso, o próprio
presidente reconheceu que os salários pagos aos professores
está defasado (O Globo, 16/10).
Na
semana passada FHC orientou seu primeiro escalão a buscar
saídas políticas para a greve. Como resultado, vem
imprimindo dinâmicas diferenciadas em relação à Fasubra
e ANDES. Para os servidores, sinaliza com a incorporação
da GAE. Para os professores, apresenta reajuste da GED e GID,
mantendo intacto o núcleo de sua política de estímulo à
produtividade.
Assembléias
autorizam comando a negociar
O CNG havia orientado a
avaliação da proposta apresentada pelo MEC, em reunião do
dia 17/10, por parte das entidades de base. Como resultado,
a maioria das assembléias decidiu rejeitar a proposta de
aumento nas gratificações, acatando indicativo do CNG. Da
mesma forma, concordaram com a incorporação das gratificações
e autorizaram o comando a negociar mesmo com os salários
cortados. (Página 2) |
Página
2
“Sem
salários, mas com muita Dignidade” |
Muito se tem falado e escrito nesses últimos
quinze dias sobre o movimento dos docentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (IFES), CEFET’s e Colégios
Federais, que compõem o Sistema Federal de Ensino, nos
jornais e telediários. Os mesmos órgãos de imprensa que
estiveram em silêncio ou sem espaços para noticiar os
primeiros quarenta dias de nossa GREVE, passaram a informar
à população sobre as possibilidades de adiamento de
vestibulares, sobre pagamento de
multa aos professores, |
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por
dia de greve e retenção dos salários dos servidores técnico-administrativos
e docentes de todo o sistema federal de ensino.
Até
mesmo alguns editoriais de jornais de circulação nacional
analisam nosso movimento, embora essas análises, em sua
grande maioria, tentam nos colocar como intransigentes e
provocadores. Por outro lado, a manifestação da sociedade,
por meio de cartas para esses órgãos de informação, é
de total apoio às nossas posições e de acusação de
insensibilidade e inabilidade para negociação, por parte
do atual ministro da Educação.
A
retenção de nossos salários de Setembro fez aumentar o
grau de indignação de toda a categoria docente do sistema
federal de ensino com a postura do ministro Paulo Renato
Souza que, cinicamente, coloca sobre os ombros da justiça,
a impossibilidade de efetuar o pagamento devido. Ao não
explicitar na audiência de 26. 09.2001, com as categorias
em greve, esse ato que cometeria no dia seguinte, o ministro
da Educação reabriu aquela antiga desconfiança, que tem
acompanhado as mesas de negociação durante toda sua gestão
à frente do Ministério da Educação (MEC). Desta forma, a
insinuação, por parte do MEC, da retirada do pedido de
agravo regimental (revisão da sentença que está retendo
os salários), protocolado pelo ANDES-SN junto ao Supremo
Tribunal Federal (STF), como pré-requisito para a efetivação
do pagamento e o retorno à mesa de negociação, integra
esse contexto de falta de sinceridade e de implementação
de retaliações com os docentes em greve.
Nesse
clima, estamos vivendo mais um 15 de Outubro: nosso Dia do
Professor. Especialmente, no primeiro ano desse
terceiro milênio, embora sem salários, os docentes
do Sistema Federal de Ensino lutam com toda DIGNIDADE que os
fizeram abraçar essa grande profissão.
Dignidade
que nos estimula no exercício da docência e que não é
medida quantitativamente ou produtivisticamente por nenhuma
GED. Dignidade que nos permite criar um Fundo de
Solidariedade, por meio das contribuições dos docentes
aposentados, para suprir as dificuldades financeiras
enfrentadas, no momento, por colegas docentes em atividade e
sem seus salários. Dignidade que supera qualquer valor
estabelecido pelas multas do juiz Siro Darlan ou por
qualquer retenção salarial. Dignidade que nos dá forças
para propor e aprovar como “persona non grata para
a Educação Brasileira”, o senhor Paulo Renato Souza. Dignidade,
enfim, que nos possibilita apontar o caminho da verdadeira
cidadania, para cada um de nossos estudantes.
Nosso
maior presente, nesse Dia do Professor, é a manutenção
desse espírito de LUTA e SOLIDARIEDADE, visando a recomposição
efetiva e, em sua plenitude, de nosso corpo docente e das
condições dignas de trabalho.
^ O professor Luís
Freire foi substituído no sábado, dia 20/10, pelo profº
Valdomiro Neves no Comando Nacional de Greve. Ambos foram
eleitos em assembléia geral.
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Foto: Nidia Majerowicz |
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Cerca
de 70 pessoas levaram a UFRRJ á praça da autonomia, em Três
Rios, conquistando amplo apoio da população local (foto ao
lado). O evento foi um sucesso, apesar do boicote explícito
da Prefeitura local.
Centenas de pessoas fizeram questão de tomar conhecimento das atividades
da UFRRJ a partir do movimento grevista. |
Foram
montados estandes que retratavam de forma objetiva as
diferentes formas de intervenção da instituição na
formulação de políticas agrárias e rurais, como também
em outras áreas de conhecimento.
Ao
final, os manifestantes distribuíram centenas de mudas de
espécies das florestas brasileiras que são preservadas
pelos profissionais da universidade e plantaram, no centro
da praça, uma muda de Pau-Brasil. O ato foi encerrado com o
Hino Nacional, cantado pelos manifestantes e pela população de Três Rios.
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Greve
forte em nível nacional
A reivindicação
central do movimento docente -
as contratações pelo Regime Jurídico Único -
volta a ser o único meio de acesso às IFES, conforme
assumiu a Secretária de Ensino Superior do MEC, Maria
Helena de Castro, em 17/10, em reunião com Parlamentares,
ANDIFES, ANDES e SINASEFE. Uma conquista do movimento, como
avalia Marcelo Badaró, membro do CNG, em Brasília. A questão
salarial, porém, continua pendente. O CNG, conforme decisão
de assembléias de base, encaminha a reivindicação da
incorporação das gratificações (GAE, GED e GID) e o fim
das discriminações com aposentados. Salários continuam
retidos.
O movimento,
enquanto isso, aguarda uma decisão por parte do presidente
do STF acerca do pedido do ANDES-SN de reconsideração
contra a decisão expressa pelo ministro do Supremo Ilmar
Galvão, quando na interinidade do cargo de presidente do
STF. Isso pode se desenrolar até o dia 29/10, devido aos
prazos regimentais de que dispõem os órgãos do governo
que devem se posicionar antes que o ministro Marco Aurélio
de Mello opine sobre a matéria.
O
CNG orienta:
Reforçar
o debate sobre direitos sindicais; discutir cronograma de
liberação de vagas; aumentar a pressão sobre deputados e
senadores nos estados; ampliar a base de interlocução e
apoio junto à sociedade
civil (ABI,
OAB, CNBB entre outras); continuar
o trabalho de adiamento do vestibular pelas seções
sindicais.
O
CNG irá intensificar o trabalho nas comissões de Educação
da Câmara e do Senado; os estudos e simulações sobre as
incorporações das gratificações e emitirá documento à
imprensa expondo os efeitos negativos da GED e da GID sobre
o ensino e os salários.
A
greve na Rural
Na sexta-feira
passada, dia 19/10, a assembléia com cerca de 80
professores deliberou pela continuidade da greve; pela rejeição
da proposta do MEC e enviou ao CNG proposta de cronograma
para liberação de vagas até abril de 2002.
As últimas
semanas abrigaram iniciativas importantes. Assembléias,
debates com os alunos e com a sociedade, Universidade na praça,
atividades no parlamento, um sem-número de atividades têm
se encarregado de dar à greve colorido especial, que tem
feito a diferença e contribuído para que amplos setores da
sociedade vejam com clareza que atuam contra a universidade
pública os mesmos irresponsáveis que levaram o país a uma
situação de escuridão em suas perspectivas.
Pais
de alunos do CTUR apóiam a greve
Na manhã de
quinta-feira, 11/10, professores do CTUR organizaram uma
atividade envolvendo os alunos e seus pais. Cerca de 100
pais compareceram à reunião, onde foram debatidas as razões
da greve e as conseqüências da política governamental
para o ensino técnico e superior no Brasil. Os pais tiraram
muitas dúvidas e, ao final, através de várias falas,
manifestaram apoio ao movimento. Ficou decidido que as reuniões
que acontecem toda terça-feira, no CTUR, durante a greve,
deverão ser acompanhadas pelos alunos. Representantes da
Adur e do Comando Local de Greve acompanharam a reunião.
Movimento
na ALERJ
Na tarde do dia 11/10
realizou-se a Audiência Pública sobre a greve dos
servidores federais e das Universidades. Uma iniciativa da
bancada do Partido dos Trabalhadores na ALERJ, com a presença
dos deputados Paulo Pinheiro, Chico Alencar, Carlos Minc,
Heloneida Studart e Arthur Messias.
Uma boa representação da UFRRJ esteve presente. |
Página
3
Rural tem 19
vagas quando seriam necessárias 90
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|
O
debate sobre a distribuição de vagas deve ser amplo para
os prof. Miguel Ângelo, Margareth Gonçalves e Luís
Reis |
Em 6 de agosto o
MEC autorizou o preenchimento de 2000 vagas docentes para
universidades federais em todo o país, através de concurso
público com editais até 6 de janeiro de 2002. A decisão,
interrompendo uma insistente recusa de reposição de vagas,
estanca parcialmente o enfraquecimento das instituições,
mas deixa a desejar. Segundo o ANDES-SN, seriam necessários
o preenchimento de oito mil vagas para retomar a capacidade
potencial do início da década de 1990.
Na UFRRJ a notícia
causou um certo alvoroço. Na partilha nacional, coube à
instituição o preenchimento de apenas 19 vagas.
Muito pouco, considerando a necessidade de pelo menos 90
novos professores para o suprimento da demanda de ensino,
pesquisa e extensão, segundo cálculos da própria
Reitoria. Enquanto isso, segue a exploração de professores
substitutos, cujas jornadas de 20 h semanais só existem no
papel; muitos acabam assumindo responsabilidades maiores
diante das dificuldades da instituição, dando um número
grande de aulas por um salário irrisório que pode chegar,
segundo Edval Dan, professor assistente do Departamento de
Ciências Administrativas e Contábeis e diretor do
Departamento Pessoal da Reitoria, a quinhentos reais.
A situação ganha
ares de disputa quando considera-se que das 19 vagas, 12 já
foram objeto de concursos passados. Assim, para o futuro
restariam sete vagas. Por outro lado, há apreensão de que
a Reitoria, a exemplo do ocorrido com o edital da Finep para
o CTINFRA, não discuta com a comunidade e a alocação
destas vagas sejam feitas sem a transparência necessária,
contrariando preceitos democráticos.
O coordenador do
curso de Matemática Miguel Ângelo, professor adjunto IV,
lotado no Instituto de Ciências Exatas, dá um testemunho
dramático da situação que vivem os institutos. O
Departamento de Matemática, segundo Ângelo, vem
trabalhando com um efetivo que conta hoje com 17 professores
substitutos. Ainda assim, existem 4 vagas ociosas. Para ele,
o caso da Matemática é grave, por fatores peculiares: nos
últimos anos o aumento de disciplinas em estatística e
informática, tanto para a graduação e pós-graduação, não
foi seguido de um fortalecimento da infraestrutura e,
principalmente, de pessoal para as atividades. O aumento do
número de cursos na Rural, avalia Miguel Ângelo, só fez
aumentar essa demanda: “O Departamento de Matemática
atende a cursos em quase todos os institutos”.
Um exemplo de
curso recente sem uma estrutura reforçada de professores é
o de História. Oferecido pela UFRRJ no 1º semestre deste
ano, o curso foi criado a partir do Departamento de Letras e
Ciências Sociais. Ele conta com os oito professores do DLCS,
os quais atuam em mais de 20 disciplinas, inclusive em
projetos de interiorização. Margareth de Almeida Gonçalves,
professora adjunto I e coordenadora do curso, condena a política
do MEC, que incentiva o aumento de cursos e vagas sem
oferecer a infraestrutura necessária: “É uma política
quantitativa, sem compromisso com a qualidade”. O curso de
História é um dos raros exemplos na Rural que não conta
com professores substitutos, mas a coordenadora adverte “Não
dá para ter o mesmo nível de exigência com quem trabalha
20 horas, ganha muito pouco e ainda tem que buscar o
doutorado”. Ela avalia que a partir do próximo ano o
pequeno número de docentes poderá influir nas atividades
relacionadas ao curso.
Luís Carlos Reis,
profº adjunto IV do Departamento de Ciências Fisiológicas,
chama a atenção para a oportunidade de se estabelecer um
amplo debate sobre o planejamento institucional. Para ele não
se pode partilhar da perspectiva quantitativa do governo na
hora de se discutir para onde vão as vagas. É preciso
levar em consideração as especificidades das áreas de
conhecimento e a natureza do que vai ser ensinado “Há áreas
onde a relação entre o número de profissionais e alunos
tem que ser baixa. Não há como você ensinar certos
procedimentos, sem que seja para um número limitado de
alunos”. Reis fala de questões ligadas à sua área,
muito embora a relação aluno-professor em seu departamento
seja uma das mais altas do país, considerando aas
especificidades das Ciências Fisiológicas. São seis
professores efetivos, três substitutos e um visitante para,
aproximadamente, 800 estudantes. Uma relação de 1 para 80.
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Como
serão oferecidas as vagas?
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Até
aqui os professores consultados temem que o debate sobre
essas poucas vagas seja conduzido conforme a máxima popular
“farinha pouca, meu pirão primeiro”. Esse é um risco
concreto, nessa conjuntura. Miguel Ângelo, por exemplo,
acredita que a melhor coisa a ser feita é resgatar a
deliberação 39 do Conselho Universitário. De acordo com
esta deliberação, as vagas oriundas dos departamentos
pertencem à universidade. Os departamentos de origem tem
prioridade no momento de análise, que deve ser feito por
uma comissão de acordo com critérios definidos pela
instituição como um todo. Caso o pedido daquela unidade
seja negado, todas as outras passariam a disputa-la.
Edval
Dan afirma que o procedimento envolve uma análise prévia
dos pedidos pela CPPD; em seguida um parecer é enviado ao
reitor, o qual convoca o CEPE para decidir. “No entanto,
nos últimos anos, todas as vagas dos institutos foram
respeitadas”, diz ele, ressaltando que foram poucas as
autorizações por parte do governo.
Margareth
Gonçalves e Luís Reis não têm uma fórmula pré-concebida,
mas avaliam que o debate deve ser o mais amplo e democrático
possível, com o objetivo de fortalecer a instituição.
A
Adur acredita que, à luz dos desafios colocados, urge que a
administração superior assuma sua responsabilidade de
convocar a comunidade para o debate, exercitando a mais
absoluta democracia e evitando prejuízos maiores a instituição,
como testemunhamos recentemente.
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Páginas
4
CTINFRA:
O DEBATE CONTINUA
No dia 22/9 a equipe
do jornal da Adur encaminhou à vice-reitora Maria da Conceição
Estelita. Vianni um breve questionário para que a mesma,
como membro da administração superior e da comissão
responsável pelo CTINFRA da Finep, se colocasse sobre o
tema. Esta mensagem foi resultado de um acordo com a
professora a qual, na impossibilidade de nos receber em
tempo de fecharmos a edição 32 do Adur Informa, o faria
por e-mail durante aquele final de semana. A resposta da
professora chegou a nossa redação em 24/9, às 17:21h,
quando o material já havia sido encaminhado para a gráfica.
A equipe do AI, em respeito à vice-reitora e aos leitores,
resgatou o material atrasando em 24 h sua publicação. Esta
iniciativa foi tomada para inserir no texto as informações
objetivas prestadas pela vice-reitora. Optar por veicular na
íntegra a resposta da vice-reitora desestruturaria o
trabalho já concluído e atrasaria em mais um dia a circulação
de nosso periódico, o que descartamos por se tratar de um
dia de assembléia. A professora Vianni foi informada, através
de mensagem no dia 25/9, este nosso procedimento. Nesta edição,
portanto, estamos veiculando, na íntegra, a resposta da
vice-reitora e, dessa forma, dando prosseguimento ao debate.
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Respostas
da professora Maria da Conceição Estelita Vianni ao ADUR
Informa
1-
Em que data a reitoria tomou conhecimento do edital 01/2001
da FINEP, relativo ao CTINFRA e quais foram as primeiras
providências?
Maria
da Conceição - A Reitoria, assim como toda a
comunidade Acadêmica tomou ciência do citado Edital em 26/04/01, através da
“Home page” da FINEP, sendo o mesmo divulgado no
“Rural Semanal” de 07 a 13/05/01. A primeira Providência
foi formar uma Comissão através da Portaria nº 351,
composta pelos professores Maria da Conceição Estellita
Vianni (Presidente), Laerte Grisi e Jorge Jacob e o
Engenheiro Florestal Dalson William.
2-
Foi criada uma Comissão pelo reitor, a qual a
senhora presidiu. Que diretrizes orientaram a formulação
da proposta de estratégia institucional por parte dessa
comissão?
MC
- O Edital 01/2001 publicado pelo Ministério da Ciência
e Tecnologia-MCT e Financiadora
de Estudos e Projetos-FINEP, teve como objetivo a obtenção
de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico-FNDCT para
financiar a execução de planos de desenvolvimento da infra-estrutura institucional de pesquisa elaborados pelas
Instituições Públicas de Ensino Superior e de Pesquisa,
visando a expansão e consolidação da pesquisa científica
e tecnológica destas Instituições para alavancar uma nova
etapa de desenvolvimento da pesquisa (financiando os 24
primeiros meses de sua execução). Com base nisso, o
projeto da Universidade foi direcionado
para as “Ciências Agrárias e Ambientais”
incorporando dessa forma quase todas as nossas Unidades e
ficando denominado “Plano de Desenvolvimento da Infra
Estrutura de Pesquisa em Ciências Agrárias e
Ambientais”-PLADRURAL.
A partir daí, solicitamos a todos os Diretores de
Unidades e Coordenadores de Cursos de Pós-Graduação o (ofício
nº 03/GVR acompanhado de uma cópia do edital)
envio de propostas de suas Unidades e Cursos, quando
então a Comissão
elaboraria um único projeto com a denominação
acima citado.
O prazo previsto para recebimento foi até o dia 30/05, sendo
posteriormente prorrogado até o dia 22/06. Ressaltamos que o valor da
proposta de cada projeto teria
como referência o número total de pesquisadores
doutores da Instituição e no nosso caso a Universidade
possuia cerca
de 235 doutores,
o que nos permitiu ficar na faixa compreendida entre 100 e
399 doutores nos cabendo pleitear até
R$ 4,5 milhões de reais. Foram recebidos
até o dia 22/06 15 projetos num montante de R$
9.145.405,20
3-
Porquê a Reitoria não envolveu os Diretores de Institutos
na formulação dos projetos, visando atender as orientações
do edital que mencionava, no lugar de projetos dispersos, a
formulação de um único projeto por parte da Universidade?
MC
- A Reitoria envolveu não somente os diretores de
Unidades como também os Coordenadores de Cursos de Pós-Graduação,
conforme pode ser comprovado no ofício nº 003, solicitando
dos mesmos divulgação e envio de seus projetos, quando então
nós da Comissão reuniríamos todos em
um único projeto. A nosso ver não houve quaisquer
projetos dispersos e caso estejamos enganados, por favor nos
apontem tais projetos. Para nós, todos os projetos recebidos estavam perfeitamente
enquadrados nas Ciências
Agrárias e Ambientais.
4-
Quais os critérios utilizados
pela Comissão para adequar o projeto da UFRRJ ao
teto de R$ 4,5 milhões, tendo em vista que os projetos
oriundos das unidades, somados, reivindicavam da FINEP um
financiamento superior a R$ 8 milhões?
MC
- Os critérios
estabelecidos para adequação do valor de R$ 4,5 milhões
foram:
1º-
Foram excluídos Projetos que não obedeceram ao roteiro ou
formulário distribuído pela FINEP,
uma vez que o tempo estava muito escasso para adequá-los
aos padrões estabelecidos;
2º-
Excluídos materiais de informática e aparelhos de ar
condicionado;
3º-
Excluídos equipamentos de
altíssimo valor;
4º-
Excluídos equipamentos semelhantes (repetidos) solicitados
por projetos diferentes;
5º-
Excluídos os equipamentos do PMQES (Programa de modernização
e Qualificação do Ensino Superior – MEC); e
6º-
Priorizou-se equipamentos e as obras;
Dessa
forma conseguimos adequar o montante com os valores
reduzidos para cada um total de R$ 4.496.390,00.
5-
A senhora achou justo a decisão da FINEP? Quais as possíveis
conseqüências envolvendo os núcleos de pesquisas não
contemplados?
MC
- Fazendo parte da Administração Superior desta
Universidade, olhamos a Instituição como um todo,
portanto, gostaríamos que todas as áreas tivessem sido
contempladas o que infelizmente não ocorreu. Não
vislumbramos possíveis conseqüências que possam
advir deste resultado em relação aos núcleos de pesquisa
não contemplados, até porque outros editais virão e
logicamente, outras áreas serão contempladas.
6-
Porquê a Reitoria da UFRRJ não levou à FINEP um pedido de
reconsideração da decisão, tendo em vista que outras áreas,
com produção acadêmica igual ou superior à Medicina
Veterinária, que atendiam à formulação do projeto estratégico
envolvendo as Ciências Agrárias e Ambientais, não foram
contempladas com os recursos do CTINFRO?
MC
- A
Reitoria solicitou da FINEP (outros dirigentes igualmente já
solicitaram), os critérios adotados para esta seleção,
nos sendo informado que tal decisão foi tomada pelo Grupo
Assessor da FINEP e homologado pelo Comitê Gestor da
mesma Instituição. Também nos foi informado que não
é costume desta Instituição divulgar para quem quer que
seja seus pareceres técnicos.
7-
Como a Reitoria pretende proceder no atendimento a futuros
editais relacionados a financiamento de atividades de
pesquisa?
MC
- Pretendemos
continuar procedendo da mesma forma, ou seja, de maneira
transparente como temos feito até agora, uma vez que tudo
que nos foi solicitado, prontamente atendemos e se
algo ficou por fazer, tivemos como empecilho o tempo que se
apresentou muito escasso para reunir todos os projetos em um
só, em vista do atrazo na entrega dos projetos dos
senhores Diretores de Unidades e Coordenadores de Curso
de Pós-Graduação .
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O Adur Informa tem procurado
insistentemente falar com o reitor José Antônio Veiga nas
últimas semanas. Por pelo menos duas oportunidades nos
dirigimos ao seu gabinete para buscarmos informações e
opiniões sobre os mais variados assuntos de interesse da
comunidade; no entanto, até o momento, não recebemos
qualquer indicação de que o representante máximo da
administração central vá falar conosco. Seguiremos
insistindo para que nossos leitores tenham, através deste
periódico, os posicionamentos dos dirigentes da atual
Reitoria.
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